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Russiaâs military intervention in Ukraine continues
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Veiculo militar ucraniano nas ruas de Zhuliany, um bairro de Kiev

Anadolu Agency via Getty Images

Veiculo militar ucraniano nas ruas de Zhuliany, um bairro de Kiev

Anadolu Agency via Getty Images

Como a Ucrânia tem conseguido atrasar a invasão russa

A invasão russa arrancou durante a madrugada de quinta-feira e em poucas horas o governo ucraniano decretou a lei marcial, organizando a distribuição de armas. A resistência ucraniana em 6 histórias.

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Na madrugada de quinta-feira os militares russos deram início à invasão da Ucrânia. Além de entrarem na região de Donbass, onde ficam as cidades separatistas de Donetsk e Lugansk, os militares avançaram em força em várias regiões do país com a capital, Kiev, no horizonte. Apesar da enorme desigualdade no que diz respeito aos recursos militares e de até os Estados Unidos terem na última noite oferecido ajuda para retirar o Presidente Zelensky do país, ao terceiro dia de guerra os ucranianos ainda resistem.

Com a lei marcial decretada desde as primeiras horas e o armamento a ser distribuído a todos quantos se desloquem aos pontos de entrega, há pontos nevrálgicos que, aparentemente, têm contribuído para atrasar o controlo russo do território ucraniano.

A Rússia já terá em território ucraniano mais de metade do poder de combate, mas ainda não conseguiu tomar o poder de nenhuma cidade e já ao terceiro dia de confronto se começam a fazer outras contas. O chefe do MI6 acredita que a guerra de Putin na Ucrânia pode ser “invencível”, olhando para o lado político da equação.

Citando um artigo de Lawrence Freedman, professor emérito da universidade britânica King’s College de Londres, que reflete e análise sobre o falhanço hipotético de Putin, Richard Moore classifica o texto do professor como “fascinante” e acrescenta que o artigo “faz sentido”.

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No texto, Freedman frisa que, “apesar da superioridade das forças russas, os militares fizeram menos progressos do que seria de esperar”, mesmo considerando “as vantagens da surpresa tática e dos números potencialmente esmagadores”.

“Os ucranianos demonstraram resistência e impuseram baixas aos invasores”, frisa no texto Lawrence Freedman, lembrando que “uma das principais razões pelas quais as guerras podem acabar mal” é a “subestimação do inimigo” e “das próprias forças”.

epa09750329 Ukrainian police and National Guard servicemen take part in an exercises near the Kalanchak village of Skadovsk district of Kherson area, South Ukraine, 12 February 2022. The special tactical training exercises for timely and effective response to situation with destabilizing factors were conducted in Kherson region, which are located critically close to the administrative border with Crimea peninsula annexed by Russia in 2014. More than thousand law enforcement officers (police, National Guard, State Emergency Service, Border Guard service, State migration Service and so on) special equipment, including a helicopter group were involved in the exercises.  EPA/OLEG PETRASYUK

No dia 12 de fevereiro Kherson foi alvo de exercícios de treino das forças armadas ucranianas

OLEG PETRASYUK/EPA

Kherson e a ponte estratégica no sudeste da Ucrânia que atrasaram os militares russos

A norte da península da Crimeia, este sábado ainda eram audíveis os disparos de parte a parte. Palco de frequentes simulacros — o último aconteceu já este mês, dias antes da invasão russa — e constante vigilância dada a posição geoestratégica que ocupa, a ponte de Kherson tem sido um dos pontos chave na defesa da Ucrânia desde o início da invasão.

A CNN relata que já na quinta-feira estavam no local tanques russos e que os voos baixos dos jatos militares do país vizinho procuravam criar o pânico nos ucranianos. Na sexta-feira os russos divulgavam informações para dar conta que a defesa ucraniana no local tinha sido derrotada e que a ponte tinha passado para as mãos russas, mas os confrontos no local ainda continuam na tarde deste sábado.

Vitaly Skakun Volodymyrovych, o soldado que se fez explodir para destruir uma ponte e impedir o avanço de uma coluna de tanques russos

A ligação entre a região de Kherson e a Crimeia faz-se de várias pontes. Além da ponte principal, onde ainda decorrem confrontos entre os ucranianos e os russos, também a ponte de Henichesk foi rapidamente identificada como um dos pontos que os russos usariam para entrar na Ucrânia.

Foi o fuzileiro Vitaly Skakun Volodymyrovych que conseguiu, pagando com a própria vida, impedir o avanço de uma coluna de tanques russos através da ponte. Foi Volodymyrovych que se voluntariou para armadilhar a ponte e fazê-la explodir — e consequentemente derrubar –, mas acabou por morrer também com a explosão.

Soldado ucraniano sacrifica-se e explode ponte para travar tanques russos

Kharkiv, a cidade com 1,5 milhões de pessoas que ainda resiste

Além de Kherson, Kharkiv — a norte — é outro dos pontos de entrada e ataque que os russos estabeleceram e é uma das regiões onde os ucranianos mais têm resistido. A segunda maior cidade do país é uma das três frentes que os russos têm tentado controlar e onde pressionam os ucranianos, mas ao que os relatos indicam, neste momento, ainda não caiu para mãos russas.

"A luta mais pesada, e que ainda estamos a avaliar, trava-se dentro e nos arredores de Kharkiv"
Alto funcionário da defesa norte-americana

A poucos quilómetros da fronteira com a Rússia, a antiga capital ucraniana é o palco dos confrontos mais violentos, de acordo com um alto funcionário da defesa norte-americana em declarações à CNN.

“A luta mais pesada, e que ainda estamos a avaliar, trava-se dentro e nos arredores de Kharkiv”, explica a mesma fonte dando conta da resistência dos ucranianos no local, ainda mais expressiva que a os militares russos estão a enfrentar a sul, na região de Kherson.

A chave para o sucesso desta resistência pode estar também na utilização de mísseis anti-tanque britânicos, explica o Telegraph. Nas horas depois do início da invasão russa, os militares que estão sob as ordens de Putin foram surpreendidos por uma emboscada dos ucranianos, equipados com os mísseis britânicos.

No local onde se confrontaram nas primeiras horas ainda é possível ver provas dessa eficácia. Há veículos de combate russos destruídos nas estradas e corpos de militares russos caídos.

Sendo uma “pequena vitória”, são os momentos-chave em que se impede o avanço de colunas militares russas que vão retardando o crescimento russo e dando força anímica aos ucranianos que lutam contra um exército desigual.

epa09786837 A general view of a street in Kiev, Ukraine, 26 February 2022. Russian troops launched a major military operation on Ukraine on 24 February, after weeks of intense diplomacy and the imposition of Western sanctions on Russia aimed at preventing an armed conflict in Ukraine. Martial law was introduced in Ukraine, with explosions heard in many cities, including Kiev.  EPA/ZURAB KURTSIKIDZE epa09786831 A national flag waves in front of the Independence monument in the central square of Kiev, Ukraine, 26 February 2022. Russian troops launched a major military operation on Ukraine on 24 February, after weeks of intense diplomacy and the imposition of Western sanctions on Russia aimed at preventing an armed conflict in Ukraine. Martial law was introduced in Ukraine, with explosions heard in many cities, including Kiev.  EPA/ZURAB KURTSIKIDZE Soldados ucranianos olham para o seu veículo militar incendidado Russia Attacks Ukraine

ZURAB KURTSIKIDZE/EPA

Kiev, o principal alvo dos russos que continua distante de cair

Com mais de metade do poder de combate já em território ucraniano, os russos ainda não tomaram o controlo de nenhuma cidade, explica fonte do Pentágono ao New York Times. Os combates também se fazem pelo ar com os caças ucranianos e as defesas anti-aéreas a dificultarem a tarefa dos aviões de guerra russos.

Ainda assim, os analistas internacionais temem que a força e mobilização dos ucranianos seja insuficiente caso os confrontos se prolonguem no tempo, com a Rússia a poder vencer num prazo mais dilatado, fazendo uso do seu poderio bélico e tecnologicamente mais evoluído que o armamento distribuído à generalidade da população ucraniana.

Os Estados Unidos da América já garantiram vários milhões de dólares de apoio à Ucrânia, incluindo material de guerra como mísseis, armas, munições, entre outros que deverão chegar às mãos dos ucranianos via terrestre, através da Polónia, uma vez que o espaço aéreo sobre a Ucrânia se mantém fechado.

O ministério da Defesa ucraniano fala nas últimas horas de um “desaceleramento da invasão russa em resultado das dificuldades impostas pela forte resistência ucraniana”.O ministério afirma que “a captura de Kiev continua a ser o principal objetivo militar da Rússia”, mas que o facto de a estratégia russa estar a centar-se na invasão através das periferias de grandes centros populacionais deixa aos ucranianos “força para os cercar e isolar”.

A força bélica vai sendo insuficiente perante a mobilização nacional ucraniana e prova disso parece ser a continuidade do confronto entre as duas partes. Na última noite os Estados Unidos ofereceram ao Presidente ucraniano ajuda para sair do país, num claro sinal de que consideravam a Ucrânia incapaz de resistir aos avanços russos — e à tomada de Kiev — durante muito mais tempo. Mas a verdade é que depois de Zelensky ter recusado, desenrolou-se mais um dia de confrontos sem que os russos tivessem conseguido tomar qualquer cidade.

epa05625527 An Ukrainian Antonov An-225 'Mriya' (Dream) aircraft is prepared for takeoff from the Gostomel airport, near Kiev, Ukraine, 10 November 2016. The giant transport plane will pick up a cargo in Germany city of Leipzig for further commercial flight. The Antonov An-225 'Mriya' is a strategic airlift cargo aircraft which was originally designed in the 1980s in by the then Soviet Union's Antonov Design Bureau. Antonov An-225 aircraft, the only flying plane of its kind and longest and heaviest airplane ever built, is powered by six engines and can take a cargo with a maximum weight of 640 tons.  EPA/SERGEY DOLZHENKO

Gostomel é uma infraestrutura importante no país, com capacidade inclusivamente para fazer aterrar o maior avião de carga do mundo (na imagem)

SERGEY DOLZHENKO/EPA

Gostomel o aeroporto nas imediações de Kiev que pode ter comprometido os planos russos

Os militares russos tentaram tomar Gostomel, um aeroporto nas imediações de Kiev, através de tropas helitransportadas. Ao que tudo indica, seria um dos pontos essenciais na estratégia delineada por Putin para a invasão à Ucrânia e para conseguir tomar a capital do país uma vez que permitiria transportar militares por via aérea o que traria vantagens na rapidez e eficácia da invasão.

A resposta ucraniana permitiu derrubar vários helicópteros e, já por via terrestre, dominar os militares russos que ainda tentavam impor-se. Além de atrasar a penetração das forças russas esta tomada de posição ucraniana obrigou as forças militares russas a rever a estratégia que estava definida.

Os 13 guardas que morreram a defender uma ilha

Pode parecer simbólico apenas, mas dá conta da capacidade de resistência dos ucranianos. Perante um navio militar russo, os 13 guardas que se encontravam a defender a pequena ilha de Zmiiny, localizada no Mar Negro, recusaram render-se.

Zelensky já disse que irá condecorar cada um deles com o título de Herói da Ucrânia — post mortem –, mas o exemplo que fica para cada um dos compatriotas que está neste momento nas ruas pode ser ainda mais significativo. Mesmo sabendo da impossibilidade de fazer frente ao navio russo, os 13 homens recusaram render-se e ficar nas mãos do país invasor.

 
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