793kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

GettyImages-464677644
i

Kiev vai pedindo armas, carros de combate e munições — e vai conseguindo fazer pressão (e encontrando aliados) para obter armamento mais moderno e sofisticado

Getty Images

Kiev vai pedindo armas, carros de combate e munições — e vai conseguindo fazer pressão (e encontrando aliados) para obter armamento mais moderno e sofisticado

Getty Images

Drones, metralhadoras e tanques: o armamento que o Ocidente forneceu à Ucrânia no último ano e o impacto decisivo na guerra

Desde fevereiro, a Ucrânia recebeu armas, munições, carros de combate, embarcações e meios aéreos ocidentais. EUA contribuíram mais em termos absolutos, mas apoio dos Bálticos também se destaca.

A Ucrânia concretizou, no final de janeiro, um dos seus grandes objetivos desde o início da guerra, quando a Alemanha e os Estados Unidos deram a tão aguardada luz verde para o envio de tanques modernos fabricados naqueles países. Foi mais um passo para tentar alcançar aquele que é o objetivo último das forças de Kiev: a expulsão dos militares russos do território ucraniano ocupado desde fevereiro. Kiev tem, no entanto, mais um pedido na mira — aviões de combate, os caças.

Se o Ocidente volta a ceder à demanda da Ucrânia, ainda não é certo — o tempo dirá qual será o desfecho. Para já, as posições oscilam entre a dúvida francesa e o taxativo “não” da Alemanha e dos Estados Unidos. Apesar das dúvidas sobre a última exigência de Zelensky, a verdade é que o padrão tem-se repetido desde o início do conflito: Kiev vai pedindo armas, carros de combate e munições — e vai conseguindo fazer pressão (e encontrando aliados) para obter armamento mais moderno e sofisticado capaz de fazer a diferença no terreno.

Ouça aqui o episódio do podcast “A História do Dia” sobre as armas fornecidas à Ucrânia.

As armas que travaram os russos são suficientes?

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No final de fevereiro — logo no início do conflito —, a Ucrânia necessitava mais do que nunca de armas para fazer face à invasão. Numa mobilização sem paralelo na história recente, vários países anunciaram o envio de armamento para território ucraniano. Com as principais potências mundiais ainda a gerir o choque provocado pela dimensão da invasão russa, surgia o receio de que o regime liderado por Volodymyr Zelensky colapsasse numa questão de dias. Aliás, três dias era o intervalo de tempo que o Kremlin estimava para que as suas forças chegassem à capital ucraniana — abrindo caminho à entrada em cena de um novo chefe de Estado na Ucrânia.

“Preciso de munições, não de uma boleia.” Durante uma conversa privada com Joe Biden, terá sido essa a mensagem de Volodymyr Zelensky para o seu homólogo norte-americano. A mensagem era clara: o Presidente ucraniano ficaria no país, apesar das ameaças da Rússia (que o definiu como um dos alvos a abater) e faria de tudo para proteger o país. Daí a necessidade urgente de armamento para enfrentar as tropas de Vladimir Putin.

epa10375954 US President Joe Biden (R) and Ukrainian President Volodymyr Zelensky (L) hold a press conference in the East Room of the White House Washington, DC, USA, 21 December 2022. In his first trip out of Ukraine since the Russian invasion began, Zelensky is visiting DC to meet with President Biden and address a joint session of Congress.  EPA/JIM LO SCALZO

Zelensky terá dito a Biden que precisava de "munições", não de uma boleia

JIM LO SCALZO/EPA

Foi então que, a 26 de fevereiro, os Estados Unidos anunciaram um dos primeiros pacotes de ajuda militar, na ordem dos 350 milhões de dólares (cerca de 321 milhões de euros). Unilateralmente, vários países da União Europeia (UE) seguiram-se no apoio às tropas ucranianas, sendo que, pela primeira vez na história, o bloco comunitário comprou armas e enviou-as de seguida para a Ucrânia.

Estes dois pacotes simbolizaram o tiro de partida para outras iniciativas similares. Praticamente um ano volvido desde o início da guerra, a ajuda militar à Ucrânia foi evoluindo — até chegar aos tanques modernos. Kiev conseguiu mobilizar a opinião da comunidade internacional para a necessidade de armamento mais eficaz. Primeiro foi o sistema de mísseis antitanque Javelin; depois, os sistemas de lançamento de foguetes HIMARS; seguiram-se os sistemas de defesa aérea Patriot; e, por fim, os tanques Leopard-2 e Abrams M1.

Dentro de menos de três semanas, o conflito na Ucrânia assinala o primeiro ano. E, neste momento, a lista de países que já contribuíram com algum tipo de apoio para as forças de Kiev ultrapassa as quatro dezenas — além dos mais óbvios (como os Estados Unidos, a Alemanha, França e Reino Unido), há alguns mais inesperados (com destaque para o Azerbaijão). Nalguns casos, o apoio limitou-se a algumas dezenas de drones com capacidade ofensiva; noutros, está em causa um verdadeiro manancial de guerra entregue aos homens de Zelensky que defendem o território ucraniano dos chamados “invasores”.

Clique num país da lista
e veja que material bélico
enviou para a Ucrânia
+

Armamento

  • 5 lançadores múltiplos de foguetes M270 "MARS II"
  • 500 mísseis ar-terra FIM-92 Stinger
  • 2700 mísseis ar-terra 9K32 Strela-2s
  • 900 armas antitanques 900 Panzerfaust 3
  • 7.944 RGW 90 Matador
  • Minas antitanque 14,900 DM31
  • Minas antitanque PARM DM22
  • 10 armas antidrones
  • 130 metralhadora MG3

Carros de combate

  • 14 obuses PzH 2000s
  • Tanques T-72M1s
  • Tanques M-55S'
  • 40 veículos de combate de infantaria BMP-1A1s
  • 30 veículos de combate de infantaria BVP-1s
  • 54 veículos blindado de transporte de pessoal M113G3DK/G4DKs
  • 50 veículos de infantaria móvel Dingo
  • 13 veículos Táticos Militares Bergepanzer 2
  • 3 veículos Táticos Militares Brückenlegepanzerv
  • 60 camiões militares
  • 14 tanques Leopard-2 A6

Munições

  • 60 000 munições 40 mm
  • 18 500 projéteis 155 mm

Helicópteros e drones

  • 18 drones

Embarcações

  • 10 navios de guerra

Sistemas de defesa

  • 4 sistema de defesa aérea IRIS-T
  • 37 armas autopropulsadas de defesa aérea Gepards
  • 28 sensores antidrones
  • 2 sistemas antidrones
  • 8 radares
  • 40 radares de contrabateria COBRA
+

Carros de combate

  • 28 veículos blindados sobre lagartas M113
  • 90 veículos blindados Bushmaster
  • 6 obuses M777

Helicópteros e drones

  • 300 drones kamikaze DefendTex D40s

Sistemas de defesa

  • Sistemas de radares
+

Munições

  • Morteiros 20N5 82mm
  • Bombas aéreas QFAB-250 LG
+

Armamento

  • Mísseis antitanques MILANs
  • Mísseis antitanques RK-2S Baryers
  • 4 morteiros MO-120 RT
  • 200 armas antitanques M72 LAWs
  • 5000 espingardas FN FNC
  • Espingardas FN F2000
  • Espingardas FN-SCAR-L

Carros de combate

  • Camiões militares Volvo Fassi
+

Armamento

  • Espingardas C7A1
  • Revólveres
  • 100 armas antitanques Carl Gustaf M2
  • 4500 armas antitanques M72 LAWs
  • 7500 granadas C13

Carros de combate

  • 4 obuses M777
  • 39 veículos de combate de infantaria ACSVs
  • 208 veículos blindados de transportes pessoal Roshel Senators

Munições

  • Mísseis M982 Excalibur
  • 20 mil mísseis para os obuses M777
  • 2000 munições para Carl Gustaf M2

Sistemas de defesa

  • 1 sistema de defesa aéreo NASAMS
  • Mais de 50 sensores infravermelhos Wescam MX-15Ds
+

Armamento

  • Morteiros 120mm PRAM-L
  • Canhões M1955
  • Sistemas de lançadores múltiplos de foguetes RM-70 Grad
  • Sistemas de lançadores múltiplos de foguetes BM-21 Grad
  • Sistemas de lançadores múltiplos de foguetes RM-70 Vampire
  • Lança-mísseis 9K35 Strela-10
  • 115 lança-mísseis MR2 Viktor
  • 160 míssies terra-ar 9K32 Strela-2
  • 10000 armas antitanques RPG-75
  • Espingardas CZ BREN 2
  • 5000 espingardas vz. 58
  • 3200 metralhadoras UK vz. 59
  • 2085 pistolas automáticas vz. 61 Škorpion
  • 30.105 pistolas semiautomáticas vz.82
  • 12 snipers Dragunov
  • 19 snipers Falcon

Carros de combate

  • 51 tanques T-72M1
  • 102 tanques T-72 Avenger
  • 45 veículos de combate de infantaria BMP-1
  • 56 veículos de combate de infantaria PbV-501
  • Obuses 2S1 Gvozdika
  • Obuses 152mm DANA
  • 30 obuses DANAM2

Helicópteros e drones

  • 4 helicópteros Mil Mi-24
+

Armamento

  • 20 mil espingardas Zastava M70
  • 15 canhões rebocados M-46

Helicópteros e drones

  • 14 helicópteros Mil MI-8
+

Armamento

  • 2.700 armas antitanque M72 LAW
  • Mísseis ar-terra FIM-92 Stinger
  • Morteiros M/10

Carros de combate

  • 54 veículos blindados de transporte de pessoal M113
  • Obuses ShKH Zuzana 2s
  • 19 obuses CAESER 155mm 8x8

Helicópteros e drones

  • 25 drones Sky-Watch

Embarcações

  • Plataforma e míssil antinavio RGM-84 Harpoon
+

Armamento

  • 8 sistemas de artilharia SpGH Zuzana

Carros de combate

  • 30 veículos blindados de transporte de infantaria BVP-1

Helicópteros e drones

  • 4 helicópteros Mil Mi-17
  • 1 helicóptero Mil Mi-2

Sistemas de defesa

  • 486 sistemas de defesa aérea
  • Sistemas de defesa aérea S-300
+

Carros de combate

  • 35 veículos de combate de infantaria BVP M80A
+

Armamento

  • 1370 lança-granadas Instalaza C-90

Carros de combate

  • 20 veículos blindados de transporte de pessoal M113
  • Camião militar URO VAMTAC
  • 1 veículo resistente a minas RG-31 Nyala
  • 20 veículos militares leves

Sistemas de defesa

  • 2 sistemas de defesa aéreos HAWK
+

Armamento

  • 1600 mísseis ar-terra FIM-92 Stinger
  • 6600 mísseis antitanques Javelin
  • 7000 armas anticarros
  • 5000 armas antitanques
  • 600 metralhadoras
  • 150 metralhadoras pesadas
  • 1020 morteiros
  • 7000 snipers
  • 1000 pistolas
  • 6000 armas antitanques AT4
  • 500 mísseis BGM-71 TOW

Carros de combate

  • 31 Abrams
  • 184 veículos táticos
  • 108 obuses M777
  • 34 obuses 155mm
  • 4 obuses 105mm
  • 38 HIMARS
  • 72 tratores de artilharia
  • 220 veículos Automóvel Multifunção de Alta Mobilidade Humvees
  • 250 veículos de transporte de infantaria

Helicópteros e drones

  • 20 helicópteros Mil Mi-17
  • 100 drones Switchblade
  • 1200 drones Phoenix Ghost
  • 15 drones Boeing Insitu ScanEagle

Embarcações

  • 45 barcos de patrulha Small Unit Riverine Craft
  • 2 lanchas de defesa da costa

Sistemas de defesa

  • 4 sistemas para detetar radares
  • 4 sistemas para detetar morteiros
  • 1 patriot
+

Armamento

  • Mísseis antitanque Javelin
  • Minas antitanque
  • Mais de 100 armas antitanque Carl Gustaf M2

Carros de combate

  • 9 obuses D-30
  • Obuses FH70
  • 13 veículos blindados de transporte pessoal
  • 7 Mamba APC
  • Camiões militares
+

Armamento

  • Canhão para a defesa aérea ITK 61 Sergei (ZU-23)
  • Morteiros 120 Krh 85 92s
  • Armas antitanques 1500 66 KES
  • Metralhadoras 12,7 ItKK 96
  • 2500 espingardas
  • Canhão 155 tkr88
  • Morteiros JVA 1571
  • Granadas Sirpalekäsikranaatti

Carros de combate

  • Veículos blindados de transporte pessoal Sisu XA-185s
+

Armamento

  • 2 lançadores múltiplos de foguetes MLRS
  • Mísseis antitanque MILAN
  • Mísseis antitanque GM-148 Javelin
  • Minas antitanque HPD2A2s
  • Metralhadoras Ground Master 200

Carros de combate

  • 10 tanques AMX-10 RC
  • 30 obuses CAESER 155mm 6x6
  • 6 obuses CAESER 155mm 8x8
  • Mais de 15 torres de artilharia TRF1s
  • Cerca de 60 veículos de combate VABs
  • 20 veículos blindados ACMAT Bastion
  • Camiões militares

Sistemas de defesa

  • 2 sistemas de defesa aérea Crotale
  • Sistema de defesa aérea de curto alcance MISTAR
  • Radares Ground Master 200
+

Armamento

  • 815 armas antitanques RPG-18s
  • 20 mil espingardas Kalashnikov Rifles

Carros de combate

  • 40 veículos de combate de infantaria BMP-1A1s
+

Armamento

  • Morteiros
  • Mísseis antitanques MILANs
  • 500 mísseis ar-terra FIM-92 Stinger
  • Metralhadora pesada FH-70
  • Metralhadora pesada M2 Browning
  • Metralhadora Beretta mg
  • Espingardas semiautomáticas Benelli M4
  • Armas antitanques Panzerfaust 3

Carros de combate

  • Veículos táticos
  • 5 obuses Panzerhaubitze 2000
  • Obuses FH70
  • 51 camiões militares
+

Helicópteros e drones

  • 30 drones Parrot ANAFIs
  • 10 drones
+

Armamento

  • Mísseis ar-terra FIM-92 Stinger

Carros de combate

  • 6 obuses M109

Helicópteros e drones

  • 90 drones
  • 2 helicópteros Mil Mi-8MTV-1
  • 2 helicópteros Mil Mi-2
+

Armamento

  • Mísseis ar-terra FIM-92 Stinger
  • Canhão defensivo Bofors 40 mm L/70
  • Morteiros automáticos Panzermörser M113s

Carros de combate

  • 50 veículos blindados de transporte de pessoal M113G3DK/G4DKs
  • Veículos blindados de transporte de pessoal M577
  • 10 camiões militares
  • Obuses M101

Helicópteros e drones

  • 1 drone Bayraktar TB2
  • 37 drones kamikaze WB Electronics Warmates
  • 18 drones kamikaze UJ-23 Topazs
  • 7 drones EOS C VTOL

Sistemas de defesa

  • Mais de 110 dispositivos anti-drone portátil EDM4S Sky Wiper
+

Armamento

  • 102 mísseis antitanques NLAWs
  • 20 metralhadoras pesadas M2 Browning

Carros de combate

  • 28 veículos de transporte de infantaria HMMWVs

Helicópteros e drones

  • 6 drones Primoco One 150s
+

Armamento

  • 6 morteiros MO-120-HBs
  • 50 armas antitanques 900 Panzerfaust 3
  • 10 espingardas semiautomáticas Barrett M82
  • 90 espingardas Accuracy International AX308

Carros de combate

  • 8 obuses PzH 2000s
  • 45 tanques T-42
  • Veículos de combate de infantaria YPR-765s

Munições

  • 200 mísseis Stinger

Helicópteros e drones

  • Drones

Embarcações

  • Mísseis antinavio AGM-84 Harpoon
  • 2 drones aquáticos SeaFox Autonomos

Sistemas de defesa

  • Sistemas de defesa aérea AMRAAMs
  • 5 radares AN/TPQ-36 Firefinder
  • 2 radares Thales Squire
+

Armamento

  • 8 sistemas de mísseis terra-ar NASAMS
  • 3 lançadores múltiplos de foguetes M270
  • 4000 Armas antitanques NM72F1
  • Armas antitanques Nammo M72-EC
  • Lança foguetes M141 Bunker Defeat Munition

Carros de combate

  • 23 obuses M109A3GNs
  • 16 obuses hKH Zuzana 2s
  • 9 camiões militares
  • 14 veículos de infantaria móvel Iveco LAV IIIs

Munições

  • 14 veículos de infantaria móvel Iveco LAV IIIs
  • Mísseis de defesa marítima Hellfire

Helicópteros e drones

  • Drones Black Hornet Nanos
  • 3 drones Aeryon SkyRanger R60s
  • 10 drones DJI Mavic 2/3s
+

Munições

  • Munições (não especificado)
+

Armamento

  • Mais de 20 lançadores múltiplos de foguetes BM-21 Grads
  • Mísseis ar-terra S-125 Newa SCs
  • 100 mísseis ar-ar R-73
  • 100 morteiros LMP-2017s
  • Espingardas Kbk wz.1988 Tantal
  • Espingardas Kbk AKMS
  • Metralhadoras UKM-2000P
  • Lançadores de granadas RGP-40
  • Granadas RPG-76

Carros de combate

  • Tanques T-72
  • Tanques PT-91
  • 12 tanques Leopard-2
  • 40 veículos de combate de infantaria BWP-1s
  • Veículos de infantaria móvel AMZ Dzik-2
  • Mais de 20 obuses 2S1 Goździks
  • 72 obuses 155mm AHS Krabs

Helicópteros e drones

  • 1 drone Bayraktar TB2
  • 20 drones Electronics FlyEye

Sistemas de defesa

  • 160 sistemas de defesa aérea portátil PPZR Piorun
+

Armamento

  • Espingardas automáticas H&K G3
  • Granadas
  • Metralhadora pesada M2 Browning
  • Morteiros

Carros de combate

  • 4 veículos militares Iveco LAV IIIs
  • 27 veículos blindado de transporte de pessoal M113
  • 5 obuses M114 155

Helicópteros e drones

  • 6 helicópetros Kamov Ka-32A11BC
  • Drones
+

Armamento

  • Sistema de mísseis NLAW
  • Mísseis antitanque Javelin
  • 3 Lançadores de foguetes múltiplos M270
  • 1000 mísseis terra-ar

Carros de combate

  • 40 veículos de combate de infantaria CVR(T)
  • 35 veículos blindado de transporte FV103 Spartan APCs.
  • 40 obuses M109
  • 36 obuses L119
  • 30 obuses AS90
  • 14 tanques challanger-2

Munições

  • 6000 mísseis defensivos

Embarcações

  • 6 drones marítimos

Sistemas de defesa

  • Alguns (não especificados)
+

Armamento

  • 10000 mísseis antitanques AT4
  • Mísseis antinavio Robot 17
  • Espingardas Barrett M82
  • Morteiros
  • Sistema de artilharia Archer

Carros de combate

  • Veículos blindados
+

Helicópteros e drones

  • 10 drones EVOLVE 2 Reconnaissance
  • 1 drone Revolver 860 Armed VTOL
+

Armamento

  • Lançadores de foguetes múltiplos TLRG-230
  • Míssil ar-ar Sungur IIR-guided
  • Morteiros

Carros de combate

  • 200 veículos resistentes a minas BMC Kirpi

Helicópteros e drones

  • 30 drones Bayraktar TB2
  • 24 minidrones Bayraktar
+

Países que deram armas, mas não publicaram informações

  • Albânia
  • Áustria
  • Bulgária
  • Camboja
  • Colômbia
  • Coreia do Sul
  • Irlanda (na ordem dos 9 milhões de euros)
  • Macedónia do Norte
  • Montenegro
  • Nova Zelândia
  • Roménia
+

Países que não deram qualquer armamento

  • Afeganistão
  • África do Sul
  • Algéria
  • Andorra
  • Angola
  • Antígua e Barbuda
  • Arábia Saudita
  • Arménia
  • Bahamas
  • Bahrein
  • Barbados
  • Bielorrúsia
  • Belize
  • Benim
  • Butão
  • Bolívia
  • Botsuana
  • Bósnia-Herzegovina
  • Brasil
  • Burkina-Faso
  • Burundi
  • Coreia do Norte
  • Costa do Marfim
  • Cabo Verde
  • Camarões
  • Cazaquistão
  • Chade
  • Chile
  • China
  • Chipre
  • Comores
  • Congo
  • Costa Rica
  • Cuba
  • Djibouti
  • Dominica
  • República Centro Africana
  • República Dominicana
  • Equador
  • Egito
  • Emirados Árabes Unidos
  • Eswatini
  • Etiópia
  • Filipinas
  • Gabão
  • Gâmbia
  • Geórgia
  • Gana
  • Hungria
  • Grenada
  • Guatemala
  • Guiné
  • Guiné-Bissau
  • Guiana
  • Haiti
  • Honduras
  • Ilhas Salomão
  • Índia
  • Indonésia
  • Irão
  • Iraque
  • Islândia (não tem forças armadas)
  • Israel
  • Jamaica
  • Jordânia
  • Kiribati
  • Kuwait
  • Quénia
  • Quirguistão
  • Laos
  • Lesoto
  • Líbano
  • Libéria
  • Líbia
  • Liechtenstein
  • Madagáscar
  • Malawi
  • Malásia
  • Maldivas
  • Mali
  • Malta
  • Ilhas Marshall
  • Marrocos
  • Mauritânia
  • Maurícias
  • México
  • Micronésia
  • Moldávia
  • Mónaco
  • Mongólia
  • Moçambique
  • Myanmar
  • Namíbia
  • Nauru
  • Nepal
  • Nicarágua
  • Níger
  • Omã
  • Palau
  • Panamá
  • Papua Nova Guiné
  • Paraguai
  • Peru
  • Qatar
  • Rússia
  • Ruanda
  • Saint Kitts e Nevis
  • Santa Lúcia
  • São Vicente e as Granadinas
  • Samoa
  • São Marino
  • São Tomé e Príncipe
  • Senegal
  • Serra Leoa
  • Sérvia
  • Seychelles
  • Singapura
  • Somália
  • Sri Lanka
  • Sudão
  • Suriname
  • Sudão do Sul
  • Suíça
  • Tajiquistão
  • Tanzânia
  • Tailândia
  • Timor-Leste
  • Togo
  • Tonga
  • Trindade e Tobago
  • Tunísia
  • Turquemenistão
  • Tuvalu
  • Uganda
  • Uruguai
  • Ubzequistão
  • Vanuatu
  • Vaticano
  • Vietname
  • Iémen
  • Zâmbia
  • Zimbabué

Das munições aos carros de combate: as armas enviadas, por país

Com um complexo militar-industrial pujante, os Estados Unidos destacam-se como o país que, em termos absolutos, mais contribuiu para ajudar a Ucrânia militarmente. Joe Biden fez dessa uma das suas prioridades durante o mandato, repetindo por inúmeras vezes a mensagem de que vai apoiar Kiev “o tempo que for necessário”. A União Europeia, através dos seus diferentes centros de poder, adotou a mesma postura.

Dentro da União Europeia, persistem, no entanto, diferenças no auxílio que cada Estado-membro oferece. Se países como a Estónia, a Letónia, a Lituânia ou a Polónia se destacam como os maiores doadores de armamento à Ucrânia, outros — como a Hungria — preferem não ajudar Kiev em termos militares. Pelo meio, há ainda casos como a Bulgária ou a Roménia, que mantêm em segredo aquilo que doaram.

As diferenças não se ficam apenas entre os 27. Mesmo em termos internos, a situação não é completamente linear, havendo certos setores da sociedade que apoiam o envio de armas, enquanto outros se manifestam contra. Nos parlamentos nacionais dos Estados europeus, os partidos mais à direita e mais à esquerda têm sido aqueles que mais têm contestado a ajuda à Ucrânia. Por exemplo, na Alemanha, o AfD (sigla para Alternative für Deutschland, o partido de extrema-direita) e o Die Linke (partido da esquerda alemã) têm advertido que a entrega de armamento pode levar a uma escalada do conflito.

Apesar destas diferenças, a UE tem conseguido manter-se unida, comprar armamento e enviá-lo para a Ucrânia, da mesma forma que tem logrado aplicar sanções contra a Rússia. Numa perspetiva mais técnica — analisando o peso que a ajuda que cada país dedicou à Ucrânia tem nos respetivos PIB per capita —, a Estónia e a Letónia lideram a lista, contribuindo com mais de 1% do seu Produto Interno Bruto. Seguem-se a Polónia e a Lituânia, que dedicaram material e equipamentos num valor equivalente a 0,7% da riqueza produzida internamente.

De acordo com estes dados, os vizinhos da Rússia na Europa parecem, assim, ser os mais preocupados em salvaguardar que a Ucrânia não cai. Nesta categoria, também se incluem a Finlândia e a Suécia (se bem que Estocolmo apenas partilhe fronteiras marítimas com Moscovo), que mantinham, desde o final da II Guerra Mundial, uma política neutral no que diz respeito à sua política externa. Os dois países nórdicos decidiram romper com a tradição e enviar armas para a Ucrânia, além de terem formalizado o pedido de adesão à NATO.

Reino Unido e Canadá, dois países que integram a aliança militar transatlântica, também se destacam no grupo dos que mais ajudaram a Ucrânia. Fora do universo NATO, a Austrália e o Japão também já enviaram armamento para solo ucraniano. Ainda assim, tirando os aliados do Ocidente, não chega a cinco o número de Estados que, na América do Sul, África e Ásia, apoiaram a causa ucraniana.

Em termos de armamento, nem todos os países enviaram o mesmo para a Ucrânia, entre munições, embarcações, meios aéreos, armamento e carros de combate. Por exemplo, a Alemanha, a Austrália, França e o Reino Unido destacam-se pelos carros de combate que já doaram a Kiev, ao passo que a Bélgica, Estados Unidos e Suécia preferiram enviar, sobretudo, armamento.

Países como o Japão, a Lituânia e a Turquia enviaram drones. E os Países Baixos enviaram mesmo drones marítimos. Por outro lado, Estados como Portugal (que já confirmou a disponibilidade para enviar os carros de combate Leopard 2) ou o Canadá preferiam dotar o exército ucraniano com munições.

O início, a resposta, o inverno: armamento entregue, por fase da guerra

De fevereiro a maio: a primeira fase da guerra

O armamento que ajudou a Ucrânia a enfrentar as forças russas, como os lança-foguetes, mísseis e carros de combate, começou a chegar ao terreno logo no início de março. Antes disso, o método “assimétrico” para tentar travar a ofensiva de Moscovo passava por organizar “pequenos grupos de combate” que tiravam partido do conhecimento do terreno e “infligiam” danos a “batalhões e regimentos”, com um número expressivo de combatentes. Como nota o portal ucraniano War Ukraine do Ministério da Defesa ucraniano, chegou haver uma desproporção — em termos de tropas — de 1 para 30, principalmente nos ataques a Kiev e Chernihiv.

Depois de conseguir suster a ofensiva e travar os russos nos subúrbios de Kiev, a Ucrânia — já equipada com algum armamento do Ocidente — foi fazendo frente às tropas russas. O primeiro grande apoio, que já tinha sido pedido antes da guerra, consistiu no envio de mísseis Javelins — que permite destruir veículos blindados russos. Com cerca de 15 quilos, este armamento é capaz de atingir alvos a quatro quilómetros, concedendo mobilidade a quem o utiliza.

Ainda mais móvel é o míssil antitanques NLAW. Fabricado no Reino Unido, o equipamento pesa 13 quilos. Apesar de apenas atingir um alvo a 800 metros, este armamento acaba por disparar o míssil com maior rapidez do que os Javelin. No que diz respeito à Força Aérea, na primeira fase da guerra, também foi vital para o bom desempenho das tropas ucranianas os Stinger, um míssil terra-ar com a capacidade de atingir helicópteros.

epa09853406 A serviceman of the self-proclaimed Luhansk People's Republic (LPR) shows NLAW Swidish-UK made Light Anti-tank weapon that was abandoned by Ukrainian army during their retreat in Luhansk region, in Luhansk, Ukraine, 27 March 2022. Over the past two weeks, the US has donated $300 million worth of military aid to Ukrainians. Canada and the UK have said they will continue to supply arms to Ukraine. On 24 February Russian troops had entered Ukrainian territory in what the Russian president declared a 'special military operation', resulting in fighting and destruction in the country, a huge flow of refugees, and multiple sanctions against Russia.  EPA/SERGEI ILNITSKY Russian Forces Withdraw From Towns Around Kharkiv

Os NLAW (à esquerda), Javelin (à direita)

SERGEI ILNITSKY/EPA

“Os oficiais ucranianos rapidamente conseguiram entender a metodologia e como usar os mísseis antitanques Javelin e também os NLAW. Implementaram depois os chamados ‘ataques rápidos’: pequenos grupos de militares das Forças Armadas ucranianas, equipados com dois a três tanques com meios antitanques, destruíram equipamento inimigo“, explica ainda o site War Ukraine. Ora, isso foi fundamental para conseguir retirar as tropas de Moscovo dos arredores de Kiev, algo que aconteceu no final de março e acabaria por materializar-se na primeira grande derrota de Vladimir Putin.

No entanto, grande parte do território ainda continuava sob controlo russo: a Ilha das Serpentes, Kherson, Kharkiv e o Donbass. E houve um veículo aéreo não tripulado que também fez a diferença — os drones turcos Bayraktar TB2. Na Força Aérea, as tropas ucranianas ganharam precisão com este equipamento.

“Com a ajuda dos drones, as Forças Armadas da Ucrânia destruíram numerosos comboios de equipamento militar e armas que estavam a mover-se rumo à capital ucraniana desde a fronteira bielorrussa, e também através das regiões de Chernihiv e Sumy”, reforça o portal War Ukraine, acrescentando que estes meios também desempenharam um “papel importante” no combate naval. “Em particular, a marinha ucraniana usou os drones Bayraktar para atacar a Ilha das Serpentes, navios e veleiros que abasteceram a frota do Mar Negro da Rússia.”

Drone Bayraktar

Anadolu Agency via Getty Images

De junho a setembro: os preparativos para o “ponto de viragem”

Após o duro golpe no moral das tropas russas, quando a Ucrânia prova que consegue evitar uma tomada rápida e sem resposta da sua capital e de outros territórios-chave, começa a ganhar força a ideia de que, afinal, enfrentar (e travar e repelir) a ofensiva russa não é um objetivo impossível. As dificuldades permaneciam em grande parte do território, mas um ataque de larga escala que levasse a destituição de Volodymyr Zelensky parecia cada vez menos provável. Havia, ainda assim, o objetivo de voltar a conquistar as províncias perdidas para a Rússia — e o Ocidente voltou a dar uma ajuda que se revelou crucial.

Um das grandes lutas diplomáticas em que a Ucrânia venceu foi a doação dos HIMARS (sigla para High Mobility Artillery Rocket System), um lançador de foguetes produzido nos Estados Unidos e com um nível de eficácia bastante elevado. “Em cerca de dois minutos, uma única bateria de foguetes (nove lançadores MLRS) pode disparar 108 foguetes de 23o milímetros, cada um com ogivas de 90 quilos”, explicou Mark F. Cancian, antigo militar norte-americano, ao Observador, em agosto.

EASTERN UKRAINE , UKRAINE - JULY 1: Kuzia, the commander of the

HIMARS

The Washington Post via Getty Im

Com este armamento, a Ucrânia conseguiu atingir alvos como armazéns de armamento que estão para lá da linha da frente russa. Em consequência, o ritmo de reabastecimento da artilharia acabou por se atrasar, forçando os russos a fazer recuar o armazenamento. “Esta arma de alta precisão acabou por ser uma espécie de ponto de viragem na guerra em favor da Ucrânia, porque permitiu às tropas atacar a maior distância a artilharia russa”, lê-se no site War Ukraine.

Preponderante, nessa fase da guerra, foram também os obuses norte-americanos M777. De proporções gigantescas, este foi o maior armamento de sempre doado à Ucrânia. Tal como os HIMARS, o carro de combate “permite atingir alvos do inimigo a longas distâncias e rapidamente proceder ao ataque desses mesmos alvos”. Este armamento permitiu e continua a permitir “destruir posições, armas e equipamento militar dos invasores russos”.

peça de artilharia Howitzers M777

Obuses M777

Getty Images

Mas não foi apenas dos Estados Unidos que chegou armamento fulcral para essa fase da guerra. Por volta de junho, começaram a chegar ao terreno os obuses franceses Caesar, que permitiram atingir “alvos a distâncias de 20 quilómetros ou mais na linha da frente com alta precisão”. 

De setembro a dezembro: da contraofensiva bem-sucedida ao inverno

Todo este armamento permitiu que a Ucrânia arrancasse com uma contraofensiva bem-sucedida no final de agosto, cerca de meio ano após o início do conflito. Inicialmente, essa resposta centrava-se no sul, nomeadamente em redor da cidade Kherson. No entanto, apanhando a Rússia desprevenida, as tropas leais a Zelensky conseguiram expulsar, em meados de setembro, todas as forças russas de todo o oblast de Kharkiv (no norte), numa ação que foi encarada como uma das maiores vitórias do país.

Foi também a primeira vez que o Presidente russo reagiu a um desaire, o que deu ainda mais ânimo às tropas da Ucrânia. Na segunda comunicação ao país desde o início do conflito, Vladimir Putin ordenou, a 21 de setembro, a mobilização parcial de combatantes russos e ameaçou o Ocidente com a utilização de armas nucleares.

Se, a norte, a situação se resolveu rapidamente, e a Ucrânia recuperou numa questão de dias uma área de cerca de 3.000 quilómetros quadrados, na contraofensiva a sul o cenário foi mais complexo. Entre avanços e recuos, as tropas ucranianas conseguiram retomar o controlo da cidade de Kherson em meados de novembro, libertando a margem ocidental do rio Dnirpo.

Artillery units stationed on the Kherson fronts provide intense fire support to the Ukrainian army

Um obus em Kherson

Metin Aktas/Anadolu Agency via Getty Images

A conquista teve um forte cariz simbólico, permitindo à Ucrânia recuperar uma das suas maiores cidades. A Rússia já tinha sinalizado que ficaria em Kherson “para sempre”, logo, a perda desta cidade foi encarada como um pesado revés nas pretensões de Moscovo, mas não motivou uma resposta tão musculada da parte de Vladimir Putin. Até porque o inverno aproximava-se.

Com os primeiros nevões e temperaturas negativas, as tropas ucranianas e russas enfrentaram condições difíceis para se imporem no terreno. Assim sendo, a atenção da Ucrânia virou-se para outro problema: os ataques às infraestruturas civis levados a cabo pela Rússia com drones de fabrico iraniano. Numa altura em que alguns pontos do território ucraniano chegavam aos 20 graus negativos, Moscovo atacou o setor energético do país, deixando a população civil sem luz e sem eletricidade.

A Ucrânia tentou, então, mobilizar a opinião pública internacional para a doação de geradores e também de sistemas de defesa aérea. Havia um desejo em particular na lista de Zelensky: os Patriot, um sistema de mísseis guiados terra-ar norte-americano capaz de atingir um alvo em pleno voo, que tenha sido disparado da terra ou do mar. Tem um cariz essencialmente defensivo, podendo intercetar ataques aéreos até 160 quilómetros — sejam de aeronaves, mísseis balísticos ou até drones.

Patriot Missile Training

Um sistema de mísseis Patriot

Getty Images

Em meados de dezembro, chegou o tão desejado ‘sim’. Os Estados Unidos concordaram enviar o sistema Patriot para a Ucrânia, decisão que foi selada durante a visita de Volodymyr Zelensky a Washington, a primeira visita oficial do Presidente ucraniano após o início da invasão. Simultaneamente, o ponto mais quente da guerra estava no Donbass, mais concretamente em redor da localidade de Bakhmut. O resto do território em disputa continuava congelado — nos dois sentidos da palavra.

De janeiro até à primavera de 2023: a esperada contraofensiva ucraniana

Com a chegada de 2023, e com o permanente conflito congelado no Donbass, a Ucrânia tentou agir. Ainda que o inverno esteja longe de terminar, o solo fica mais rijo (o que facilita a passagem dos carros de combate) e a primavera está mais perto. E, como aconteceu entre abril e junho, é necessário preparar uma contraofensiva para recuperar totalidade do território. Esse é objetivo de Kiev — e também parece ser o do Ocidente.

O tiro de partida foi dado, pela primeira vez no conflito, por França. O país liderado por Emmanuel Macron não costumava estar na dianteira no apoio à Ucrânia (tanto que manteve conversas com Vladimir Putin frequentemente, numa tentativa de manter a porta aberta a uma resolução do conflito pela via diplomática). Mas isso mudou no início de janeiro, quando Paris decidiu enviar os tanques ligeiros AMX-10 RC — os primeiros fabricados no Ocidente que passariam agora a fazer parte do arsenal ucraniano. E isso deu azo a que os dirigentes ucranianos colocassem pressão sobre outros países, nomeadamente a Alemanha. Desde o início da guerra, Kiev aspirava a um acesso aos modernos Leopard-2.

German-French Brigade Holds Military Exercises epa10427151 (FILE) - A German Army 'Leopard 2' tank during the NATO Very High Readiness Task Force Land (VJTF L 2019) exercise in Muenster, northern Germany, 20 May 2019 (reissued 24 January 2023). German Chancellor Olaf Scholz has decided to send Leopard 2 tanks to Ukraine and allow other countries such as Poland to do so while the US may supply Abrams tanks, German media has reported 24 January 2023.  EPA/FOCKE STRANGMANN *** Local Caption *** 55209013

AMX-10 RC (à esquerda), Leopard-2 (à direita)

Getty Images

Mas não foi fácil. Berlim manteve a indecisão durante algumas semanas, temendo que o envio de carros de combate sofisticados pudesse causar uma escalada do conflito. Contudo, outros países — como a Polónia ou a Finlândia — disponibilizaram-se ao enviar os Leopard-2 e aguardavam pela autorização alemã, um passo obrigatório para que os tanques pudessem ser enviados para solo ucraniano.

Apesar da resistência, e de uma primeira ‘nega’ na reunião na base aérea alemã de Ramstein (que ocorreu a 20 de janeiro), a Alemanha acabou por ceder e dar a luz verde para que outros países pudessem enviar os tanques. Esse acabou por ser o mais recente sucesso diplomático da Ucrânia, que acredita que estes carros de combate poderão dar um contributo fundamental, quer na contraofensiva quer no esperado ataque que a Rússia estará a preparar também para a primavera.

Depois da Alemanha, uma coligação de 12 países estará disposta a enviar um conjunto de 80 Leopard-2 para a Ucrânia. Do outro lado do Atlântico, os Estados Unidos (que poderão ter sido fundamentais para desbloquear o impasse, já que Berlim havia dito que apenas avançaria com o envio dos tanques modernos se Washington cedesse a fornecer os seus carros equivalentes às forças de Kiev) decidiram dotar o arsenal ucraniano com 31 tanques Abrams M1.

A Ucrânia falou numa “dia histórico”, mas o entusiasmo durou pouco. Já na reunião em Ramstein Volodymyr Zelensky havia sinalizado que gostaria de contar com os caças modernos do Ocidente, nomeadamente os F-16. A pressão foi aumentando do lado ucraniano, lembrando as vantagens que esses meios aéreos teriam para o desenrolar da contraofensiva.

epa10000233 Polish Air Force's F-16 jets during the Exercise Ramstein Legacy 2022 at the 31st Polish Air Base in Poznan, Poland, 07 June 2022. Poland, Lithuania, Latvia and Estonia will carry out the Exercise Ramstein Legacy, the Allied Air Command's principal Integrated Air and Missile Defense (IAMD) exercise, from 06 to 10 June. 17 Allied and Partner nations are included in the exercise and will integrate the Surface Based Air and Missile Defence (SBAMD) units under NATO Command and Control.  EPA/JAKUB KACZMARCZYK POLAND OUT

Caças F-16

JAKUB KACZMARCZYK/EPA

No entanto, até ao momento, poucos países parecem estar dispostos a entregar caças à Ucrânia. Apenas os Países Baixos e a Polónia já mostraram disponibilidade e França não recusou por completo a ideia. Mas Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido já adiantaram que não estão disponíveis para fornecer a Ucrânia com aviões de combate — os F-16 norte-americanos; F-35 e Typhon, no caso de Londres; e também os Typhon e os Tornado, no caso de Berlim. O treino que é necessário para os manusear, argumentam, demora meses — e pode não vir a tempo da contraofensiva.

Tal como o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, referiu, durante uma conferência de imprensa após o encontro em Ramstein, a Ucrânia tem uma “janela de oportunidade” entre dois momentos: agora e a primavera. Atualmente, o responsável prioriza o envio de armas do Ocidente para a Ucrânia, bem como o treino das tropas ucranianas, de maneira a que estas consigam manusear de forma eficaz o equipamento que lhes tem sido — e continuará a ser — entregue por dezenas de potências ocidentais. Tudo isto será importante para quando Kiev “iniciar a operação”.

Nesta lógica, os Estados Unidos anunciaram, na última quinta-feira, que enviarão mísseis de longo alcance, algo que foi colocado de parte num momento inicial. O Pentágono recuou e decidiu fornecer as tropas da Ucrânia com bombas de pequeno diâmetro e equipamentos para conectar todos os diferentes sistemas de defesa aérea que os aliados ocidentais entregaram a Kiev.

Este armamento vai ajudar a Ucrânia a preparar a contraofensiva e a enfrentar um eventual ataque russo nos próximos tempos. Mas o verdadeiro contributo destes equipamentos no desenrolar do conflito, só no futuro será possível perceber.

Assine o Observador a partir de 0,18€/ dia

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Vivemos tempos interessantes e importantes

Se 1% dos nossos leitores assinasse o Observador, conseguiríamos aumentar ainda mais o nosso investimento no escrutínio dos poderes públicos e na capacidade de explicarmos todas as crises – as nacionais e as internacionais. Hoje como nunca é essencial apoiar o jornalismo independente para estar bem informado. Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.

Ver planos