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Filosofia, eclipses e xoxos bigalhudos? Boa Sorte!

Na radionovela Boa Sorte! existem outras novelas por contar: no behind the scenes desta colaboração entre Rádio Observador e Minipreço, há filosofia de casa de banho, egotrips e barras de cereais.

Entre guiões, gravações e canções, Luciana Abreu, Fernando Rocha, Rita Camarneiro, Vicente Figueira, Maria João Simões e Nelson Ferreira protagonizam o come back do formato de radionovela e o resultado deve-se muito mais ao talento do que à sorte.

Cada personagem teve a sua inspiração, e cada minuto de gravações esteve recheado de boa disposição, fruta, croquetes e rissóis. E só não teve frango assado porque o Fernando Rocha estava ocupado a dar vida e voz ao Joaquim Amâncio da grelha.

Durante 26 episódios, estes 6 personagens choraram, riram, sofreram e apaixonaram-se, mas atrás destas vozes de radionovela, também há muitas histórias para contar, por isso, desejámos “boa sorte ao mais forte e ao mais sortudo, ao mais triste e ao mais sisudo” e fomos ouvir o que as paredes da rádio nos tinham para contar.

Luciana Abreu é Fátima “Fatinha” Abreu

“Xoxos bigalhudos é o mesmo que dizer beijinhos grandes, mas à moda da Fatinha”

Como é ser a estrela de uma radionovela com tantos triângulos e quadrados amorosos?

A radionovela é uma experiência diferente. Estou habituada a gravar novelas, mas na radionovela a nossa interpretação tem que ser ainda mais expressiva e temos que passar as experiências através da fala, porque não há imagem. É uma experiência muito enriquecedora enquanto atriz.

Dar voz à música que serve de genérico e banda sonora de Boa Sorte! foi um desafio? O Emanuel, produtor da música, conseguiu tirá-la da zona de conforto?

Considero-me uma cantora versátil pois interpreto todo o tipo de músicas. Seguir um estilo musical único é algo com que não me identifico. Gosto de cantar desde fado a kizomba, baladas a rock, etc. Assim sendo, gostei muito e até foi fácil para mim interpretar o genérico da radionovela Boa Sorte.

Será que vamos ouvir a música num arraial de santos populares?

Esta música fica no ouvido de qualquer um, por isso, sim, tem potencial para os Santos populares e para todas as festas e romarias.

Há uma coisa que temos mesmo de perguntar: o que são Xoxos Bigalhudos?

Os xoxos bigalhudos são uma expressão criada por mim. Nasceu quando criei a Fatinha. É o mesmo que dizer beijinhos grandes, mas à moda da Fatinha.

Fernando Rocha é Joaquim Amâncio

A filosofia de casa de banho e os salgados proibidos

Qual foi a inspiração para criar a personagem do Amâncio?

Tive de me inspirar numa mistura de pessoas que eu conheço de Rio Tinto que trabalham no talho, juntamente com amigos meus que são eruditos professores e intelectuais, misturar as duas coisas e dar assim uma filosofia de casa de banho.

Também há um poeta romântico dentro do Fernando Rocha?

Há mais um filósofo que tenta perceber o sentido da vida. Também gosto de ir expressando o que sinto em papel, seja o que for desde irritado a feliz, e tenho tido uns bloquinhos de apontamentos meus. Talvez um dia junte esses papeizinhos todos e faça um livro.

Usar apenas a voz para representar o Amâncio foi um desafio?

Foi, porque para não perder genuinidade no meu timbre de voz, tive de fazer um Amâncio do norte, mas ao mesmo tempo intelectual e calmo. O Amâncio tem este instinto de amor e família, e por isso também tem muito de Fernando Rocha.

Na novela, fala-se muito em comida. Qual foi o snack preferido das gravações?

A minha nutricionista não gosta desta pergunta. (risos) Estou proibido de responder, mas houve alguns salgadinhos bastante bons.

Como foi a experiência de estarem todos em estúdio a gravar?

Na vida vamos aprendendo com novas experiências. Estar dentro de um estúdio com tantas pessoas de universos completamente diferentes foi uma experiência única, especialmente porque todos nos demos bem. Parecia um relógio suíço, as peças encaixaram todas na perfeição.

Vicente Figueira é Gabriel Graça

“Na radionovela, coisas que normalmente se dizem com o corpo, têm de chegar através da voz”

De onde é que vem a inspiração para estes personagens tão peculiares?

Acho que a resposta que dou a qualquer tipo de pergunta sobre inspiração é sempre a mesma: o que de mais quotidiano, corriqueiro e banal existir. Os personagens são todos uma espécie de mistura minha e da Rita com os contributos da Luciana, do Fernando e da Maria João.

Como foi a dinâmica nas gravações?

Na radionovela, coisas que normalmente se dizem com o corpo, têm de chegar através da voz. Quem esteve sempre em cima disso foi o extraordinário José Jorge Duarte.

Ao início estávamos todos a apalpar terreno. Na segunda gravação já estávamos todos em casa. É como o Fernando me disse à porta do Observador: “Nós não temos nada a ver uns com os outros, mas, no essencial, comungamos dos mesmos valores”.

Qual foi a maior desgraça que aconteceu ao Gabriel nas gravações? Alguma história engraçada?

A mais engraçada é impossível de isolar. Vão ver os bloopers. Já a maior desgraça que aconteceu ao Gabriel nas gravações foram as horas e os dias. As gravações eram sempre de manhã e calhavam sempre a uma folga.

É difícil o processo de escrever e representar uma personagem como o Gabriel?

Eu tinha imaginado o Gabriel como um rapaz com muito poucas nuances, falta de assertividade e de uma passividade que, no reverso da medalha, até acabaria por lhe dar alguma força. Ele ia ser tão passivo que nenhum ataque lhe poderia ser dirigido. Mas na história ele tem um acidente. E até acaba por se irritar. Escrever é sempre difícil e representar é sempre difícil. Nesse sentido, a desgraça do Gabriel pode ser considerada o meu espaço egotrip. Um mini toque autobiográfico.

Maria João Simões é Beatriz Severo

Da rádio à radionovela

Usar apenas a voz para representar foi desafiante?

O desafio para mim foi mesmo ‘encarnar’ o espírito de uma personagem tão diferente de mim e com tantas ‘nuances’.

Como foi o processo de gravação dos episódios?

Foi muito interessante. Desde assistir às dinâmicas de cada um, ao processo de construção das personagens em cada episódio.

Como locutora, criar uma voz e uma personagem nova foi um desafio?

Não exigiu uma nova voz, mas sim vários registos. Registos a que não estou nada habituada, mas que foram sendo, de certa forma, “impostos” pela personagem no desenrolar dos 26 episódios.

A Beatriz Severo é inspirada em alguém?

Se é, não é da minha família (risos). Têm de perguntar aos guionistas Rita e Vicente.

Os grupos de whatsapp fazem parte da caracterização da Beatriz Severo. E a Maria João Simões, quantos grupos de whatsapp tem?

Muitos. É capaz de ser a única semelhança entre mim e a personagem.

A experiência de Boa Sorte! é para repetir?

Toda a equipa está de parabéns, foi incansável, todos deram o seu melhor, cada um no seu papel mas eu, em particular, estive muito fora da minha zona de conforto. Eu sou mesmo mais rádio… sem novela.

Rita Camarneiro é Alexandra Peninha

“Na rádio ficamos mais concentrados naquilo que a personagem quer comunicar, e isso ajuda”

No guião, há muitos trocadilhos com comida. Tinham algum snack especial para vos inspirar a escrever e gravar?

Nas gravações houve sempre fruta, croquetes e rissóis, a escrever é sempre mais café e barritas.

Enquanto guionista, qual foi a personagem que mais prazer deu a criar?

A personagem da Maria João Simões, a autoritária Beatriz Severo, pela forma como evolui e por ser tão diferente da pessoa que é a Maria.

Devemos preocupar-nos com o eclipse? É uma metáfora para alguma problemática do mundo?

O eclipse representa aquele mal que nos assola. Às tantas não sabemos se está para vir ou se já estamos a vivê-lo, mas funciona como uma metáfora para o constante alarme social.

Usar apenas a voz para representar é mais fácil ou difícil?

Não sei, o corpo às vezes também atrapalha, na rádio ficamos mais concentrados naquilo que a personagem quer comunicar, e isso ajuda.

Gravaram todos ao mesmo tempo no estúdio?

Sim. Só o narrador é que não estava presente, mas isso até ajuda na história. Como foi a interação? Foi ótimo termos estado todos juntos a trabalhar, houve várias tentativas e erros, rimo-nos muito e tivemos um ambiente sempre muito leve e animado.

Nelson Ferreira é o Narrador (ou o Moço que fala por cima da gente)

“Usar apenas a voz acrescenta magia ao imaginário como só a rádio consegue fazer”

De onde vem a inspiração para estas personagens cheias de sabor?

A inspiração vem toda dos talentosos guionistas desta trama. Não me identifico muito com o narrador, mas depois de abordar as suas características em sessões de psicoterapia consegui chegar lá, mais ou menos.

Usar apenas a voz para representar é mais desafiante?

Eu pessoalmente prefiro assim. Acrescenta magia ao imaginário como só a rádio consegue fazer.

 “A voz que fala por cima da gente” é um pouco sarcástica, mas no fundo preocupa-se com as personagens de Boa Sorte!. Há semelhanças com o verdadeiro Nelson?

Claro que sim! Mas tomam-me por alguma besta insensível? Eu já quase chorei pela Peninha…

Como seria um dia na vida do Nelson narrado pelo “Narrador” de Boa Sorte!?

Profundamente desinteressante e rotineiro. A não ser que esse dia fosse uma noite de santos populares. Nesse caso poderiam, pelo menos, contar com algum humor físico.

Enquanto Narrador que vê e ouve tudo, quem é a personagem mais sortuda e a mais azarada?

A sorte e o azar estão sempre a mudar em Boa Sorte. Não sei se já disse, mas já quase chorei pela Peninha

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