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JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

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Idosos, mulheres e a "maioria invisível". PS tenta estancar perdas e acabar por cima

Pedro Nuno Santos fala em "segurar" votos do PS e nos dois grupos de eleitores potencialmente mais próximos. Afasta o fantasma da derrota, com os olhos postos numa "maioria invisível".

“Lutar: sempre. Desistir: nunca”. Na parede da bancada central do pavilhão Bernadino Coutinho, no Marco de Canaveses, está uma faixa amarela com esta mensagem inscrita a azul. Está mesmo em frente de quem fala do púlpito e Francisco Assis aproveita-a para motivar o almoço-comício. Pedro Nuno Santos está desde manhã a garantir que “não há nenhum desânimo” na sua caravana, pressionada por sondagens, e Assis aparece para o defender. O PS vira a vítima de várias frentes em três tempos e aperta no pedido do voto da “maioria invisível”, dos mais velhos e das mulheres.

É a reta final da campanha e a manhã desta quinta-feira começou chuvosa a Norte, com a arruada prevista para a Feira de Gondomar desviada para dentro de um auditório municipal. Mas Pedro Nuno Santos tem tanta pressa que faz logo ali declarações aos jornalistas para fazer entrar nesta campanha uma nova figura: a “maioria invisível”. Essa “grande maioria” é aquela que “não está nas televisões e das redes sociais e que já estava em 2022 sub-representada nas sondagens”, disse apontando para as eleições em que o PS conseguiu uma maioria absoluta.

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No comício da noite, António Vitorino também veio atirar ao “comentariado institucionalizado”, na mesma linha de vitimização do PS face ao tratamento da comunicação social. Não é a primeira vez que esta narrativa se destaca nas intervenções socialistas, o próprio Pedro Nuno Santos fez praticamente todo um discurso, no comício de Santarém, dedicado ao tratamento que a comunicação social faz da sua campanha.

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Pedro Nuno passa mais de metade do tempo a atacar opositores (enquanto jura o contrário)

Segurar o voto das mulheres e dos mais velhos

Com as sondagens desfavoráveis, os socialistas vão garantindo que, distrito a distrito, o contacto feito na rua pelos candidatos locais não tem encontrado resistências nem animosidade e que está a ser fácil mobilizar o partido no apoio ao líder que substituiu António Costa. Aliás, é para este passado que apontam, para 2022, na tentativa de ainda manterem a chama da vitória acesa, esperando que exista uma viragem que desempate as sondagens a seu favor.

O apelo ao voto dos indecisos vai, por isso mesmo, em níveis máximos, com a caravana a inaugurar esta quinta-feira um slogan novo, o “movimento mais um voto”, e o líder a pedir que todos “levem um indeciso a votar”. No topo da lista de prioridade neste apelo estão os mais velhos e as mulheres. Esta quinta-feira, véspera do Dia Internacional da Mulher, Pedro Nuno Santos insistiu neste eleitorado em todas as esquina por onde passou, até no meio da sempre caótica arruada em Santa Catarina.

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É um grupo que os socialistas sabem estar tendencialmente do seu lado e que têm visto o PSD tentar disputar nesta campanha. Em Marco de Canaveses, de manhã, e em Aveiro, à noite, levantou as salas onde falou sempre que se referiu a este assunto. No comício noturno disse mesmo que “a maioria, para não dizer a totalidade, nos avanços nos direitos das mulheres foram com o PS”, chamando a si os votos das eleitoras numa campanha onde o tema até começou por ser posto em cima da mesa quando Paulo Núncio veio colocar na agenda o referendo ao aborto, logo nos dias iniciais.

O outro grupo em que o PS aposta no apelo final é o dos idosos. Pedro Nuno recusa que o PS tenha “usado” os mais velhos para ganhar eleições, mas agora não quer que “nenhum idoso fique em casa”. Não há só indecisos para convencer, os socialistas querem também manter eleitores que têm estado do seu lado, com o líder a enumerar diversas vezes na campanha as seis vezes que o Governo PS aumentou pensões. A dada altura, em Aveiro, Pedro Nuno atirou mesmo aos que “já decidiram votar no PS” para que “segurem” esse voto.

A vítima Pedro Nuno e a sua experiência governativa

Francisco Assis, cabeça de lista pelo Porto, ainda se junta nessa frente de ataque final aos indecisos, mas neste dia quis entrar no apoio pessoal ao líder, dizendo que nesta campanha Pedro Nuno “foi vítima de todos os ataques inimagináveis”. Tudo porque Montenegro falou em “instabilidade emocional” e Assis viu aí “um ataque inadmissível” a um socialista que “é um exemplo de equilíbrio político e em todas as dimensões”.

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António Vitorino juntar-se-ia à noite, no comício em Aveiro, nessa mesma defesa. Não referiu o líder do PSD pelo nome, mas disse que o PS tem de “explicar que estes não são tempos para dar tiros no escuro, para fazer apostas em quem não tem experiência governativa e que o voto deve ser no PS para garantir a estabilidade governativa, o diálogo social e o inquebrantável compromisso com o projeto europeu”.

Num “mundo perigoso” de guerra na Europa, “um massacre em curso em Gaza” e economias europeias em risco, o antigo comissário europeu disse que vão ser exigidas “decisões difíceis” ao próximo primeiro-ministro” e “quem já teve funções governativas sabe que governar é escolher e Pedro Nuno Santos tem essa consciência”.

No palco do auditório do Centro de Congressos de Aveiro, o socialista convidado ainda deixou a convicção de ter o próximo primeiro-ministro vindo do distrito: “Que me desculpem os camaradas de Espinho [terra de Montenegro], mas como se diz nos Oscars, The winner is São João da Madeira.”

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No distrito onde fez o comício da noite tem experiência de sobra, é cabeça de lista pelo distrito desde 2015 e volta a ser agora. É do mesmo distrito de Montenegro e, por isso, faz questão de aproveitar o momento para dizer que só ele “foi candidato por Aveiro e não trocou a sua terra por Lisboa”.

Não se cruzaram no distrito de onde os dois vêm, mas acabaram por quase se cruzarem no distrito vizinho neste mesmo dia. À tarde, PS e AD desceram a Rua de Santa Catarina separados por muito pouco tempo, o suficiente para não haver um choque de caravanas.

Quando Pedro Nuno se enfiou no carro, encharcado já que a chuva não deu tréguas durante boa parte da arruada, Montenegro fazia o caminho que ele próprio acabara de percorrer. Foi a última medição de forças na capacidade de mobilização no mesmo terreno, já que esta sexta-feira o PS desce o Chiado, em Lisboa, mas a AD mudou de planos.

Fotogaleria. Comitivas de Pedro Nuno e Montenegro não se cruzaram, mas viram-se ao longe

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