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JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Mariana van Zeller, uma vida entre o 11 de setembro e onças na Amazónia

Mariana van Zeller é correspondente da National Geographic. Nasceu em Lisboa, vive nos EUA e trabalhou em mais de 50 países. Histórias que contou ao Observador - sem esquecer imigração, droga e Trump.

Mariana van Zeller viu na primeira fila a destruição causada pelos atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque. Passou pela Síria, Nigéria, Gaza e por favelas brasileiras. Já conheceu o lado negro do mundo de formas e maneiras que a maioria nunca poderá ver. Os sítios por onde passou mudaram a forma como vê a vida — mas não o otimismo com que olha para ela. Até porque, e como diz a sorrir, sempre a sorrir, quer perceber “porque é que o mundo funciona da maneira que funciona”.

Nasceu em Lisboa e foi lá que ensaiou a primeira decisão por uma carreira. Estudou Relações Internacionais na Universidade Lusíada e depois estagiou durante dois anos na SIC, num programa de viagens. “Decidi bastante cedo que não queria trabalhar num programa de viagens”, explica, pelo canto do olho, quase a deixar perceber que adivinhou que estava talhada para ser a pessoa que viaja e não a pessoa que fala sobre as viagens. Candidatou-se a um mestrado em Jornalismo na Columbia University Graduate School of Journalism por três vezes: à primeira tentativa, não foi aceite. À segunda, ficou em lista de espera. Depois de enviar a terceira candidatura, apanhou um avião para Nova Iorque e bateu à porta do reitor da universidade. O que tinha a dizer era bastante simples – o seu maior sonho era ser jornalista nos Estados Unidos. Impressionado, o reitor aceitou a candidatura.

Tudo isto em 2001. Ano em que a vida de Mariana, hoje com 41 anos, ia conhecer uma viragem digna de filme. No dia 11 de setembro de 2001 estava em Nova Iorque. Recebeu uma chamada da SIC, onde tinha estagiado, e ficou a saber que dali a três horas iria estar em direto para Portugal inteiro a explicar que um avião tinha colidido com uma das Torres Gémeas. O resto não é história: é jornalismo.

Estava desempregada, era freelancer, não tinha dinheiro. Fui para a Síria como estudante, não podia ir como jornalista porque o regime não permite o jornalismo aberto. Então comecei a vender tapetes. Comprava tapetes e enviava para a minha mãe, para as minhas tias, para a minha família. E foi assim que eu consegui ficar na Síria durante um tempo.

Em 2001 teve de entrar em direto, sem preparação, depois do 11 de setembro. Foi aí que percebeu o que iria fazer para o resto da vida?
Não, foi passada meia hora desse exato momento. Tinha 24 anos e nunca tinha feito um direto na vida, era bastante verde. Tinha trabalhado para a SIC, mas num programa de viagens. Decidi bastante cedo que não queria trabalhar num programa de viagens, queria fazer jornalismo de investigação. O 11 de setembro aconteceu e fui para o topo de um prédio onde estavam jornalistas de todo o mundo a fazer vivos. Fiz o meu vivo, estava bastante nervosa e acabei praticamente em êxtase por ter conseguido. Passados poucos minutos, desci o elevador, saí à rua e comecei a ver as primeiras pessoas com cartazes com fotografias dos filhos, das mães, dos irmãos, todos desaparecidos. Foi aí que percebi: “Isto é uma tragédia. Há muitas pessoas mortas”. E comecei logo com várias perguntas na minha cabeça: “Quem fez?”, “como é que fizeram?”, “porque é que fizeram isto?”. E foi aí que decidi que não queria fazer o tipo de jornalismo que demorava um minuto, em que eu fazia um vivo e acabava, o que eu queria mesmo fazer era jornalismo que dava mais contexto, documentários. Queria ser documentarista. Fazer documentários mais longos em que pudesse dar um contexto mais profundo sobre cada um destes temas e perceber porque é que tragédias como aquela acontecem no mundo. No fundo, porque é que o mundo funciona da maneira que funciona.

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Dois anos depois esteve na Síria no início da invasão norte-americana ao Iraque. Como é que uma jornalista vive infiltrada na Síria?
O percurso que me levou à Síria foi o facto de ter estado no 11 de setembro em Nova Iorque. E pouco depois, passado um ano e meio, houve a invasão dos Estados Unidos no Iraque como resposta aos atentados. O facto de eu ter estado em Nova Iorque durante os ataques despertou-me uma grande curiosidade sobre quem é que estava por detrás dos atentados e porquê. E quando começou a invasão eu queria estar por dentro da ação e queria também aprender árabe. Estava desempregada, era freelancer, não tinha dinheiro. Fui para a Síria como estudante, não podia ir como jornalista porque o regime não permite o jornalismo aberto.

O que fez então?
Comecei a vender tapetes. Comprava tapetes e enviava para a minha mãe, para as minhas tias, para a minha família. Elas davam lanches com amigas, vendiam os tapetes e depois mandavam-me o dinheiro. E foi assim que eu consegui ficar na Síria durante um tempo. Depois comprei uma câmara pequena, daquelas de turista, e contei a minha primeira história sobre os sírios que estavam a passar a fronteira para o Iraque para lutar contra a invasão norte-americana. Foram os primeiros sinais de uma insurgência. E foi com essa mini câmara que eu fui até à fronteira com um amigo sírio, que era dessa terra de onde muitos destes jihadistas estavam a sair, e com o meu – na altura – namorado, agora marido. Fingíamos que éramos turistas, tínhamos sempre a polícia secreta atenta, estão por todo o lado, infiltrados em todo o lado. E aquela era uma zona que tinha uma grande presença da Al-Qaeda: hoje em dia é a última zona totalmente controlada pelo Estado Islâmico. Passámos uma semana e no fim conseguimos filmar vários jihadistas. Mas sempre a dizer a toda a gente que éramos turistas. E achavam sempre muito estranho porque nunca tinham visto turistas naquela zona.

O “na altura namorado, agora marido” é Darren Foster, antigo colega de turma em Columbia e atual produtor e realizador da National Geographic. Juntos, são pais de Vasco. Darren está presente durante o decorrer da entrevista e arranha algumas palavras em português. Sempre que não se recorda de um pormenor, a solução de Mariana é imediata: pedir ajuda ao marido, que trata simplesmente por “D”. Quando fala sobre as viagens e aventuras, além do sorriso, há um acessório do qual a jornalista não abdica. O “nós”. Mariana não viu, não fez, não viajou — eles viram, eles fizeram, eles viajaram.

A portuguesa, que entretanto adquiriu cidadania norte-americana e já votou nas eleições presidenciais de 2016, foi correspondente do programa “Vanguard” na Current TV, o canal de televisão de Al Gore, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos. Colaborou com a Fusion TV e é correspondente do National Geographic. É precisamente devido à National Geographic Summit 2018 que deixou a casa em Los Angeles e está em Lisboa durante uns dias.

Os Estados Unidos, além de lar, tornaram-se também pano de fundo de muitas das histórias que conta. Em 2009, venceu o Peabody Award com a reportagem “The OxyContin Express”, sobre o abuso de distribuição de fármacos em clínicas da Flórida: região a que chamou “a Colômbia dos Estados Unidos”. Descobriu um tema predileto. Conta que os Estados Unidos vivem a maior epidemia de droga da sua história. Em 2017, voltou a ser premiada com o documentário “Death by Fentanyl”, sobre a substância que matou Prince. Andou, passeou e investigou – sempre acompanhada pelo marido – pelo cartel mexicano de Sinaloa, território do barão da droga El Chapo. Há quem abra a Netflix para ver “Narcos”, Mariana viveu “Narcos”.

Em agosto de 2017, em Gaza.

Mas existe outro tema que lhe é querido. Ou melhor, e tal como explica, que lhe está “próximo do coração”. Porque Mariana van Zeller, ainda que a sua história seja “bastante fácil e de grande felicidade a alegria”, foi uma imigrante nos Estados Unidos. Em 2011, realizou “This (Illegal) American Life”, onde contava as histórias de dois imigrantes em busca do american dream: uma estudante da Universidade da Califórnia e um trabalhador numa plantação de morangos. Sete anos depois, uma eleição de Trump depois e um fim do estatuto DACA depois, tem “a maior curiosidade” em mergulhar de novo no tema e descobrir o que mudou no pós-Obama.

Usei uma câmara secreta em que mostrei como é que isto [prescrição de medicamentos] era feito: chegavas e eles diziam "o que é que tu queres?" e era prescrição atrás de prescrição destes remédios que são super viciantes e perigosos se tomados sem a prescrição certa e sem a atenção do médico. Muita gente ficou muito rica, inclusivamente a farmacêutica que fazia esses medicamentos.

Venceu o duPont-Columbia Award em 2017 com o trabalho “Death by Fentanyl“. Em 2009, já tinha vencido o Peabody Award com o documentário “The OxyContin Express” que depois teve o seu seguimento com “Gateway to Heroin“. Encontrou aqui um tema que lhe interessa particularmente?
Na altura, estava a trabalhar para a Current TV, o canal de televisão do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore. E tínhamos lido, num artigo de jornal, uma história muito pequenina em que referiam umas clínicas na Flórida onde estavam a fazer uma grande distribuição destes medicamentos de prescrição que são altamente viciantes. Achei bastante interessante e passadas algumas semanas viajámos até à Flórida. Estivemos vários meses a fazer esta investigação e vimos que pessoas de vários sítios dos Estados Unidos viajavam até à Flórida para visitar estas clínicas onde estavam médicos que passavam prescrições sem sequer olhar para o paciente.

Como foi feita essa reportagem?
Usei uma
câmara secreta em que mostrei como é que isto era feito: chegavas e eles diziam “o que é que tu queres?” e era prescrição atrás de prescrição destes remédios que são super viciantes e perigosos se tomados sem a prescrição certa e sem a atenção do médico. Muita gente ficou muito rica, inclusivamente a farmacêutica que fazia esses medicamentos e hoje em dia, – e isto já foi há 12 anos, foi no início desta crise – por causa destes medicamentos, do OxyContin, os Estados Unidos vivem a pior epidemia de droga da sua história. Mais de 100 pessoas por dia morrem por causa dos opiáceos. E tudo começou por causa da distribuição fácil do OxyContin. Desde aí, já fiz um documentário sobre as pessoas que não conseguiam chegar ao OxyContin, porque a legislação mudou, parte da legislação da Flórida mudou por causa do nosso documentário. Como o acesso ao OxyContin era mais difícil as pessoas começaram a fazer heroína: a heroína estava em declínio há anos mas agora, por causa do OxyContin, existe uma epidemia enorme de heroína nos Estados Unidos. E há dois anos descobrimos uma nova droga que é 50 vezes mais poderosa do que a heroína, o fentanyl, que matou o Prince.

Foi a primeira reportagem feita na televisão sobre o fentanyl…
Sim, foi a nossa porque ainda tínhamos vários conhecimentos nesse mundo e foi um polícia dos Narcóticos que nos ligou a dizer que existia esta nova droga. Acabámos por ir ao território do El Chapo, no cartel de Sinaloa, no México, para ver como é que a distribuição estava a ser feita não só a nível farmacêutico, porque o fentanyl também é uma droga de prescrição que se tornou uma droga de rua, mas também como é que estavam a empacotar e a enviá-lo para os Estados Unidos.

This (Illegal) American Life” é de 2011, altura em que Barack Obama era o presidente dos Estados Unidos. Sete anos depois, a vida dos imigrantes ilegais está ainda mais dificultada, com a eleição de Donald Trump e o fim dos estatutos DACA. Tem curiosidade de voltar ao tema? De contar as histórias atuais?
Tenho a maior curiosidade! A imigração é um dos temas mais próximos do meu coração, já fiz vários trabalhos e reportagens sobre imigração, é super importante para mim. Porque eu também sou uma imigrante nos Estados Unidos e, embora a minha viagem para lá tenha sido bastante fácil e de grande felicidade e alegria, a destes imigrantes de que eu falei na reportagem e muitos destes imigrantes de que o presidente Donald Trump fala, a viagem deles em perseguição dos sonhos e de uma vida melhor é muitas vezes de grande sofrimento e dificuldade até chegar lá. O meu percurso é diferente mas o objetivo final é o mesmo: ter uma vida melhor e alcançar os nossos sonhos. Como jornalista tento ser objetiva e não gosto de ter opiniões políticas, mostro o que está a acontecer e deixo que os meus espectadores tenham a opinião que eles querem, mas em relação ao Donald Trump tem sido difícil. Eu já fiz tantas histórias sobre imigração e já passei tanto tempo com estes imigrantes que ele chama de violadores, ladrões e todos os outros nomes que há para chamar. São pessoas com quem eu já passei tanto tempo, que eu conheço e de quem me sinto muito próxima. Parte-me sempre o coração.

Por vezes, faltam-lhe as palavras em português. Não por se ter esquecido – fala um português fluente e sem qualquer sotaque, como se nunca tivesse saído de Lisboa – mas porque o hábito de construir frases em inglês se tornou demasiado grande para poder contrariar. Não tem qualquer pudor em parar para pensar uns segundos e recordar-se de como dizer o que quer dizer. Deixa claro que prefere isso a introduzir inglês no meio do discurso.

Talvez, por força do normal e dos clichés, fosse de esperar que Mariana van Zeller se apresentasse como o tipo de jornalista que perdeu o medo da morte. A verdade é que não fala da morte. Mas fala do medo: e de como a preparação não a torna imune ao nervosismo, mas não a deixa correr riscos desnecessários. Na Amazónia, esteve rodeada de cobras e sapos venenosos, a segundos de ser atacada por um jaguar e com onças por perto. Mas o perigo chegou de outro lado. Meses depois, foi diagnosticada com leishmaniose, uma doença que nem sequer conhecia. “Podemos fazer os planos todos que quisermos e no fim, quando chegas ao terreno, tudo é diferente”, conta.

Esteve no Uganda a investigar movimentos anti-gay. De colete anti-balas vestido nas favelas brasileiras. Viveu os últimos dias da guerra civil no Sri Lanka. Olhou com olhos de ver para o conflito petrolífero na Nigéria. Pelo meio, a propósito do Campeonato do Mundo de futebol em 2010, lembrou-se de ir conhecer o lado negro e racista do futebol sul-africano. Mariana, se fosse ela própria futebolista, seria guarda-redes, avançada e até treinadora. “Tem a ver com a curiosidade!”, justifica, para depois defender que “no jornalismo temos tanta sorte porque é a única profissão no mundo em que nos pagam para satisfazermos a nossa curiosidade”. Não se fecha em caixas e não diz que não a nenhum tema. Porquê? “Porque há sempre histórias à nossa volta”.

Fiz uma reportagem em que estive vários dias com herpetólogos, que estudam animais venenosos, e passámos uma noite inteira com botas altas por causa das cobras, completamente às escuras à procura de cobras e de outros animais venenosos. E eu estava cheia de medo. Voltámos e falaram-nos de onças. Havia todos estes animais e eu a dormir vários dias numa rede ao ar livre, no meio da Amazónia.

A Mariana tem um filho. Como é que lhe vai explicar o que é o perigo depois de ter estado num cartel, numa favela, a ser perseguida por soldados que poderiam ser da Al-Qaeda ou quase a ser atacada por um jaguar na Amazónia?
Todas estas histórias que eu faço parecem muito perigosas porque vou para sítios que não são os mais seguros. Mas antes de qualquer das histórias que nós fazemos há sempre muitas semanas de preparação para ter a certeza de que não estou a tomar riscos que não sejam pensados. Há muita preparação que é feita antes de cada uma dessas histórias e não houve nenhuma que eu tenha feito em que tenha pensado “ah, aqui posso correr um perigo sério de morrer”. É importante tomar riscos. Não riscos de ir aos países onde eu vou, mas de sairmos um pouco da nossa zona de conforto quando estamos à procura do nosso sonho. Mas os riscos podem vir de vários sítios.

Como por exemplo…
Eu fiz uma reportagem na Amazónia em que estive vários dias com
herpetólogos, que são pessoas que estudam animais venenosos, cobras e sapos venenosos, e passámos uma noite inteira com botas altas por causa das cobras, completamente às escuras – na Amazónia é completamente escuro à noite, não se vê nada – à procura de cobras e de outros animais venenosos. E eu estava cheia de medo. Voltámos e falaram-nos de onças. Havia todos estes animais e eu a dormir vários dias numa rede ao ar livre, no meio da Amazónia. E eu tinha medo e estive nervosa todo o tempo em que lá estive. O que aconteceu foi que não fui atacada por nenhum destes animais, vi animais incríveis e foi uma experiência que nunca mais vou esquecer. Voltei para os Estados Unidos e passados alguns meses descobri que tinha leishmaniose, um bicho microscópico que eu tinha apanhado e que nem sabia que existia. Tive de fazer um tratamento durante dois meses e foi bastante doloroso, não pude ficar grávida durante dois meses. Portanto, às vezes são as coisas que nós menos esperamos que nos podem acontecer. Mas acho que não houve nenhuma situação em que eu pensasse: “Talvez não seja uma coisa muito esperta de se fazer, pode correr mal”. E podemos fazer os planos todos que quisermos e no fim, quando chegas ao terreno, tudo é diferente.

Como é que escolhe os temas a abordar? Já investigou movimentos anti-gay no Uganda, as favelas brasileiras e a guerra civil no Sri Lanka. São temas muito diferentes. Lê alguma coisa, é-lhe dada alguma pista…?
Muitas vezes é um artigo de jornal, duas frases sobre uma coisa que me desperta a atenção e começo a procurar mais. Eu digo sempre que em cada viagem que faço volto para casa com cinco ou dez ideias novas que quero fazer, em que quero voltar àquele país para fazer. Mas acho que tem a ver com a curiosidade! Eu acho que no jornalismo temos tanta sorte porque é a única profissão no mundo em que nos pagam para satisfazermos a nossa curiosidade. Acho que desde que vamos lendo muito e sejamos curiosos há sempre histórias à nossa volta. Os estudantes de jornalismo perguntam-me sempre: “Eu quero ser jornalista, não sei por onde começar e não tenho muitos recursos para viajar, o que é que eu faço?”. E muitas vezes as melhores histórias estão a acontecer ao nosso lado. E são as histórias em que vamos ter mais paixão. Vais ser a pessoa certa para contar essa história porque está a acontecer mesmo no teu bairro, na tua cidade, é um sítio que tu conheces bem. Por isso, às vezes, não é preciso procurar longe.

Em 2013, quando palestrou nas Conferências do Estoril, começou por dizer que metade das caras que via na plateia eram familiares. Mariana van Zeller deixou Portugal para estudar e porque sonhava ser jornalista nos Estados Unidos. Mas está constantemente à procura de motivos para voltar e há anos que apresenta propostas de reportagens no nosso país. Ainda não teve sorte. Mas garante: “A história que me falta fazer é qualquer história em Portugal”.

E qual é a grande história que ainda lhe falta fazer?
Estou sempre a tentar encontrar desculpas para vir a Portugal. Estou sempre a enviar aos meus patrões ideias de histórias em Portugal. Até agora ainda não funcionou muito. Já fiz algumas histórias em Portugal, há muitos anos, mas nos últimos dez anos nenhum dos meus patrões aceitou histórias que eu queria fazer aqui. Eu diria que a história que me falta fazer é qualquer história em Portugal. Qualquer história que me traga a casa é uma história que me faria feliz.

Pergunto em quantos países esteve no último ano. Começa a contar pelos dedos: “Israel, Argentina, Sérvia, México…”. A dada altura, grita para o marido: “D, last year, how many countries have I been to?” (“D, no ano passado, em quantos países é que eu estive?”). Darren faz uma expressão de quem não faz qualquer ideia da resposta. “No último ano, devo ter estado em dez países. Mas acho que já trabalhei em mais de 50”, responde.

E o preferido? “Portugal. Portugal, claro, sempre Portugal”.

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