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Os dados oficiais são disponibilizados pelo Ministério da Educação. Em parceria com a Nova SBE, o Observador cria a ordenação das escolas
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Os dados oficiais são disponibilizados pelo Ministério da Educação. Em parceria com a Nova SBE, o Observador cria a ordenação das escolas

Jaime Ribeiro

Os dados oficiais são disponibilizados pelo Ministério da Educação. Em parceria com a Nova SBE, o Observador cria a ordenação das escolas

Jaime Ribeiro

Média mais alta do 9.º ano é do Grande Colégio Universal. Escola de música de Braga tem o melhor resultado das públicas

Foi no Porto que os alunos conseguiram a melhor média nos exames de 9.º ano (4,53 valores). Entre as públicas, a média mais elevada é de 3,89, no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian.

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Todos os gráficos são interativos. Passe o cursor sobre as tabelas para ver mais informação.

No topo da tabela, que junta 1.177 escolas, o norte do país destaca-se. E, dentro dessa região, o distrito do Porto sobressai com mais intensidade. Os alunos do Grande Colégio Universal foram aqueles que conseguiram a média mais elevada nos exames nacionais do 9.º ano (4,53 valores, numa escala de 1 a 5), colocando a sua escola no 1.º lugar do ranking clássico do 3.º ciclo. Lá em cima, onde estão as escolas com melhor classificação, as seis primeiras ficam na região norte (metade delas no Porto), havendo ainda lugar nos dez primeiros lugares para dois colégios de Lisboa, um de Sintra e um da Maia.

A primeira escola pública a surgir na tabela, em 31.º lugar, também fica no norte, no centro da cidade de Braga: é a Escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, onde os alunos alcançaram uma média de 3,89 valores. Nos 100 primeiros lugares, há 11 escolas do Estado.

No Grande Colégio Universal, conhecidos os rankings das escolas, a comunidade tem dois motivos para celebrar: não só consegue o 1.º lugar na ordenação do 9.º ano como também consegue o 2.º lugar no ranking dos exames do secundário. De resto, tem tido bons resultados desde que o Observador começou a ordenar, em parceria com a Nova SBE, os rankings das escolas.

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A comparação tem, no entanto, um problema: há um hiato de dois anos, devido à pandemia, e os últimos rankings do 9.º ano são de 2019. Nesse ano, o colégio ficou em 7.º lugar.

Continuando no Porto, o 2.º lugar é para o Externato das Escravas Sagrado Coração de Jesus (4,4 valores), a mesma privada que em 2019 ficava em 1.º lugar nos rankings do Observador. De inspiração católica, desde 1940 que as Irmãs dão aulas na cidade e, desde 1957, no edifício atual.

Fazendo um desvio de 45 minutos, para viajar do Porto até Barcelos, chegamos ao 3.º lugar do pódio: o Conservatório de Música da cidade, onde os alunos conseguiram uma média de 4,27. Esta é a primeira de várias escolas de música onde os alunos obtêm tradicionalmente bons resultados académicos. Em 2019, estava em 13.º lugar.

Segue-se uma viagem mais curta, de menos de meia hora, para chegar a Braga. Aí está o Colégio D. Diogo de Sousa, presença habitual no topo da tabela, seja ela do 9.º ano ou do secundário. Desta vez, na escola católica, os alunos tiveram uma média de 4,22 valores no ranking do ensino básico, ficando em 4.º lugar.

Mantendo a viagem pelas escolas do norte, o 5.º lugar está um pouco abaixo de Braga e mais junto ao litoral. Em Vila Nova de Gaia, os alunos do Colégio de Nossa Senhora da Bonança tiveram uma média de 4,22 e, ali quase ao lado, atravessando o rio Douro, os estudantes do Colégio Nossa Senhora do Rosário ficam com o 6.º lugar graças à média 4,2 valores.

O caminho segue agora para sul. Em Lisboa, o Externato As Descobertas fica em 7.º lugar (4,14 valores) e, em Sintra, o Colégio dos Plátanos fica em 8.º (4,14). É preciso voltar a subir, desta vez até à Maia, ao Colégio Novo, para descobrir o 9.º lugar do ranking. Depois, fechamos o top 10 na capital do país, no Colégio Moderno de Lisboa.

Escola de música de Braga destaca-se entre as escolas públicas

Num ranking dominado por privadas — no top 100, há 89 colégios — importa olhar para o lugar das públicas. A primeira a surgir aparece na 31.ª posição, e é a Escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, em Braga (com uma média de 3,89 valores). As escolas de música, pelas características que têm, costumam ficar bem colocadas nos rankings. O motivo já foi tema de um artigo do Observador e está muito ligado aos estudantes de música: têm de ser autónomos, possuir uma capacidade enorme de resistir à frustração, ser capazes de respeitar os outros e de se apresentar em público.

As obrigações que têm e as capacidades que desenvolvem por causa do instrumento que tocam não se desligam quando entram nas aulas de Português ou Matemática — e essa é uma das explicações para os seus bons resultados académicos.

Rankings de escolas. O que é que a música tem, que faz bons alunos como ninguém?

No top 10 das escolas públicas, há mais escolas artísticas, como é habitual, e já lá chegaremos. Vamos, por agora, continuar a descer a tabela. Saindo da escola bracarense (que em 2018 também era a primeira entre as públicas e, em 2019, era a 2.ª), vários lugares abaixo, em 50.º lugar, surge o segundo estabelecimento público, a Básica Vasco da Gama, em Lisboa.

Esta é uma das públicas que habitualmente está entre as melhores classificadas quando se olha para a rede de ensino estatal. Em 2019, por exemplo, estava em 35.º lugar do ranking dos exames e era a terceira escola pública onde os alunos tinham médias mais elevadas.

Esse terceiro lugar das públicas (35.º do ranking geral) é, em 2022, entregue à Escola Secundária Eça de Queirós, na Póvoa de Varzim, enquanto a Escola Básica e Secundária da Quinta das Flores, em Coimbra, é a quarta classificada (41.º lugar em 1.177 escolas). Em relação ao último ano em que houve rankings de 9.º ano, ainda numa fase pré-pandemia, ambas melhoraram — estavam em 62.º lugar (8.ª entre as públicas) e 44.º na tabela geral (5.º no top da rede estatal).

Continuando em Coimbra, encontra-se o quinto lugar das escolas do Estado: a Secundária Infanta D. Maria, 65.º lugar do ranking geral, que, na maioria dos anos, é a escola pública com melhor classificação do concelho. Em 2017, foi mesmo a melhor escola estatal de todo o país.

Chegamos então às escolas artísticas: a de Música (6.º) e a de Dança (7.º) do Conservatório Nacional, em Lisboa, são as públicas que se seguem, ficando em 72.º e 73.º lugar no ranking geral, ambas com médias ligeiramente acima dos 3,5 valores.

Descendo alguns degraus, até à posição, 88.º, encontramos, de novo, arte. A Escola Artística do Conservatório de Música do Porto está em 8.º lugar entre as públicas, quase a encerrar o top 10.

Falta ainda a Escola Secundária Dr. Mário Sacramento (88.ª posição), em Aveiro, e o lugar final vai para a escola que se encontra em 98.º lugar — ou seja, as 10 escolas públicas com melhores resultados estão todas no top 100 do ranking dos exames.

Assim, a encerrar, o top 10 das públicas fica a Escola Secundária de Caldas de Vizela.

Está em Figueiró dos Vinhos a escola que mais puxa pelos alunos desfavorecidos

Em 2019, a Escola Secundária de Figueiró dos Vinhos estava em 714.º (em 989 escolas) nos chamados rankings de sucesso. No ano anterior, surgia em 749.º (em 1.015). Agora, aparece em 1.º lugar, o que faz dela a escola do país que mais puxa pelos alunos carenciados, conseguindo que os estudantes com ASE tenham um resultado 19,75% acima da média nacional.

Nesta unidade orgânica, cerca de 36% dos alunos têm apoio estatal e todos eles conseguiram fazer o 3.º ciclo nos 3 anos esperados.

Se em Figueiró dos Vinhos há uma subida enorme, em Campo de Besteiros há uma grande queda. Em 2019, quando se olhava para os rankings de sucesso, era a Escola Básica de Campo de Besteiros que aparecia em 1.º lugar. Agora está na 479.ª posição.

Regressando à tabela, e ao top 10 das escolas que mais puxam pelos alunos desfavorecidos, verifica-se que em apenas duas delas houve uma fatia fina de alunos com apoio da Ação Social Escolar que ficaram retidos durante o 3.º ciclo. É o caso das escolas que ficam em 7.º e 9.º lugar. Na Escola Básica D. Pedro Varela, no Montijo, 91% dos alunos desfavorecidos completaram em três anos o 3.º ciclo, como esperado. Na Escola Básica de Eiriz, Baião, 90% dos alunos conseguiram fazer o 7.º, o 8.º e o 9.º ano sem chumbos.

Nas demais — Básica Gomes Monteiro, Boticas (2.º); Básica Miguel Leitão de Andrade, Pedrógão Grande (3.º); Básica José Saraiva, Leiria (4.º); Básica de Pardilhó, Estarreja (5.º); Básica D. Afonso Henriques, Creixomil, Guimarães (6.º); Escola Básica Conde de Oeiras, Oeiras (8.º); Escola Básica e Secundária Soares Basto, Oliveira de Azeméis (10.º) —, todos os alunos com ASE fizeram o 3.º ciclo sem chumbar.

Em 810 escolas que surgem neste ranking, há 57 em que todos os alunos desfavorecidos conseguem fazer o ciclo no tempo esperado.

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