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Filipe Teixeira (o quarto a contar da esquerda) almoçou com o Papa Francisco na edição de 2013 da JMJ, no Rio de Janeiro
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Filipe Teixeira (o quarto a contar da esquerda) almoçou com o Papa Francisco na edição de 2013 da JMJ, no Rio de Janeiro

Fotografia cedida por Filipe Teixeira

Filipe Teixeira (o quarto a contar da esquerda) almoçou com o Papa Francisco na edição de 2013 da JMJ, no Rio de Janeiro

Fotografia cedida por Filipe Teixeira

"O Papa tem uma imagem muito clara sobre os desafios dos jovens." Filipe, o português que almoçou com o Papa na JMJ do Rio de Janeiro

Na JMJ, o Papa tira um dia para almoçar com um pequeno grupo de jovens. Em 2013, no Brasil, um português esteve lá. No podcast "Geração Francisco", da Rádio Observador, Filipe Teixeira conta como foi.

É uma tradição instituída há vários anos na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o grande evento da Igreja Católica que a cada três anos reúne centenas de milhares de jovens num lugar do mundo para um encontro com o Papa, e que este ano chega pela primeira vez a Portugal: num dos dias da JMJ, o Papa tira umas horas para almoçar com um restrito grupo de jovens. São pouco mais de uma dezena e, na refeição com o Papa, representam os cinco continentes. O momento faz parte da agenda privada do Papa e, de certo modo, permite ao líder da Igreja Católica cumprir, a uma pequena escala, um dos grandes objetivos da Jornada Mundial da Juventude: tomar o pulso à geração de jovens que tem pela frente, conhecer-lhes as preocupações e inquietações e perceber a forma como a fé lhes pode dar respostas.

Este ano, a tradição vai repetir-se. O programa oficial da JMJ de Lisboa, que se realiza na capital portuguesa na primeira semana de agosto, inclui um “almoço com os jovens” na Nunciatura Apostólica às 12h00 de dia 4 de agosto, sexta-feira.

Mas o que acontece durante esse almoço? De que conversam o Papa e 12 jovens? O designer português Filipe Teixeira, de 39 anos, é testemunha privilegiada desse momento: em 2013, na Jornada Mundial do Rio de Janeiro (a primeira realizada num país de língua portuguesa), Filipe foi um dos 12 jovens selecionados para participar no almoço. Na altura com 29 anos de idade, o jovem português estava no Rio de Janeiro como voluntário de longa duração — passou nove meses no Brasil a trabalhar como designer no departamento de comunicação da JMJ — e, quando recebeu o convite para integrar o grupo, não acreditou. Foi preciso alguma insistência para o fazerem ver que o convite era real e que Filipe iria, juntamente com uma voluntária francesa, representar o continente europeu no almoço com o Papa. O acontecimento marcou-o de tal forma que, no ano seguinte, escreveu um livro sobre o assunto.

[Ouça aqui o primeiro episódio do programa Geração Francisco, da Rádio Observador:]

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A Igreja ainda é para jovens? Um almoço com o Papa

Filipe Teixeira, que também já trabalhou no departamento de comunicação do Patriarcado de Lisboa, é um veterano da JMJ: já participou em oito edições (Roma, Toronto, Colónia, Sidney, Madrid, Rio de Janeiro, Polónia e Panamá), mas assegura que a Jornada de 2013, que incluiu um longo voluntariado e o almoço com o Papa Francisco, foi um dos pontos altos. A um mês do arranque da JMJ de Lisboa, foi o primeiro convidado do podcast Geração Francisco, da Rádio Observador, em que contou a sua experiência no Rio de Janeiro e falou das suas expectativas para a edição portuguesa. O programa vai para o ar todas as sextas-feiras do mês de julho depois do noticiário das 14h00 — e fica disponível em podcast no site do Observador e nas plataformas habituais.

Filipe Teixeira foi um dos dois jovens europeus no almoço com o Papa Francisco na edição de 2013 da JMJ, no Rio de Janeiro

Fotografia cedida por Filipe Teixeira

“Sinceramente, achei que seria uma brincadeira”

Como é que isto aconteceu? Como é que acabou a almoçar com o Papa Francisco?
Até hoje, há uma pergunta que faço e insisti em não obter resposta, que é o porquê. Porque é que isto aconteceu, de facto? Eu estava lá, estive durante nove meses, e o tema do almoço, apesar de, na comunicação, trabalharmos tudo o que são eventos dentro da Jornada, nunca tinha sido colocado para ser trabalhado, por ser um evento privado. Nesse sentido, nunca foi sequer um pensamento ir, ou poder ir, ao almoço. E a coisa dá-se: a 11 dias, quem tinha permissão de convidar os jovens — grande parte desse grupo foi a partir de jovens que lá estavam a trabalhar, tal como eu, com mais ou menos tempo, de todo o mundo —, o convite dá-se. E foi aquele momento.

Telefonaram-lhe? Quem é que o convidou?
Neste caso, foi o responsável de um dos departamentos, das Relações Internacionais, que me fez o convite. Foi muito curioso, porque aquilo surgiu mais ou menos 11 ou 12 dias antes da JMJ. Naquele primeiro choque, eu, sinceramente, achei que seria até uma brincadeira. Mas achei mesmo, de facto. E, depois de alguma insistência, acabaram por me convencer de que, se calhar, poderia ser.

Já vamos falar sobre a experiência de voluntariado — esteve lá nove meses antes da Jornada —, mas como foi esse almoço? Qual é o objetivo desse encontro do Papa com os jovens de modo tão íntimo?
O conceito deste almoço é ter à mesa uma representação dos cinco continentes. Perante isso, estamos a falar num momento em que, aqui, a comida até acaba por ser o menos importante.

Não se lembra do que foi a ementa?
É verdade, não me lembro do que foi a ementa. Tenho lá [em casa]. Aliás, a Aura Miguel, no mais recente livro, acabou por publicar a ementa completa. Aquele passa a ser um momento em que temos oportunidade de sermos, entre aspas, porta-vozes daquilo que representamos. Do país, ou pelo menos do continente de onde vimos. Comigo, a representar a Europa, esteve também uma voluntária francesa, a Anne Sophie. Fomos os dois os representantes do continente europeu.

Quantos jovens estavam no grupo que almoçou com o Papa?
Creio que éramos 12.

E de que é que falaram? Como foi essa conversa?
Foi cerca de 1h20, até a segurança vir chamar-nos e terminar com o almoço. Falámos de vários assuntos. Aliás, nós estamos num ambiente muito propício, como se fosse uma espécie de avô, um almoço de família em que o avô tem oportunidade de responder a algumas perguntas. Foi muito variado. Desde perguntar como é que posso ter a certeza da minha vocação, como é que isso pode acontecer, como é que a Igreja pode melhorar nesta ou naquela realidade. A pergunta que eu fiz, porque nós estávamos em 2013, os jovens estavam — muito curiosamente, como estamos hoje — afundados, com incerteza em relação ao futuro, na altura da troika, e colocava-se muito a pergunta: “O que é que os jovens podem fazer?” E eu fiz a pergunta: “O que é que o Papa pode dizer aos jovens?” E recordo-me muito, ainda hoje, porque acho que é muito atual. O Papa respondia que é importante os jovens não perderem a esperança. Creio que até acaba por ser essa, um bocadinho, a mensagem que o Papa Francisco deixa noutros encontros aos jovens de todo o mundo.

"Falámos de vários assuntos. Aliás, nós estamos num ambiente muito propício a como se fosse uma espécie de avô, um almoço de família em que o avô tem oportunidade de responder a algumas perguntas."

E ele fez também alguma pergunta? Ou foram os jovens a fazer perguntas ao Papa?
Foram os jovens. Não sei se ele queria fazer alguma, mas não houve tempo para o deixar fazer a pergunta…

“O Papa, se tinha dúvidas, ficaram dissipadas: a Igreja é mesmo para jovens”

Desde que o Papa João Paulo II criou a JMJ, nos anos oitenta, que este evento tem sido uma oportunidade para o Papa se encontrar com jovens de todo o mundo, para tomar o pulso à geração de jovens que tem pela frente. Aquele almoço foi um desses momentos? Com que imagem é que o Papa ficou da geração dos jovens de 2013?
É curioso porque, em 2013, estamos a falar de tudo novo. O Papa é novo. Uns meses antes, nós estávamos a trabalhar, tudo o que era comunicação, com o Papa Bento XVI, e ele resignou.

O plano era que fosse ele a participar.
Até a própria agenda estava mais preparada para o Papa Bento XVI. Depois, com o Papa Francisco, que foi uma novidade para todos os que estavam lá a trabalhar, creio que é das duas partes. Ou seja, o Papa tomar o pulso aos jovens, mas os jovens também terem oportunidade de tomar o pulso à Igreja, a outros jovens que estão com eles e, particularmente, a este Papa que tinha acabado de ser Papa. A visão que o Papa Francisco teve foi de jovens muito interessados em buscar mais as razões da sua fé. Na primeira parte [do podcast Geração Francisco] falávamos de se a Igreja ainda é para jovens. Eu creio que o Papa, se tinha dúvidas, talvez aí tenham ficado dissipadas — porque a Igreja é mesmo para jovens. E todo o caminho que se fez de há dez anos para cá no que diz respeito à JMJ provou isso mesmo.

De que maneira?
Um maior protagonismo. Por exemplo, ao olhar agora para a Jornada de Lisboa, arrisco dizer que temos a Jornada onde os jovens assumem um papel mais importante no que diz respeito à coordenação. E não estou só a falar em redes sociais. Estou a falar também 24 horas, presencialmente, no Comité Organizador Local, nos comités organizadores diocesanos, em todas as dioceses. São os jovens que estão ali a dar a cara e que, no fundo, tomam as rédeas deste projeto.

Mas aqui estamos a falar essencialmente, ou exclusivamente, dos jovens que já estão dentro da Igreja, envolvidos nas organizações e instituições da Igreja — e, no caso da JMJ, o Papa ficará com a ideia daqueles que participam. Mas a minha pergunta é se acredita que o momento em que o Papa se encontra com os jovens, até nesse almoço, lhe permite ficar com uma ideia da globalidade dessa geração? Se lhe permite compreender a que jovens é que a Igreja tem de falar nos dias de hoje?
Creio que sim. Uma JMJ acaba por ser um bocadinho uma espécie de sumo concentrado onde muita coisa acontece — e aquilo pode dar para muitas semanas, meses, anos. Creio que o Papa tem ideia, mas não é só pela JMJ. Tem ideia, neste caso o Papa Francisco, por tudo aquilo que já aconteceu até aqui. Um Sínodo dedicado aos jovens, os encontros de jovens onde ele tem participado noutros países — sempre que há uma visita, normalmente há sempre um ou outro registo mais ligado aos jovens. Este Papa tem, sem dúvida, uma grande preocupação e uma imagem muito clara sobre as dificuldades, mas acima de tudo os desafios, dos jovens de todo o mundo.

Durante o almoço, os jovens puderam fazer perguntas ao Papa Francisco

Fotografia cedida por Filipe Teixeira

Já participou em oito Jornadas…
Se chegar até agosto, serão nove.

Diria que a do Brasil, por todas estas razões, foi o momento alto da sua ligação a este acontecimento?
Creio que há dois momentos, duas Jornadas que considero as mais significativas para mim. A primeira, por ser a primeira: estamos a falar do ano 2000, em Roma. É a primeira experiência internacional. As coisas eram muito diferentes. Hoje, pensa-se ir de avião para todo o lado, mas na altura não era bem assim. Mesmo tudo o que são máquinas fotográficas, na altura o registo era outro, completamente diferente. Marcou-me, porque tive aí o primeiro contacto com aquilo que é a Igreja mundial, os jovens de todo o mundo estavam ali presentes. Foi uma oportunidade para ver que não estávamos sozinhos. Que quem vinha de Portugal não estava propriamente sozinho. Depois, outro grande momento acaba por ser, obviamente, o Papa Francisco, por tudo o que gerou a JMJ. A Jornada do Rio acaba por ser a primeira viagem do Papa Francisco para fora de Itália, portanto, não eram só os jovens que tinham expectativa para ver o que este Papa dizia, ou como é que se comportava numa viagem. Se tinha um perfil mais fechado ou se era mais aberto. Aquilo que vimos no Rio acaba por ser um perfil muito aberto e muito próximo.

“O Papa Francisco é muito aberto a promover o debate — e não o julgamento”

Aliás, foi inclusivamente na viagem do Rio de Janeiro para Roma que o Papa disse aquela famosa declaração, sobre as pessoas homossexuais: “Quem sou eu para julgar?” Que, depois, acabou por se tornar uma espécie de lema programático do Papa Francisco relativamente a uma série de questões que, durante muito tempo, tinham sido tabu para a Igreja. O facto de a primeira viagem do Papa ter sido com os jovens também serviu para apresentar o seu programa para a Igreja e para o mundo?
Sem dúvida. Oficialmente, depois acaba por ser por documentos mais oficiais. Mas aquelas primeiras conversas, aqueles primeiros comportamentos, mostraram aquilo que é hoje a imagem que creio que quase todo o mundo tem do Papa Francisco. É uma figura próxima, é alguém que não está preocupado em encontrar e em elaborar uma resposta fechada, mas que, à boa maneira jesuíta, cria espaço para que todos reflitam e todos possam participar.

Abre os debates.
Sem dúvida. Aliás, a prova dos Sínodos todos até agora é uma prova muito clara disso mesmo. Este é o objetivo deste Papa. Creio que, até ao final do seu pontificado, vamos ter um Papa Francisco muito aberto a promover o debate — e não o julgamento, não a guetização daquilo que muitas vezes tinha sido a imagem da Igreja no mundo.

"Este Papa tem, sem dúvida, uma grande preocupação e uma imagem muito clara sobre as dificuldades, mas acima de tudo os desafios, dos jovens de todo o mundo."

Foi nove meses para o Brasil como voluntário na preparação da JMJ. Como é que isto aconteceu? Porque é que foi tanto tempo?
Esta ideia de voluntariado de longa duração, pelo menos aqui em Portugal, não estava nada explorada. Isto que nós temos agora não existia. Estive também na pastoral juvenil e nunca se falou sequer dessa possibilidade, em comparação com outros países. Acabou por ser tudo novo. A questão de base, prática, é muito simples: a colaboração profissional que eu tinha na altura reduziu e permitiu ter uma janela de oportunidade para que pudesse pôr-me a jeito de um acontecimento onde eu já tinha participado, mas que achava que podia dar o meu contributo. Inicialmente, a minha visão era fazer um trabalho à distância. Estando em Lisboa, colaborando de perto com a organização da Jornada, e depois, eventualmente, participar lá na Jornada enquanto peregrino, no Rio. Curiosamente, acabei por mandar um email para o diretor de comunicação — e quatro horas depois, muito ao contrário daquilo a que chamamos o jeito brasileiro, tive a resposta, que era afirmativa. Depois, foi um processo burocrático até ter o visto e ir para o Brasil, onde fiquei durante nove meses.

Durante esses nove meses, o que é que fez concretamente? Qual era o seu trabalho?
Estava no departamento de comunicação do Comité Organizador Local da JMJ do Rio e estava como designer. Eu e outro voluntário, o Gustavo, que está neste momento aqui em Lisboa a trabalhar na parte gráfica, tínhamos a missão de coordenar tudo o que tinha a imagem da JMJ. Estamos a falar do Guia do Peregrino, de cartazes, de redes sociais, de tudo para onde saía o logótipo e tudo o que era institucional da JMJ. Claro que, depois, cada um tinha a sua realidade. Eu, vindo de Portugal, acabava por colaborar na assessoria de imprensa, quando havia algum interesse de algum jornalista sobre a JMJ do Rio. Mas era, sobretudo, isto.

Na altura, já havia a expectativa de uma Jornada em Portugal? Ou ainda não se falava?
Acho que a expectativa existia sempre. Até antes do Rio. É uma realidade que muita gente gostaria de ver em Portugal, mas, em conversas sempre informais — e foi disso que se tratou até perto de 2017 —, esbarrávamos sempre num ponto importante, que é a questão do dinheiro. E também a questão de existirem outras candidaturas para receber a Jornada. Mas creio que esse sempre foi um sonho da Igreja em Portugal.

“A Jornada vai acontecer em cada canto, em cada momento, em cada acontecimento”

Quando esteve no Brasil, durante esses nove meses, ficou na casa de uma família brasileira. Essa ideia das famílias de acolhimento é também uma marca da JMJ. Que experiência teve?
Ainda hoje mantemos o contacto. É muito curioso, porque a Jornada não acontece só aqui no Parque das Nações, em Lisboa. A Jornada vai acontecer em cada canto, em cada momento, em cada acontecimento que pode ser o mais variado. A questão de estar numa casa de família ajudou-me, em primeiro lugar, a conhecer aquele povo. O povo brasileiro, o povo que acolhia a Jornada. Depois, ajudou-me também a crescer, durante aquele tempo, porque é um apoio fundamental para quem está longe durante nove meses. A relação que tenho ainda com eles, e que foi muito importante naquela altura, foi muito engraçada. Houve várias peripécias, vários acontecimentos. Mas, às tantas, eu acabava já por ser da família. Tínhamos rotinas em comum, almoçávamos ao domingo — isso era religioso —, onde podíamos conversar sobre o que aconteceu durante a semana, mas também perspetivar o que estava para vir.

Tinha uma vida praticamente normal: estava numa casa de uma família, ia trabalhar todos os dias…
Exatamente. O horário normal. Entrar às 9h, sair por volta das 18h, 19h — quando não era mais tarde, quando as coisas começaram a apertar, à medida que chegava a data da Jornada. No fundo, era um dia normal, mas com esta intenção, com esta missão, de algo superior a nós para realizar.

No almoço participaram 12 jovens dos cinco continentes

Fotografia cedida por Filipe Teixeira

Com base em toda a sua experiência na JMJ — quer na do Rio de Janeiro, quer em todas as outras em que participou —, que expectativas tem agora para a edição de Lisboa?
Acho que há aqui dois contextos muito importantes, que vão influenciar aquilo que será o pós-Jornada. Em primeiro lugar, a pandemia. Nós passámos por uma pandemia há relativamente pouco tempo, embora muita gente já nem se lembre disso. E, em segundo lugar, a questão da guerra. O que é que isto tirou, no meu entender, aos jovens e à sociedade, particularmente europeia? Tirou um bocadinho a esperança. Acho que a JMJ vai ser um concentrado de esperança para os jovens, mas também para quem recebe a JMJ nas suas diferentes experiências. Acho que vai ser uma oportunidade que vai passar — e que pode, sem dúvida, mudar a vida de muita gente.

No mundo atual, marcado pelo regresso da guerra ao continente europeu, pela crise económica, mas também pela muita dificuldade dos jovens no acesso ao emprego e à habitação, o que é que acha que o Papa Francisco terá para dizer a esta Geração Francisco?
Acho que vamos ter uma surpresa, que é ver um Papa, contrariamente àquilo que ultimamente temos acompanhado, muito jovem e muito próximo dos jovens, apesar da sua idade. Essa, no meu entender, será a primeira surpresa.

Mesmo com muito esforço físico. O programa é bastante intenso…
É bastante intenso e ele não se escusa a nada. Até há tanta história que se podia contar da agenda do Rio de Janeiro — ele próprio quis mudar aquela agenda para dar mais tempo para ir, por exemplo, a uma favela ou até ao Santuário de Nossa Senhora de Aparecida. Acho que, aqui, vamos ter noção de um Papa que não se escusa a nada, mas que vai proporcionar momentos muito próximos. Creio que todos os discursos do Papa tendem a ir muito para esta proximidade — que é, no fundo, aquilo que ele, inicialmente, no início do seu pontificado, apontou. Alguém próximo. Recordamos, por exemplo, aquele célebre episódio, no Rio de Janeiro, quando a comitiva se enganou naquela avenida e acabam por ficar presos numa avenida secundária onde não eram para passar. A primeira coisa que ele fez foi abrir a janela para cumprimentar os peregrinos. Acho que serão estes gestos que iremos ver durante a JMJ aqui em Lisboa.

A sociedade portuguesa conseguirá ver isso? A Igreja conseguirá passar à sociedade portuguesa a importância deste evento? Ou corremos o risco de ficar a olhar para um evento apenas marcado por polémicas com dinheiro, com palcos, sem ir ao essencial?
Estou convencido de que sim. Até pelo que disse no início, a questão de termos o protagonismo dos jovens. Agora, essa é uma pergunta que vamos ter de fazer no dia 6 de agosto, à noite, quando fecharmos as portas, quando os peregrinos e os voluntários se forem embora. O que é que vamos fazer com tudo isto que aconteceu durante estes dias em Lisboa? Esse será o desafio da Igreja em Portugal, e no mundo seguramente.

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