796kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

i

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

O silêncio, o passou-bem a Galamba e o anúncio que vincula Costa no day after das europeias

Marcelo cumprimentou Galamba, marcou encontro com Costa para o dia a seguir às europeias e elogiou Gouveia e Melo. No fim, saiu sem falar aos jornalistas da inauguração do memorial de Pedrógão.

Marcelo Rebelo de Sousa tinha combinado com António Costa não irem a Pedrógão Grande assinalar os seis anos dos incêndios de 2017. Quando surgiram as críticas públicas pela ausência dos dois, o primeiro-ministro anunciou a ida à inauguração do Memorial das Vítimas. O Presidente não escondeu o desconforto e, numa primeira reação, disse até que só iria, como todos os anos, “incógnito” — “promessa” que cumpriu há três dias na calada da tarde. O Governo acabou por acomodar a cerimónia desta terça-feira à agenda para que o Presidente pudesse chegar a tempo de Itália. Feita a vontade de Belém, não houve mais picardias. Os dois entraram e saíram de Pedrógão sem declarações aos jornalistas, para evitar segundas leituras. Só falaram do púlpito. Os sinais foram de normalização da relação e Marcelo até fez um anúncio que vincula Costa para o dia seguinte às Europeias.

O cachimbo da paz começou a desenhar-se pouco antes do início da cerimónia. O Presidente da República fez questão de cumprimentar, assim que chegou, vários ministros, incluindo aquele que queria fora do Governo: João Galamba. Foi a Infraestruturas de Portugal, que o ministro tutela, que assumiu o pagamento da obra e cujo preço já foi contestado pelas populações locais: 1,8 milhões de euros. 

[Ouça aqui a reportagem da Rádio Observador]

Marcelo quer dar “novo sinal” em memorial do futuro

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Resolvida a questão de Galamba, Marcelo acabaria por fazer, do púlpito, um anúncio que disse esperar “contar com o apoio do Governo”. O Presidente da República revelou que as cerimónias do 10 de junho, um dia depois das eleições europeias de 2024, se vão realizar naquela zona: nos três municípios mais afetados pelos incêndios de junho de 2017. Isto significa que o Presidente da República conta estar com António Costa naquele mesmo sítio no dia seguinte às eleições que — de acordo com vários comentadores e artigos jornalísticos — podem ditar a ida do primeiro-ministro para um cargo europeu.

Marcelo anuncia que 10 de junho será nos municípios afetados por incêndios de 2017

Antes de entrar para o carro, o Observador ainda lançou uma pergunta ao Presidente. “Conta com a presença do primeiro-ministro nas comemorações do 10 de junho daqui a um ano?”. Marcelo entrou no veículo sem responder. Minutos depois, o primeiro-ministro — que ficou mais tempo a conversar com autarcas e entidades locais — sairia igualmente do local sem responder a questões dos jornalistas. Atrás dele, perdido à procura do carro, João Galamba também saiu rapidamente da ‘zona de pressão’. No 10 de junho deste ano, o ministro foi vaiado — o que aconteceu porque o nome foi anunciado nas colunas –, mas em Pedrógão passou despercebido da mais de uma centena de pessoas que assistiram à cerimónia.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Costa e Marcelo evitaram (quase sempre) segundas leituras

António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa deixaram (quase toda) a politiquice fora da cerimónia, mas não abdicaram de ter os seus apartes e idiossincrasias. No verão de 2022, António Costa foi criticado por ter dito em julho que “os incêndios só ocorrem se uma mão humana, voluntariamente ou por distração, os tiver provocado”. Agora, voltou a insistir que 64% dos incêndios ocorridos entre janeiro e o final de abril aconteceram por “negligência humana”. Ficou feito o aviso.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Já o Presidente da República também fez um discurso que não deu margem a grandes leituras, mas teve pormenores nas entrelinhas. Depois de ter feito a maior parte das visitas do 10 de junho no Peso da Régua, há duas semanas, ao lado do Almirante Henrique Gouveia e Melo (com quem partilhou um ginger ale), voltou a elogiar o trabalho do Chefe do Estado Maior da Armada. Gouveia e Melo, que assistia à cerimónia, ouviu Marcelo a elogiar a forma como na altura, como vice-almirante, o chefe militar organizou a logística das refeições que alimentaram os operacionais que combatiam o fogo.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

A crítica antes da inauguração e a Raposa chama

Antes de seguir para a inauguração, António Costa ouviu algumas críticas do presidente da câmara do Sardoal. Miguel Borges, do PSD, lembrou ao primeiro-ministro — no encerramento de um dia com várias visitas no terreno — que antes do “fatídico dia” já tinha avisado que “a estrutura de Proteção Civil tinha pés de barro”.

Do ponto de vista da reforma florestal, o autarca elogiou o trabalho feito após os incêndios de 2017 (mesmo que tenha dito que “não era preciso ter havido um acontecimento tão trágico”), mas alertou que a estrutura da Proteção Civil continua a ter muitas debilidades e que continuam a existir “municípios muito vulneráveis” do ponto de vista da resposta que podem ao combate aos incêndios.

Quando chegou a sua vez de falar, António Costa optou por destacar o copo meio-cheio, relevando o elogio feito pelo autarca, por exemplo, ao programa de sensibilização de crianças “Raposa chama“. À chegada ao Centro Cultural, perante um ambiente mais fresco no exterior, António Costa diria uma expressão sobre a temperatura que acabaria por ser profética para o que se passou na inauguração do memorial minutos depois: “O clima aqui é outro”. E, com Marcelo, foi.

Assine o Observador a partir de 0,18€/ dia

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Vivemos tempos interessantes e importantes

Se 1% dos nossos leitores assinasse o Observador, conseguiríamos aumentar ainda mais o nosso investimento no escrutínio dos poderes públicos e na capacidade de explicarmos todas as crises – as nacionais e as internacionais. Hoje como nunca é essencial apoiar o jornalismo independente para estar bem informado. Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.

Ver planos