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Jerónimo de Sousa depois de reagir aos resultados eleitorais
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Jerónimo de Sousa depois de reagir aos resultados eleitorais

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

Jerónimo de Sousa depois de reagir aos resultados eleitorais

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

PCP perde Santarém, Évora, um João e um António Filipe (e ainda fica sem PEV no Parlamento)

João Oliveira e António Filipe deixam bancada comunista na Assembleia da República e parceiro de coligação desaparece do hemiciclo 12 legislaturas depois da primeira eleição.

É a primeira vez que a CDU falha a eleição em Santarém e Évora e logo de dois nomes de peso na bancada. António Filipe era um dos deputados comunistas mais antigos sentados no hemiciclo e João Oliveira até aqui líder parlamentar.

A eleição de João Oliveira já tinha sido, aliás, por um triz em 2019, com os comunistas a terem essa nuvem bem presente ao longo desta campanha eleitoral. Com o problema de saúde de Jerónimo de Sousa e a necessidade de substituir João Ferreira na estrada ao longo de vários dias da campanha, aqui e ali os comunistas foram dando sinais do nervosismo por tirar João Oliveira do campo em Évora.

O feedback positivo da prestação de Oliveira na frente da caravana comunista até parecia animar a comitiva, mas nunca se apagou completamente a nuvem que pairava com a hipótese de ver esse lugar cair. A solução foi somar sinais ao longo da campanha de presença em Évora.

João Oliveira durante ação na campanha eleitoral

FRANCISCO ROMÃO PEREIRA/OBSERVA

Sem que estivesse agendado, João Oliveira somou centenas de quilómetros ao fim de semana já de si preenchido para ir a Évora votar antecipadamente, sempre que teve oportunidade fez questão de frisar o trabalho que os “camaradas” no local realizaram, assegurando a agenda que seria encabeçada por ele e, mal foi possível, voltou ao terreno.

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Podia ter esperado mais um dia para que João Ferreira não tivesse tido a ingrata tarefa de recuperar a frente da caravana apenas por um dia, já que Jerónimo de Sousa haveria de regressar logo no dia seguinte, mas cada dia era essencial para João Oliveira em Évora e voltou assim que foi possível.

Será difícil fazer a ligação direta a essas tarefas de substituição de secretário-geral e a perda do mandato em Évora, mas é factual que a sombra dessa hipótese esteve na mente dos comunistas ao longo das semanas atribuladas.

Agora, viram-na confirmada. João Oliveira falha mesmo a eleição com a CDU a perder cerca de 2.500 votos neste dois anos. No distrito o PS ganhou 6.322 votos em relação a 2019 e o PSD (que conseguiu eleger um deputado) conquistou mais 3.965 votos do que há dois anos. A seguir à CDU está, desta vez, o Chega que viu a votação passar dos 1.645 votos em 2019 para os 7.222 votos. O Bloco de Esquerda surge depois com 2.628 votos, menos 3.942 que há dois anos.

Ainda que tenha sido apenas uma queda de cerca de 2.500 votos, a polarização em torno do PS e do PSD prejudicou a atribuição do mandato no distrito, deixando-o fora das mãos dos comunistas.

E não foi só em Évora que a CDU viu cair um nome de peso. Em Santarém os comunistas perderam António Filipe, deputado desde as eleições legislativas de 1987. São quase quatro mil votos a menos nas urnas destas eleições do que os que a coligação tinha conquistado em 2019.

O deputado do Partido Comunista Português (PCP), António Filipe, intervém sobre Lei Orgânica das Bases da Organização das Forças Armadas durante o debate parlamentar na Assembleia da República, em Lisboa, 18 de maio de 2021. MÁRIO CRUZ/LUSA

António Filipe estava na Assembleia da República desde 1987

MÁRIO CRUZ/LUSA

E é no distrito de Santarém que se localiza a freguesia do Couço, um histórico bastião de luta antifascista, que também saiu das mãos dos comunistas. Ponto de paragem obrigatória em todas as campanhas eleitorais da CDU, pela primeira vez o Couço saiu das mãos dos comunistas para a dos socialistas.

Ainda no mesmo distrito, na freguesia de Samora Correia, onde António Filipe fez o discurso mais duro da campanha comunista contra o fascismo e o Chega, os comunistas já estavam a antecipar um resultado semelhante ao que agora se confirma. Em 2019 a CDU ficou atrás do PS e do PSD com 12,51% (842) votos, tendo passado agora para o quarto lugar ultrapassado pelo Chega.

E é o Chega que efetivamente consegue crescer exponencialmente nessa freguesia. Dos 238 votos que o partido de André Ventura teve em 2019, passou agora aos 1.302. O PS manteve-se como a primeira força e o PSD também em segundo lugar.

No que diz respeito ao círculo eleitoral de Santarém os socialistas conquistaram mais um mandato que em 2019 e além da CDU também o Bloco de Esquerda perdeu a representatividade do Parlamento, conseguindo o Chega conquistar um mandato pela primeira vez.

Parte dos votos perdidos pelos comunistas e bloquistas pode ter fugido também para as mãos dos socialistas que conseguiram mais 13.034 que em 2019. Somando-se as perdas de BE e CDU dá um total de 14.937 pouco mais do que os socialistas conseguiram crescer.

José Luís Ferreira (à esquerda) deixa a assembleia com o PEV a falhar a eleição

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

PEV sai do Parlamento

De uma bancada com dois parlamentares, o Partido Ecologista os Verdes deixa o Parlamento. Com Mariana Silva a integrar a lista por Lisboa em quarto lugar e José Luís Ferreira em terceiro lugar por Setúbal ambos estão fora porque a coligação só conseguiu conquistar dois lugares em cada um dos círculos.

Inscrito no Supremo Tribunal de Justiça em 15 de Dezembro de 1982, com a denominação Movimento Ecologista Português – Partido ‘Os Verdes’ e a sigla MEP-PV, que mais tarde evoluiu para PEV, o partido conseguiu entrar para o Parlamento logo nas eleições do ano seguinte renovando sempre os lugares à boleia da coligação com o PCP.

Em 2019 Mariana Silva era a quarta na lista por Lisboa e conseguiu a reeleição e José Luís Ferreira o terceiro por Setúbal, ambos os últimos a entrar. No caso de Setúbal, Francisco Lopes (o cabeça de lista) acabaria por renunciar ao mandato tendo entrado o nome que sucedia a José Luís Ferreira: Bruno Dias (que este ano volta a ficar de fora).

Ouça aqui a reportagem da Rádio Observador:

CDU perde metade dos mandatos mas “a luta continua”

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