Minutos depois de o carro do Ministério da Administração Interna ter colhido um trabalhador em plena A6, Eduardo Cabrita foi afastado do local do acidente num carro de segurança da comitiva. Já o motorista que conduzia o BMW, e que agora é acusado de homicídio por negligência, ficou no local visivelmente transtornado. Marco Pontes ora se levantava ora se sentava na berma da estrada, tendo mesmo que pedir a outros ocupantes do carro que o ajudassem a mostrar a sua identificação, enquanto Nuno Santos esperava pelos primeiros socorros.
Esta é uma das informações que consta nos depoimentos prestados no inquérito, que correu no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora, e cuja acusação foi conhecida esta sexta-feira, culminando no pedido de demissão do próprio ministro. No despacho, de 25 páginas, o motorista — que seguia a 163km/h — acaba por ser acusado de não respeitar as regras de trânsito mas é ilibado do crime de “condução perigosa”. E um despacho em que ministro, assessor do ministro e segurança pessoal de Cabrita apresentam versões coincidentes na ideia de que não foi dada qualquer indicação a Marco Pontes sobre a velocidade a que devia seguir.
Eduardo Cabrita demite-se depois de acusação no caso de atropelamento mortal
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