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A fusão entre o Twitter e a X Holdings II, totalmente detida por Elon Musk, tornou-se efetiva a 27 de outubro de 2022.

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A fusão entre o Twitter e a X Holdings II, totalmente detida por Elon Musk, tornou-se efetiva a 27 de outubro de 2022.

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Um ano depois, nem o nome sobreviveu. As 10 maiores voltas que o X (ex-Twitter) deu desde que foi comprado por Musk

Desde que foi comprado por Elon Musk, o Twitter mudou de nome, deixou de estar cotado em bolsa e viu Trump regressar. Há um ano que a rede social deixou de ser a mesma — após uma aquisição "pesadelo".

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Há exatamente um ano, os bolsos de Elon Musk ficavam 44 mil milhões de dólares mais leves devido à compra da sua rede social favorita: o Twitter. Nos últimos 12 meses, muito mudou. Desde logo, o Twitter deixou de ser Twitter para passar a ser X. O célebre pássaro azul também ficou para trás, bem como mais de metade dos trabalhadores. Alguns foram despedidos, outros saíram pelo próprio pé, por não terem aguentado a instabilidade da era Musk.

No leque de mudanças implementadas ao longo do ‘reinado’ do multimilionário, a disponibilização de chamadas de voz e vídeo é a mais recente. Apenas os assinantes do serviço premium da plataforma conseguem fazer essas chamadas, mas todos podem recebê-las. Neste momento, a nova funcionalidade só está disponível para o sistema operativo iOS, mas a empresa diz que “brevemente” chegará ao Android.

Para o futuro já são conhecidas duas novidades, sendo que uma está em fase experimental. Na Nova Zelândia e nas Filipinas começará a ser cobrada uma taxa anual de um dólar aos novos utilizadores para que consigam publicar, responder ou gostar de publicações. Aqueles que optarem por não pagar só vão poder ler posts, ver fotografias e vídeos e seguir outras contas. O objetivo do X é “reduzir as mensagens indesejadas, a manipulação na plataforma e a atividade de bots“, que são softwares programados para simular ações humanas de forma repetida.

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Não é só nesses dois países mas em todos onde o X Premium, serviço pago da rede social que anteriormente era conhecido como Twitter Blue, está disponível (incluindo em Portugal), que vão surgir dois novos planos de subscrição, que se juntarão ao que custa oito euros/mês na versão web e 11 euros/mês na aplicação. Elon Musk explica que um terá um “custo mais baixo com todas as funcionalidades [disponíveis], mas não uma redução dos anúncios” e o outro será “mais caro, mas não terá anúncios”.

Enquanto os novos planos de subscrição não chegam, e quando se assinala o primeiro aniversário da compra de Elon Musk, relembramos 10 das maiores mudanças implementadas pelo novo dono da rede.

O adeus ao nome Twitter e ao pássaro azul

O Twitter passou a ser X, com o adeus ao pássaro azul, em julho. Pouco mais de três meses depois, são poucos aqueles que já conseguem referir-se à rede social usando o novo nome. Carolina Are, investigadora em administração de plataformas no Centro para os Cidadãos Digitais na Universidade de Northumbria (em Newcastle), afirma que “raramente” ouve “alguém referir-se ao Twitter como X”.

Todas as pessoas que sigo dizem Twitter. Estou a falar de toda a gente, desde criadores de conteúdo a académicos e jornalistas. Por isso, não acho que a mudança tenha funcionado (…) E, na verdade, acho bastante chocante o facto de ele [Musk] ter em mãos uma das poucas plataformas que geraram verbos — estou a falar de tweetar, de retweetar — e ter conseguido destruí-la… não sei bem com que intuito”, considera, em declarações ao Observador.

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O pássaro azul deu lugar a um X branco sobre um fundo preto em julho

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A mudança foi feita porque Elon Musk quer transformar a plataforma numa aplicação multifacetada e com serviços financeiros, à semelhança da chinesa WeChat, que concentra serviços de mensagens, redes sociais, pagamentos e ainda entrega de refeições. Em outubro do ano passado, dias antes de comprar o Twitter, o empresário já tinha dito que o objetivo da aquisição era que essa app fosse “um acelerador para criar o X, a aplicação de tudo“.

O adeus ao pássaro azul do Twitter e o X em todo o lado. Será o início da “aplicação de tudo” com que sonha Musk?

No entender de Dan Ives, analista sénior da gestora de ativos Wedbush Securities, “o conceito de uma ‘super aplicação’ é ótimo no papel, mas, neste momento, rentabilizar a publicidade digital continua a ser o [principal] desafio para o Twitter”. “Até à data, esta aquisição tem sido um pesadelo, com alguns sinais de reviravolta”, defende, em respostas escritas ao Observador, optando por não dar mais detalhes sobre a que indícios se refere.

Para os consumidores, a empresa será sempre conhecida como Twitter e a mudança de nome continua a ser uma ação questionável”, acrescenta.

A escolha de uma nova CEO

Parag Agrawal ocupou o cargo de CEO do Twitter entre novembro de 2021 e outubro de 2022, mês em que Elon Musk assumiu o controlo. Com a compra, o multimilionário passou a ser dono e senhor da rede social que sempre assumiu como a sua preferida. Foi assim durante vários meses, mesmo após ter anunciado que deixaria a liderança quando encontrasse alguém “tolo o suficiente para aceitar o cargo”. A decisão foi tomada após a maioria (57,5%) ter votado, numa sondagem por si criada, para que deixasse o cargo.

A escolha foi anunciada em maio, sete meses após comprar a rede social e cinco meses depois de ter partilhado a sondagem. Linda Yaccarino foi a eleita e fez história ao ser a primeira mulher a assumir o cargo de CEO do, à época, Twitter. Para ser diretora executiva da plataforma teve de deixar a liderança do departamento de Publicidade e Parcerias da NBCUniversal, onde estava há mais de uma década e onde teve um papel importante no lançamento do Peacock (serviço de streaming lançado em 2020 e apoiado por anúncios publicitários).

Quando foi anunciada como nova CEO, Linda Yaccarino disse estar “comprometida com o futuro” da rede social. Desde então, na sua primeira entrevista desde que assumiu o cargo, que foi dada no final de setembro, defendeu o progresso feito sob o comando de Musk, disse que o X poderá começar a dar lucro no início de 2024 e que cerca de 1.500 anunciantes regressaram à plataforma nas 12 semanas que antecederam a conversa. Cerca de 90% dos 100 principais anunciantes também voltaram, afirmou, incluindo marcas como Visa e Nissan.

Durante pouco menos de 40 minutos, na entrevista, que decorreu na conferência tecnológica Code 2023, a CEO teve ainda tempo para defender o direito de Musk se expressar no X: “A liberdade de expressão só é bem sucedida se alguém de quem discordamos disser algo de que discordamos”. Questionada acerca do poder e da autoridade que consegue ter na empresa, com o empresário a liderar o departamento de produto, Yaccarino perguntou à plateia “quem é que não gostaria de ter Elon Musk ao seu lado a gerir um produto”. Ouviram-se risos, como resposta, e alguns dos presentes acabaram mesmo por levantar as mãos.

A entrevista ficou viral não pelo que foi dito, mas sim por um pormenor que não passou despercebido aos mais atentos. Durante a conversa, Linda Yaccarino mostrou o seu telemóvel à plateia após defender que o X era a plataforma ideal para conversar em tempo real sobre eventos em direto. Porém, aplicação da rede social que comanda não estava no seu ecrã principal. Ao contrário de Facebook ou Instagram, nota o Mashable.

A liderança de Linda Yaccarino tem sido “atribulada”, tal como a ‘vida’ do antigo Twitter desde que foi vendido. Ainda assim, na opinião do analista Dan Ives, a CEO “é a escolha certa” para comandar a rede social ao lado de Elon Musk.

A mãe “sacrificou-se” pelo sucesso das filhas. Quem é Linda Yaccarino, a CEO escolhida por Musk para o Twitter?

Os despedimentos e a consequente desinformação

Uma das primeiras decisões de Elon Musk foi despedir não só Parag Agrawal, o CEO do Twitter, como Ned Segal, administrador financeiro, e Vijaya Gadde, uma das responsáveis pelo combate à desinformação. No total, nas primeiras semanas demitiu quase metade da força de trabalho da plataforma, cerca de 3.750 trabalhadores.

Em entrevista à BBC, o patrão da Tesla e da SpaceX disse que comprou o Twitter com pouco menos de 8 mil trabalhadores. Em abril deste ano restavam apenas 1.500. Na onda de demissões em massa, a maioria das equipas de monitorização de informação, de comunicação e de moderação de conteúdos não escapou, o que levou a um aumento da propagação de notícias falsas. Autoproclamado “absolutista da liberdade de expressão”, Musk sempre deu a entender que pretendia uma rede social com uma menor moderação de conteúdos do que aquela que existia antes da compra.

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Desde que comprou o X, Elon Musk despediu mais de metade dos trabalhadores

AFP via Getty Images

Recentemente, um estudo divulgado pela Comissão Europeia apontou o X como a rede social com mais desinformação. O comissário europeu Thierry Breton avisou desde o início que “na Europa, o pássaro voará de acordo com as nossas regras” e os alertas têm-se seguido, principalmente porque a empresa é uma das 19 big tech obrigadas a estar em conformidade com a Lei dos Serviços Digitais (DSA), que quer garantir que os utilizadores não são expostos a conteúdos ilegais e a desinformação.

Relatório da Comissão Europeia conclui que “X” é a rede social com mais desinformação

Com o início do conflito entre Israel e Hamas, começaram a circular no antigo Twitter imagens e vídeos explícitos, incluindo de decapitações, do ataque levado a cabo pelo grupo extremista a 7 de outubro. De seguida, Breton enviou uma carta a Elon Musk onde avançava ter “indicações de que a plataforma está a ser usada para disseminar conteúdo ilegal e desinformação na União Europeia”, lembrando que com “a DSA são definidas obrigações muito precisas no que diz respeito à moderação de conteúdos”.

Dois dias depois, Bruxelas informou que tinha recebido uma resposta do X à carta e anunciou ter pedido informação à rede social sobre a disseminação de conteúdo ilegal e desinformação, explicando que recebeu queixas sobre estes fenómenos, em particular sobre a “difusão de conteúdo terrorista e violento e discurso de ódio”. Caso seja comprovado que existe qualquer tipo de incumprimento da Lei dos Serviços Digitais, a Comissão Europeia pode impor coimas no valor de 6% do volume de negócios anual total da empresa. Em última instância, em caso de violações repetidas, pode vir a ser determinada uma “proibição de operar no mercado único europeu”.

Serviços Digitais. Como uma lei acabada de nascer está a ser posta à prova no conflito entre Israel e Hamas

Na sequência do pedido de informação de Bruxelas, o Business Insider publicou uma notícia, onde citava uma fonte próxima do X, em que alegava que Elon Musk estaria cada vez mais “frustrado” por ter que cumprir as obrigações da DSA. Por isso, supostamente, teria discutido a possibilidade de retirar a plataforma da União Europeia. O empresário já veio dizer que o artigo é “totalmente falso”.

Ao Observador, Dan Ives considera que apesar de se tratar apenas de um “rumor”, pode ser um indício de que a “tensão entre o Twitter e a União Europeia pode estar a agravar-se”. Questionado sobre se tem sido confrontado com mais desinformação ao utilizar o X, desde que foi comprado por Musk, o analista afirma que “não há grande mudança”.

Por sua vez, a especialista Carolina Are acredita que o facto de seguir muitas plataformas de fact check faz com que não esteja “a ver muita desinformação”. Contudo, mostra-se preocupada com o aumento da propagação de “ódio e violência”, que considera que está a existir (apesar de não ter atingido ainda o seu perfil), mas também com a “falta de uma equipa de moderação de conteúdos” para travar esses fenómenos.

Refletindo sobre o primeiro ano da compra do X, a investigadora defende que a plataforma “não está em boas mãos” porque “gerir um site que é crucial para a comunicação, que tem um historial de notícias de última hora e de conectar diferentes pessoas de diferentes áreas não é o mesmo que gerir uma empresa automóvel”. “Requer algum conhecimento político”, que, afirma, um “disruptor” como Musk “não tem”.

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Com uma mugshot, Donald Trump regressou ao Twitter

AFP via Getty Images

O regresso daqueles que tinham sido banidos

A administração anterior fechou-lhes a porta por violação das diretrizes. Elon Musk voltou a deixá-los entrar. O regresso mais mediático foi o de Donald Trump, que tinha sido banido devido a possíveis riscos de incitamento à violência dias após a invasão do Capitólio, a 6 de janeiro de 2021.

Ainda a compra não tinha sido concluída há um mês quando o novo dono do Twitter questionou os seus seguidores sobre se deveria reverter a suspensão do ex-Presidente norte-americano. A maioria votou a favor e a conta voltou a estar ativa: “O povo falou. Trump será reintegrado. Vox Populi, Vox Dei [A voz do povo é a voz de Deus].”

Donald Trump disse que não via “qualquer motivo para voltar” até porque, com a saída do Twitter, criou a sua própria plataforma, a Truth Social, para expressar as suas opiniões. Apesar de não ter sido imediato, o regresso ao X acabou por acontecer em agosto deste ano. A conta do antigo Presidente dos EUA publicou a sua mugshot, fotografia que lhe foi tirada na prisão onde se entregou no âmbito de um processo em que é acusado de conspiração para tentar alterar os resultados das eleições de 2020 que deram a vitória a Joe Biden. O post era acompanhado pela expressão “interferência eleitoral, nunca te rendas”, uma alusão à sua campanha para regressar à Casa Branca em 2024.

Trump utiliza fotografia tirada na prisão para regressar ao Twitter e apelar a donativos

Além de Donald Trump, Musk deixou Andrew Tate regressar. O ex-kickboxer tinha sido banido em 2017 por violar as regras da rede social ao escrever que as mulheres que se “colocam numa posição de serem violadas” têm de “ter alguma responsabilidade”. O regresso ao X aconteceu em novembro do ano passado, cerca de um mês antes de ser detido na Roménia juntamente com o irmão por suspeitas de crimes de abuso sexual, exploração sexual e tráfico humano. Mesmo nessa altura, a sua conta não parou de tweetar, com as publicações a defender a sua inocência.

Entretanto, já libertado e livre da posterior ordem de prisão domiciliária, enquanto aguarda julgamento, Andrew Tate voltou a ser o responsável por publicar vários posts por dia no X, onde escreve, por exemplo, que “95% das raparigas bonitas não têm empregos”, estando “todas reformadas aos 21 anos”, o que “coloca uma pressão maior do que nunca nos homens”.

Entre os retornos mais mediáticos há ainda o de Kanye West, que já perdeu o acesso à sua conta mais do que uma vez — mesmo com Musk ao comando. Em dezembro de 2022, o músico foi bloqueado após publicar uma imagem de uma cruz suástica dentro de uma estrela de David (símbolo do judaísmo). O seu perfil ficou indisponível durante quase oito meses.

Voltou a ter acesso à conta em junho. Não publicou nada desde então e todas as publicações antigas desapareceram, com o seu perfil a aparecer completamente em branco. O The Wall Street Journal escreve que o X voltou a aceitar Kanye West após ter a certeza de que a rede social não seria utilizada para propagar mensagens antissemitas. Mesmo assim, a empresa disse ao jornal que o músico não vai poder ganhar dinheiro com a sua conta e que as suas partilhas, quando eventualmente as fizer, não vão aparecer junto a anúncios publicitários.

Musk voltou a abrir-lhes a porta. De Andrew Tate a Trump, o que andam a publicar os retornados do Twitter?

A saída de bolsa

Quatro anos antes de comprar o Twitter, Elon Musk disse estar a considerar retirar a Tesla da bolsa. Acabou por não o fazer com essa empresa, mas não perdeu a oportunidade com a rede social. Foi uma vontade que assumiu, aliás, ainda antes do seu primeiro dia como dono. Em abril de 2022, na carta onde justificava a proposta, considerava que a plataforma tinha um “tremendo potencial”, mas que precisava de alterações, incluindo deixar de estar cotada em bolsa.

Após a conclusão da aquisição, a bolsa de valores de Nova Iorque notificou a SEC, regulador de mercados norte-americano, da intenção de “retirar a totalidade das ações” a partir “da abertura da sessão de 8 de novembro de 2022”. “A fusão entre o Twitter e a X Holdings II, uma subsidiária da X Holdings I, totalmente detida por Elon R. Musk, tornou-se efetiva a 27 de outubro de 2022. Cada ação do Twitter foi trocada por 54,2 dólares em numerário”, lê-se no  comunicado, que confirma a compra e o valor por ação.

Saída de bolsa e menos moderação de conteúdos. Os cenários para o Twitter com Elon Musk ao leme

Na manhã do dia 29 de outubro, segundo a NBC News, as ações já não estavam a ser negociadas na bolsa de valores de Nova Iorque, onde o Twitter estava cotado desde 2013. No entender de Brian Quinn, professor de direito dos valores mobiliários na Universidade de Boston, nos EUA, a decisão de tornar a empresa privada pode ter sido tomada porque é “difícil gerir uma empresa pública se acharmos que devemos ser nós a geri-la e se não estivermos abertos a outras opiniões, como a dos acionistas”. “Ao torná-la privada, [Musk] sente que tem muito mais flexibilidade” e menos pressão por parte dos investidores.

Ainda assim, antecipou o professor Brian Quinn, na altura da aquisição, em declarações ao The New York Times, a pressão pública poderia ser substituída por uma privada, que se faria sentir por parte dos bancos — que emprestaram ao empresário 12,5 mil milhões de dólares para fechar o acordo para a aquisição — para que faça “os pagamentos” da dívida que contraiu.

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Qualquer pessoa passou a conseguir receber o selo azul — mediante pagamento de uma mensalidade

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A divisão da timeline

O Twitter foi criado em 2006 e ao longo dos 15 anos seguintes teve uma linha do tempo única. No mesmo feed, os utilizadores tinham acesso a publicações de perfis que seguiam e que não seguiam. A chegada do patrão da Tesla e da SpaceX dividiu a timeline em duas, com dois feeds distintos. Desde então, existe uma página com conteúdos sugeridos por um algoritmo e outra com publicações das contas que o utilizador segue.

O feed “For You” (ou “Para ti”, em português) é parecido com o do TiktTok, uma vez que, embora não apresente apenas vídeos, recomenda conteúdos que acredita que os utilizadores possam gostar. Contudo, no passado mês de fevereiro, o algoritmo fez com que essa página fosse ‘inundada’ de conteúdos de Musk, o que não agradou a todos.

O The Verge recorda que as partilhas feitas pelo empresário e as suas respostas às de outras pessoas eram, no mínimo, as primeiras quatro publicações que apareciam ao abrir a aplicação. Esta situação aconteceu poucos dias depois de Musk ter dito que os seus tweets não estavam a receber visualizações suficientes, o que levou ao despedimento de um engenheiro.

Os oito ou onze euros por um selo azul

Se antes só estava disponível para um grupo restrito de pessoas, que o obtinham mediante critérios como a notoriedade, com o relançamento do Twitter Blue (agora X Premium), o selo azul ficou à distância do pagamento de uma mensalidade, que custa oito euros na versão web e 11 euros na aplicação em iOS e Android.

Em abril deste ano, todos os que não eram subscritores do serviço pago ficaram sem o selo azul junto ao nome. Foi o caso de milhares de figuras públicas, como Beyoncé e Cristiano Ronaldo. O basquetebolista LeBron James, o escritor Stephen King e o ator William Shatner escaparam à perda dessa marca porque Musk disse estar a pagar para que a mantivessem.

O desaparecimento dos selos azuis durou pouco tempo. Cerca de 48 horas depois, voltaram automaticamente e sem que as celebridades tenham, segundo disseram, pagado. Foi o caso do comediante Ricky Gervais, que até brincou com o regresso do selo, afirmando que só podia “assumir que é uma prenda por todas as fotografias no banho ao longo dos anos”.

Atualmente, as figuras públicas e todos aqueles que pagam pelo X Premium contam com o selo azul junto ao nome e usufruem de algumas vantagens, como uma janela temporal de uma hora para fazer um número limitado de edições às publicações, ver metade dos anúncios publicitários ou conseguir escrever posts com até 25 mil caracteres (ao invés de 280).

A confusão com o selo azul, que até os mortos “pagaram”, pode colocar o Twitter na mira da justiça

Dourado e cinzento: a criação de novos selos

Na era Musk, o sistema de verificação de utilizadores funciona por cores. O azul é colocado junto ao nome de celebridades, como futebolistas, cantores e humoristas, e de assinantes do Premium. Além deste, passaram a existir outros dois selos: o dourado e o cinzento.

O selo dourado é reservado a empresas, estando presente em contas de vários meios de comunicação internacionais, desde a CNN ao The Verge, e de marcas, como Nike e Adidas. O distintivo cinzento está disponível para contas de organizações governamentais e chefes de Estado. É o que aparece no perfil do Papa Francisco, do Governo português e do primeiro-ministro, António Costa.

Além de um selo junto ao nome (o azul), o topo da hierarquia da rede social — do dono à CEO — tem um ícone de um X branco sobre fundo preto, igual ao que está no logótipo.

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A conta do X é uma das que tem o selo dourado

dpa/picture alliance via Getty I

A possibilidade de saber quantas pessoas viram os posts

Mesmo em cima do Natal do ano passado, os utilizadores passaram a conseguir ver o número de visualizações que cada publicação tem, além dos gostos, partilhas e comentários. Para Musk, a funcionalidade mostra “o quanto o Twitter é mais vivo do que parece, já que mais de 90% dos utilizadores” leem os posts, mas não “tweetam, respondem ou fazem like por serem ações públicas”.

Os utilizadores receberam esta ferramenta poucos dias após terem perdido outra: a possibilidade de saberem em que dispositivo determinada publicação foi escrita. Agora, ao invés de “Twitter for iPhone” ou “Twitter for Android”, aparece apenas “Earth” (uma referência ao facto dos posts serem publicados algures no planeta Terra). Apesar de não ser das maiores mudanças implementadas nos últimos 12 meses, acaba, entre outras coisas, com a possibilidade de descobrir que celebridades não utilizam as marcas que publicitam.

A atriz Gal Gadot, por exemplo, recorreu, em 2018, a um iPhone para partilhar um vídeo a publicitar um novo telemóvel da Huawei. Os utilizadores repararam nesse pormenor e o post foi apagado, sendo depois partilhado novamente — mas de um dispositivo com sistema operativo Android. Por sua vez, recorda o site Apple Insider, também a Samsung utilizou, em 2021, um smartphone da Apple para partilhar um teaser de um dos seus eventos.

A retirada dos links das notícias

O X alterou a forma como as notícias são apresentadas, tendo removido os seus links e modificado a forma como os são mostrados os títulos (passam a aparecer somente na parte de cima da publicação). Neste momento, a rede social apresenta apenas a imagem principal do artigo. Aqueles que estão interessados em lê-lo devem aí carregar para serem redirecionados para a página onde foi publicado.

A mudança, que viria a ser confirmada no mês passado, foi avançada pela revista Fortune em agosto. Musk explicou que a decisão de alterar a forma como as notícias são mostradas aos utilizadores foi sua e considerou que a nova apresentação “melhoraria muito a estética” da aplicação.

[Anteriormente os artigos eram mostrados da seguinte forma, que ainda se mantém quando se incorpora o post no site do Observador:]

[Ao abrir a publicação na aplicação verifica-se que o link desapareceu:]

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