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No tempo em que os poetas moldavam o mundo, Pablo Neruda comprou uma casa em Las Gaviotas, uma aldeola costeira no Chile, que renomeou, qual delegado governamental, de Isla Negra. Dito e feito, até hoje, a cem quilómetros de Santiago, permanece a Isla Negra. Neste mesmo cenário ermo, cercado de rochas negras, Víctor Jara refugiou-se da anarquia que assolava o Chile, um campo de batalha entre a extrema-esquerda e a extrema-direita, com atentados terroristas ao gosto do freguês. Nos primeiros dias de setembro de 1973, o músico compôs uma canção contemplativa, o manifesto de outro poeta que moldou o mundo, até ao seu último dia:

“Yo no canto por cantar
ni por tener buena voz,
canto porque la guitarra
tiene sentido y razón.

Tiene corazón de tierra
y alas de palomita,

es como el agua bendita
santigua glorias y penas”

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