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Os carregadores nos postos públicos são todos iguais?

Não, os carregadores são diferentes consoante o nível de potência fornecida e a velocidade de carregamento que permitem alcançar.

  • Posto de Carregamento Normal (PCN) – permite o carregamento de um veículo elétrico, na via pública ou em espaços privados, transferindo eletricidade para os veículos com potências até 22 kW;
  • Posto de Carregamento Rápido (PCR) – a transferência de eletricidade é efetuada com potências superiores a 22 Kw até 150 kW. Estes carregadores são capazes de fornecer corrente contínua (DC) diretamente à bateria do veículo elétrico, permitindo carregamentos mais rápidos. Alguns destes PCR também permitem o carregamento em corrente alternada (AC) dispondo por isso de diferentes tipos de tomadas.
  • Posto de Carregamento Ultrarrápido (PCUR) – estes carregadores fornecem energia a veículos com potências acima dos 150 kW. São especialmente indicados para centros comerciais, além das áreas de serviço das autoestradas onde durante uma pequena pausa podemos carregar rapidamente o veículo. Contudo, os PCUR com mais de 150Kw apenas podem ser usados por veículos totalmente elétricos compatíveis com a tecnologia, normalmente mais comum em modelos desportivos e de luxo. Incluímos nesta categoria os Super Carregadores Tesla (SuC), para uso exclusivo da marca que dispõe atualmente de oito estações em Portugal.

Sempre que possível deve ser privilegiada a utilização dos postos de carregamento normal. O recurso sistemático a postos de carregamento rápido e ultrarrápido tende a acelerar o desgaste dos componentes e a diminuir o ciclo de vida útil da bateria do veículo. Por isso, os especialistas em mobilidade elétrica aconselham uma fórmula simples: realizar carregamentos normais em 80% das vezes, fazendo carregamentos rápidos ou ultrarrápidos em 20% das ocasiões.

 

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Quais são as diferenças entre as fichas?

À semelhança dos carregadores, também as fichas que permitem a ligação do cabo entre o carro e a infraestrutura apresentam formatos diversos:

  • Tipo 1 (SAE J1772 ou Yazaki): Este tipo de ficha possui um conector de cinco pinos e é projetado para carregamento de Nível 1 e Nível 2. Suporta carregamento em corrente alternada (AC) e corrente contínua (DC), embora o carregamento de Nível 1, o mais lento, seja geralmente feito em AC. Foi muito usada nos primeiros veículos elétricos de produção em série como o Nissan LEAF, o Opel Ampera ou o Peugeot i-On.
  • Tipo 2 (IEC 62196 ou Mennekes): Atualmente, este é o tipo de ficha mais comum na Europa e possui um conector de sete pinos que pode suportar carregamento em AC e DC, sendo compatível com várias velocidades de carregamento.
  • CCS (Combined Charging System): CCS é um padrão de carregamento combinado AC e DC usado por muitos fabricantes de automóveis. São uma extensão das fichas do Tipo 2 com pinos adicionais para carregamento rápido de alta potência em modo DC.
  • CHAdeMO: Desenvolvido no Japão, o CHAdeMO é um padrão de carregamento rápido em corrente contínua (DC) que é usado maioritariamente pelos fabricantes japoneses, sendo compatível com carregamento AC de Nível 2. A título de curiosidade, “CHAdeMO” surgiu da expressão japonesa “cha demo ikaga desuka” que significa “Que tal um pouco de chá” numa alusão ao tempo de pausa para carregar o veículo.
  • Tesla Supercharger: É a ficha exclusiva para a rede de Super Carregadores (SuC), que combina o carregamento em AC e DC, especificamente para os modelos da marca. A Tesla também dispõe de adaptadores para garantir a compatibilidade com os outros tipos de ficha.

A disponibilidade dos tipos de ficha de carregamento pode variar de acordo com a região e a infraestrutura de carregamento disponível. Há quem defenda que se deve padronizar as fichas e promover a interoperabilidade, visando maior conveniência na utilização de veículos elétricos. Este é, aliás, um desafio para os próximos anos, à semelhança do que acontece com os fabricantes de smartphones que, a partir de 2025 apenas podem comercializar equipamentos com a porta USB Type-C, o standard universal aprovado na União Europeia.

 

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Como faço para carregar num posto público?

Para usar os postos da rede pública MOBI.E é necessário firmar um contrato com um CEME (Comercializador de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica) que vai disponibilizar um cartão para efetuar os carregamentos ou através de uma aplicação de um comercializador. Ou então, ter uma aplicação como o ACP Electric, em que apenas precisa de descarregar a app e começar a carregar,

A aplicação ACP Electric, disponível gratuitamente para todos os condutores, sejam ou não sócios ACP. É ideal para utilizadores ocasionais porque dispensa a necessidade de um contrato prévio com um CEME (Comercializador de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica) e não tem custos de adesão nem fidelização.

Seja com cartão ou através da aplicação, basta seguir as instruções no ecrã do posto de carregamento ou da aplicação,consoante o caso,  escolher a tomada e carregar o carro. Quando terminar, deve passar novamente o cartão ou usar a app para encerrar o ciclo de carregamento.

Basta descarregar a app ACP Electric, para iOS ou Android, instalar e começar a carregar o carro, quer esteja em Portugal ou noutros países europeus. A aplicação permite ainda obter a fatura por sessão de carregamento, por semana ou mensalmente, consoante a escolha do utilizador.

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Como é calculado o preço dos carregamentos na rede de postos públicos?

O custo final indicado na fatura do carregamento num ponto público é composto por quatro componentes que deve ter em conta.

  1. O preço da energia vendida pelo comercializador (CEME), tendo em atenção que se trata apenas do valor a pagar pela energia consumida;
  2. O valor cobrado pelo operador do ponto de carregamento (OPC);
  3. Os custos de gestão da entidade gestora da rede de mobilidade elétrica (EGME), que é atualmente a MOBI.E;
  4. Os valores do imposto especial sobre o consumo de energia elétrica (IEC) e do imposto sobre o valor acrescentado (IVA);

Através da aplicação ACP Electric, para o mesmo CEME são comparados os preços nos diferentes postos, indicando o preço total a pagar pelo carregamento num determinado posto em relação a outro. O utilizador pode visualizar o valor absoluto de carregamento no tempo escolhido, a quantidade de energia carregada, o preço unitário da energia em €/kW e também o preço unitário em €/min. Esta informação é decisiva porque, dependendo das capacidades do veículo, da potência utilizada no carregador e do preço por Kwh, uma sessão de 30 minutos que custa 25 euros num determinado posto, pode ser mais económica do que noutro onde pagaria 20 euros pelo mesmo período de carga. Ao carregar menos energia no mesmo período de tempo, aumenta o valor unitário do Kwh.

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Onde posso carregar?

Pode carregar o carro em casa através de uma tomada doméstica de 220V, conhecida como Schuko, equipada com um sensor de temperatura que previne o sobreaquecimento da instalação quando um carro elétrico está a carregar. A baixa velocidade de carregamento e o tempo de carregamento tornam mais eficiente a instalação de uma wallbox, que garante maior rapidez e segurança.

Quanto à rede de postos de carregamento na via pública, pode utilizar a aplicação ACP Electric para localizar o ponto de carregamento mais próximo e conveniente para o seu carro. É possível configurar seis veículos e filtrar os resultados, consoante as características de cada um. A app ACP Electric permite simular o preço do carregamento em cada posto e por cada tomada, de modo a facilitar a escolha do posto mais adequado.

Numa só aplicação pode contar com um comparador completo de postos, preço da energia competitivo e um preçário simplificado que permite ver o preço final do comercializador de energia elétrica sem ter de somar as diversas taxas de utilização. Os utilizadores de veículos elétricos que sejam sócios ACP beneficiam ainda de um desconto adicional de 15% sobre a tarifa de energia.  O pagamento pode ser efetuado por MBWay, referência multibanco ou cartão de crédito.

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Quanto tempo demora o carregamento?

Quanto mais autonomia tiver o carro elétrico, maior será a capacidade da bateria, portanto mais tempo vai precisar para efetuar uma carga completa. De facto, os tempos de carga variam muito em função do tamanho da bateria, da rapidez com que o carro é capaz de carregar e da amperagem do circuito. Os períodos de carga completa podem ser superiores a 10 horas, no caso de uma tomada doméstica ou de apenas 15 minutos, caso seja possível usar um carregador de corrente contínua (DC) ultrarrápido.

Para a maioria dos proprietários de veículos elétricos, carregar durante a noite em casa é a opção mais barata e conveniente. E a menos que esgote a bateria diariamente, não precisará de carregar totalmente todas as noites. Aliás, o regime de carregamento ideal é o que decorre entre os 20% e os 80% de capacidade da bateria. Isto significa que não se deve deixar esgotar a capacidade da bateria nem carregá-la totalmente todos os dias. Desta forma consegue fazer carregamentos mais rápidos, evita o sobreaquecimento e atenua o desgaste dos componentes. Contudo, se vai fazer uma viagem longa e precisa de garantir a autonomia máxima, então deve deixar a bateria carregar totalmente.

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Quais são os diferentes tipos de wallbox?

Qualquer wallbox permite fornecer potências mais elevadas do que as tomadas domésticas e além disso inclui funcionalidades inteligentes de manutenção das baterias. Os carregadores do tipo wallbox podem ser monofásicos, para potências entre 2,4 kW e 7,4 kW, ou trifásicos, para potências entre 11 kW e 22 kW. Para escolher a wallbox mais adequada a cada caso é necessário conhecer a capacidade de carregamento do veículo elétrico e também a potência contratada para a instalação elétrica da sua casa, de forma a saber qual o investimento que tem de fazer para otimizar os recursos.

Se o automóvel apenas permitir carregar até 7,4 kW, como acontece na maioria dos casos, uma wallbox monofásica será suficiente, evitando o investimento desnecessário num carregador trifásico. Portanto, é essencial compreender que o tempo de carga varia de acordo com a capacidade e rapidez do carregador interno do veículo, que converte a corrente alternada (AC) em direta (DC), aquela que é usada pelas baterias. Além das empresas especializadas, algumas marcas de automóveis comercializam wallboxes fabricadas de acordo com as especificações de cada modelo. Também já começaram a chegar ao mercado os carregadores portáteis que permitem aumentar a rapidez de carga com a vantagem de poderem ser usados em diferentes locais, como em casas de férias ou outros locais onde permaneça temporariamente.

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Quais são as vantagens de instalar uma wallbox?

O termo wallbox designa um carregador que é instalado numa parede, alimentado pela corrente alternada em modo monofásico ou trifásico. Além de maior rapidez no carregamento, a segurança é maior porque o dispositivo garante a proteção contra as descargas elétricas, estabilizando a potência e evitando picos de tensão durante o carregamento. Assim, protege as baterias ao mesmo tempo que evita avarias provocadas por picos de tensão. Ao optar por instalar uma wallbox está também a prevenir os riscos de sobreaquecimento do sistema elétrico do carro. Além disso, é possível programar os carregamentos de acordo com o valor mais baixo do tarifário que tenha contratado como, por exemplo, no caso da tarifa bi-horária.

A instalação tem de ser feita por um técnico especializado para garantir a segurança e operacionalidade das ligações à rede doméstica.  A opção pelo carregamento do veículo elétrico durante o período noturno é a mais eficiente, sustentável e económica, pois permite um carregamento mais lento, sem necessidade de potência elevada. Através de um contrato em tarifa bi-horária é possível obter um custo de utilização muito baixo, a rondar os 2€ para percorrer 100 km.

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Posso instalar uma wallbox num prédio ou condomínio?

Sim, pode instalar um carregador doméstico ou wallbox num espaço de utilização comum, um condomínio ou garagem na empresa, sendo possível restringir a utilização do carregador apenas aos utilizadores consignados, evitando o uso por terceiros não autorizados. A legislação aprovada neste sentido prevê diversas soluções, desde a ligação ao quadro elétrico do condómino, quando tal seja viável, à instalação de uma wallbox ligada ao quadro comum do condomínio. Neste caso, é necessário instalar uma wallbox com identificação do Detentor de Ponto de Carregamento (DPC) ligado à rede MOBI.E, que apenas é ativado com o cartão do condómino fornecido pelo CEME (Comercializador de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica). Deste modo, o consumo é sempre discriminado em relação ao consumo geral do condomínio.

Todas as operações devem ser efetuadas por um eletricista certificado, garantindo a segurança das instalações e o correto funcionamento dos equipamentos. A adaptação da instalação elétrica dos prédios e condomínios é necessária na generalidade dos edifícios construídos até 2010, ano a partir do qual passou a ser obrigatória a pré-instalação de ligações entre cada fração e o respetivo lugar parqueamento ou garagem.

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Existem apoios para instalar carregadores em condomínios?

Sim, o incentivo atribuído pelo Fundo Ambiental para a instalação de carregadores de veículos elétricos em condomínios corresponde a 80% do valor de aquisição, até ao limite de 800€ por carregador, e dos custos relativos à instalação elétrica até ao valor máximo de 1000€ por cada lugar de estacionamento. Esta comparticipação do Fundo Ambiental, prevista no Despacho nº 5126/2023, de 3 de maio, permite a instalação de um carregador por condómino, até ao máximo de 10 carregadores por condomínio multifamiliar. Ficam ligados à rede MOBI.E [https://www.mobie.pt/redemobie/detentores-de-posto] e o beneficiário atua como Detentor de Ponto de Carregamento (DPC).

Durante os primeiros 24 meses, o Fundo Ambiental garante também o pagamento da tarifa da Entidade Gestora da Mobilidade Elétrica (EGME) aplicável ao DPC. Os pedidos de incentivo podem ser apresentados até 30 de novembro, por condóminos ou administrações de condomínio, numa medida que tem uma dotação de meio milhão de euros e prevê apoiar a aquisição de 270 carregadores.