Uma publicação do passado dia 1 de fevereiro traz uma “notícia”, no mínimo, alarmante: “Portugal é o 33º país mais corrupto do mundo. As causas? Políticos e outras áreas”. O autor toca num dos assuntos mais badalados da agenda mediática do país sem, porém, partilhar a informação em que se baseia para tamanha afirmação. Trata-se, no entanto, de uma publicação falsa.

Não havendo nenhum gráfico, estudo, relatório ou notícia credível nesta publicação, a melhor opção é perceber como é que o autor chegou àquela conclusão. Geralmente, o relatório mais usado é o Índice da Transparency International (Índice de Perceção de Corrupção), que divulga anualmente dados sobre a corrupção em todo o mundo.

A questão mais importante a reter — e que provavelmente serviu para que o autor criasse uma publicação falsa — é que o ranking apresentado vai desde o país menos corrupto (a Dinamarca) que está em número um, ao país mais corrupto, na posição 180º (a Somália). Ou seja, a escala vai de zero, que não é considerado como corrupto) a 100. Quanto a Portugal, surge no lugar 33º, ou seja, menos corrupto, à frente de países como Espanha ou a Polónia, que fazem parte do mesmo espaço europeu.

Apesar desta verificação, é certo que, por exemplo, em 2019, Portugal tinha ascendido à 30º posição daquele ranking. Ou seja, tem piorado o seu lugar desde então, segundo a Transparency International.

Conclusão

Não é verdade que Portugal seja um dos países mais corruptos do mundo. Segundo o Índice de Perceção de Corrupção, o país ocupa, atualmente, o 33º numa tabela que é liderada pela Dinamarca. O autor manipula esse mesmo ranking para fazer parecer que Portugal é dos países mais corruptos do mundo. Apesar disso, é verdade, ainda que esta não seja alegação do autor, que o país tem piorado o seu ranking de corrupção nos últimos anos.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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