Anda o país chocado – e bem! – com duas gémeas que, apesar de já se encontrarem em idade escolar, não só não frequentam nenhum estabelecimento de ensino como vivem numa garagem, em condições infra-humanas. É urgente que se proporcione a esta família uma vida digna, que permita às gémeas receber a instrução de que carecem.

Não seria má ideia que o país também se escandalizasse com outras gémeas que, por serem marotas, são bem piores: as protagonistas imaginárias de um livro infantil de Brick Duna, pseudónimo de um autor desconhecido. “As gémeas marotas” não tem editora, foi impresso pela Multitipo em 2012, consta nos catálogos da Biblioteca Nacional e da rede de bibliotecas de Lisboa (BLX), e está à venda em livrarias no nosso país, pelo módico preço de 10 euros [1].

As gémeas, que têm nomes muito parecidos [2], propõem-se introduzir crianças da sua idade, a rondar os 6 anos, na vida sexual. Mas, enquanto uma gosta de rapazes, a outra prefere raparigas [3]. Atribuir a crianças, que mal sabem ler e escrever, preferências sexuais é mais do que mórbido, é monstruoso. E é falso também porque, como é óbvio, nenhum ser humano normal tem, a essas idades, apetências sexuais. Mas, mesmo que as tivesse, em caso algum seria lícito incentivar a actividade sexual infantil. Este livro não é, obviamente, de educação sexual, mas de iniciação ao sexo com crianças, ou seja, à pedofilia.

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