Ó muros derrubados! Ó tabus desfeitos! Ó História descongelada! E claro, ó educação de adultos! Sim, educação de adultos, ou já esquecemos que a educação de adultos foi, em Outubro de 2015, um dos assuntos invocados pelo PS para provar como era muito mais fácil e natural o entendimento dos socialistas com a sua esquerda do que com a direita? Infelizmente nunca se apurou o que separava o PS do PSD ou do CDS em tal assunto por segundos elevado a grande questão da pátria.

Creio que tal desinteresse mediático sobre a educação de adultos não se deveu à falta de vontade em aprofundar o tema por parte dos jornalistas nem sequer ao entusiasmo que nas redacções deste país se experimenta perante tudo o que coloque as esquerdas no poder. A explicação na minha opinião é bem mais da ordem da psicologia do que da política pois algures no nosso cérebro soava o aviso: isto é uma farsa. E era. Em Outubro de 2015, o PS, ou mais precisamente os mesmíssimos dirigentes socialistas que agora, em 2021, querem fazer “consensos partidários mais vastos e densos” com a direita, representaram diante dos nosso olhos uma farsa, a farsa das negociações com os vencedores das legislativas, Passos Coelho e Paulo Portas.

A delegação do PS ora se apresentava sem propostas, como aconteceu na reunião surreal que teve lugar a 9 de Outubro de 2015, em que a delegação do PS, chefiada por António Costa e integrada por Ana Catarina Mendes, Pedro Nuno Santos, Carlos César e Mário Centeno, nem se esforçava em disfarçar o ar de quem estava a fazer um frete. Ora pré-anunciava, com declarações tonitruantes de um António Costa agastado e irado com Passos Coelho, que as negociações eram inconclusivas.

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