Carta de Rui Rio. Joacine, desculpe não a tratar por deputada. Mas na verdade não é essa sua qualidade que me leva a dirigir-lhe estas palavras mal acabo de ser reeleito presidente do PSD mas sim a consciência daquilo que nos une na forma de fazer política. Nós os dois, quando entramos num partido é para dar cabo dele, reduzi-lo a quase nada. Com alguma sorte e depois de uma sucessão de combates ficamos só nós dois, cada um no seu partido obviamente. Joacine, vejo em si a minha alma gémea e acredito que na política portuguesa nada será igual após a nossa passagem. Assinado: Rui Rio, homem que tem uma estratégia de oposição única no mundo.
Carta de António Costa. Cara deputada Joacine, venho manifestar o meu apreço pela sua postura republicana e, sem querer de modo algum pressioná-la, condicioná-la ou fazer qualquer coisa que possa irritá-la, encarecidamente lhe agradeço a articulação que se tem estabelecido entre as nossas duas agendas: desde que a senhora deputada apareça – não se canse a falar, basta aparecer – não há espaço para outras polémicas. Por exemplo, os meus assessores estavam preocupadíssimos com a confusão que se ia armar em torno das recomendações do Secretário de Estado da Saúde sobre o combate às agressões aos médicos e enfermeiros através da colocação de revistas e bolinhos nas salas de espera dos hospitais e, graças a si, aos seus gritos e zangas, o assunto morreu.
Também lhe devo o poupar-me a debates: conhecida que é a minha dificuldade em debater com mulheres, com a senhora não tenho esse problema, não por a senhora ser gaga, longe disso, mas sim porque de antemão lhe digo que sim ou que não, que no caso vai dar ao mesmo, pois nem eu estou para a entender nem a senhora para me ouvir.
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