Sobre o ataque que Montenegro sofreu em plena campanha, o nosso Presidente da República considerou que os ataques com tinta já “perderam a eficácia” e a “manifestação é um direito que assiste a todos em democracia”

Curtas duas notas sobre as tristes declarações deste nosso Presidente da República.

Em primeiro lugar, sobre a eficácia que se perdeu com os ataques desta natureza. Segundo Marcelo, os primeiros actos de crimes de ofensa à integridade física realizado com o arremesso de tinta eram razoavelmente aceites, e até seriam eficazes. Na sua repetição, é que se perdeu a graça.

Não. Marcelo não pode estar lúcido, não pode estar na presença de todas as suas faculdades e responsabilidades sendo extremamente grave este pensamento vindo de alguém que tem nas suas mãos a mais alta representação da nação.
Marcelo está a legitimar esta ação, tanto no passado como para futuro, pedindo simplesmente que se inove no modus operandi da coisa. Para o nosso Presidente, o arremessar de tinta já passou de moda e talvez se possa pensar no arremesso de ovos com tomate.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em segundo lugar, a forma de manifestação desta criançada instrumentalizada sem qualquer pensamento individual. Marcelo não percebe então a diferença que há entre o direito à manifestação e os crimes realizados por estes “ jovens”. Qualquer um sabe, que este tipo de ação, difere de muitos que nos habitaram. Não há bombas, por enquanto, não mortes, por agora, e não há feridos de maior.
Mas por nao existir nada disto, não quer dizer que não haja crimes envolvendo pessoas e bens . Há, ele é claro e materializado.
Marcelo entende então , que toda esta prática criminal, é direito à manifestação.

Por essa razão, repito: Marcelo não pode estar lúcido e não está na presença de todas as suas faculdades e responsabilidades políticas e sociais.
Toda esta manifestação de solidariedade para com estes “ activistas”, não é digna das funções presidenciais que Marcelo Rebelo de Sousa deverá cumprir.

O Presidente da República deveria ser o primeiro vir a público condenar a ação e trazer para cima da mesa o diálogo sobre a matéria, convidando todos os actores políticos e os demais, a discutir a problemática das alterações climáticas.
Talvez mude de posição quando o alvo for ele mesmo.

Mas Marcelo, optou por um caminho tão perigoso como aquele que os que se dizem “ activistas” percorrem.

Porém, nada disto dignifica nem a sua função, nem o Estado de Direito Democrático.
O posicionamento de um Presidente da República com uma verdadeira consciência da sua função e da sua responsabilidade, passaria pela pedagogia, pelo diálogo e optar um discurso de penalização desta forma desta actuação.
Marcelo faz exatamente o contrário de tudo aquilo que se deveria fazer.
Não entrando em questões especificamente jurídicas sobre a questão, na medida em que o “ jovem” teria sido de detido no local pela Polícia de Segurança Pública de referir que estamos no quadro penal de pelos menos um crime. O de ofensa à integridade física simples – vide art.143. do Código Penal, punível com pena de prisão até quatro anos. O crime não é público, mas sim semipúblico visto que a pessoa atingida não exerce funções públicas.
É esta a questão de fundo e sobre ela Marcelo não se pronuncia
Estamos perante crimes contra pessoas e o Presidente da República deixa passar o assunto como se nada fosse e em claro. Não há qualquer justificação possível para tudo aquilo que foi dito por Marcelo e por tudo aquilo que é feito por estes “ jovens”.
Talvez, como já disse, a opinião de Marcelo mude quando for o ele o alvo de todos aqueles que ele agita legitima com as declarações que fez.

Repitam todos comigo, Marcelo está louco