Depois da Finlândia, Suécia e Reino Unido, a Noruega, um dos países que há mais tempo adoptou o conceito ideológico do género [sexo] expresso nos Princípios de YOGYAKARTA – que define a “identidade de género” como «a profundamente sentida experiência interna e individual do género de cada pessoa, que pode ou não corresponder ao sexo atribuído no nascimento, incluindo o senso pessoal do corpo (que pode envolver, por livre escolha, modificação da aparência ou função corporal por meios médicos, cirúrgicos ou outros) e outras expressões de género, inclusive vestuário, modo de falar e maneirismos» – denuncia o uso de bloqueadores da puberdade, hormonas sexuais cruzadas, e cirurgias de “alterações sexuais” (ler também aqui) para menores confusos quanto ao seu sexo (género, é apenas a palavrinha engôdo para confundir os desinformados).

Assim, o Observatório Médico Norueguês incentiva o País a abandonar as directrizes de cuidados de ‘Afirmação de Género’, pois, de acordo com a investigação realizada, o chamado “modelo afirmativo de cuidados” para menores que se auto-determinam do outro sexo não reúne provas científicas que o apoiem e, portanto, urge acabar com o uso de bloqueadores da puberdade, hormonas do outro sexo e cirurgias de “mudança de sexo” em menores.

De acordo com o LifeSiteNews, a NHIB (Norwegian Healthcare Investigation Board) recomendou que estes “tratamentos” fossem classificados como experimentais e realçou que o aumento de crianças que se identificam como transgénero é preocupante. Assim, a NHIB é o mais recente organismo europeu a anunciar que “A base de conhecimento, especialmente o conhecimento baseado na investigação, para o tratamento de confirmação do sexo (hormonal e cirúrgico) é insuficiente. Pouco se sabe sobre os efeitos a longo prazo. […] as normas actuais põem em perigo as crianças, que não podem consentir os impactos irreversíveis destes tratamentos.

Relatos dos media indicam que as novas recomendações são uma resposta às reclamações de muitas famílias, que se queixam de «insegurança, de serem impedidas de aconselhar os filhos a aceitar o seu sexo biológico, e da falta de acompanhamento para os pacientes menores de idade».

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Actualmente, nos Estados Unidos, as leis vigentes em alguns Estados – que restringem o uso do “modelo afirmativo” – estão a ser contestadas e condenadas por activistas trans, legisladores e políticos de esquerda, que acusam os políticos e os legisladores que aprovaram essas leis de serem de extrema-direita e de estarem a desferir um violento ataque “transfóbico” contra a “juventude transgénero”. Mas o que países como a Suécia, Finlândia, Reino Unido e Noruega indicam é que países como o Canadá, EUA, Espanha e Portugal, embora apregoem estar na vanguarda da modernidade e da ciência, estão cada vez mais desfasados das conclusões científicas mais recentes.

Antes de a Noruega decidir deixar de usar as crianças como cobaias, em Julho de 2022, no Reino Unido, a clínica de género Tavistock foi encerrada depois de uma investigação do NHS (Serviço Nacional de Saúde) ter concluído que o padrão de cuidados prestado pela clínica punha as crianças em perigo. Foram ainda divulgadas recomendações nas quais o NHS se opunha aos tratamentos de “mudança de sexo” na infância e fortes advertências contra a “transição social” tão confusa e susceptível de impedir a desistência natural com o passar do tempo.

Antes, em Setembro de 2021, em França, mais de 50 profissionais médicos, académicos proeminentes, juristas, médicos, filósofos, psiquiatras, juízes, e psicólogos publicaram uma carta aberta e mordaz na qual condenavam veementemente os efeitos da ideologia do género e da “transição de género” nas crianças. Publicada através do Observatório de Discursos Ideológicos sobre Crianças e Adolescentes, a carta, que expunha as suas preocupações, foi totalmente ignorada pela imprensa internacional. Os jornais portugueses e os diversos órgãos de comunicação social não têm qualquer interesse em denunciar a ideologia de género e o activismo trans. São os maiores culpados da ignorância dos cidadãos e do abuso a que tantas crianças são expostas.

Também em 20121, no mês de Maio, a Society for Evidence Based Gender Medicine (SEGM) informou que o Hospital Karolinksa, em Estocolmo, um dos mais prestigiados hospitais universitários do mundo, mudara sua abordagem à disforia de género, emitindo uma declaração política sobre o tratamento de menores na qual rejeitava definitivamente o “modelo afirmativo” e acabava com a prática de prescrever bloqueadores da puberdade e hormonas do outro sexo a menores de idade.

Joe Biden e Justin Trudeau chamam extremistas e transfóbicos àqueles que se opõem a estas coisas, mas nunca mencionam que os médicos suecos concordam com os “extremistas transfóbicos”.

Para os políticos e activistas do abecedário colorido, os finlandeses também devem ser rotulados como radicais transfóbicos de direita, pois as directrizes médicas finlandesas distinguem entre disforia de género infantil precoce e género adolescente, reconhecendo que alguma confusão ou exploração do género pode ser uma parte natural do crescimento e proibindo quase totalmente a intervenção médica até que «o desenvolvimento da identidade e da personalidade estabilize». Entretanto, a psicoterapia é recomendada para aqueles que se auto-determinam trans, e as intervenções cirúrgicas são proibidas em menores de 18 anos. O bloqueio da puberdade também é considerado explicitamente experimental e, se utilizado em circunstâncias graves, os pacientes são enviados para uma clínica de investigação e os profissionais de saúde têm de assegurar que são «capazes de compreender o significado dos tratamentos irreversíveis e os benefícios e desvantagens associados à terapia hormonal ao longo da vida, e que não existem contra-indicações».

O Reino Unido. A França. A Suécia. A Finlândia. E agora a Noruega. Todos decidiram proteger as suas crianças.

Entretanto, qualquer discussão sobre os danos que estão a ser infligidos aos mais novos neste cantinho à beira-mar plantado, é condenada por aqueles que se auto-determinam tolerantes, modernos e progressistas. Infelizmente, se os políticos de esquerda e a militância lgbtetc continuarem a submeter as crianças portuguesas à ideologia do género, estas serão presas fáceis de adultos perversos e sofrerão danos irreversíveis.