O caso da TAP é mais um exemplo de concretização de prioridades eleitorais que saem muito caro aos contribuintes. Estamos perante um caso de nacionalização de prejuízos e privatização de lucros. Neste momento, a TAP é privada nos seus actos de gestão, mas é pública se precisar de dinheiro. É o melhor dos mundos para a irresponsabilidade financeira privada. A privatização pode não ter sido positiva, mas a nacionalização agravou ainda mais as responsabilidades do Estado
Os gestores podem arruinar a transportadora à vontade e enviar a factura para os contribuintes. E podem pagar prémios a quem entenderem que o acionista maioritário, o Estado, nada pode fazer. Este foi um dos resultados da “renacionalização” que o governo de António Costa fez questão de concretizar. Hoje estamos perante uma gestão privada liderada por Antonoaldo Neves que agrava a situação financeira da TAP e considera normal atribuir prémios de desempenho numa situação dessas.
Em 2018, a TAP registou prejuízos de 118 milhões de euros e agravou o seu capital próprio negativo de 476 milhões de euros para 618 milhões de euros. Teve, além disso, prejuízos operacionais de 44 milhões de euros. Ou seja, a TAP está tecnicamente falida e em 2018 até registou perdas no seu negócio central. Não se pode, por isso, dizer que a empresa esteja a ser bem gerida ou no mínimo, que a vida lhe tenha corrido bem em 2018.
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