A revista Rolling Stone pediu desculpa publicamente depois de uma análise independente ter concluído que um dos seus artigos era “uma história de fracasso jornalístico“, conta o jornal The Guardian.

O relatório diz respeito a um artigo escrito por Sabrina Rubin Erdely, jornalista da Rolling Stone, em 2014. Este conta a história de uma estudante identificada por “Jackie”, que terá sido violada por sete homens durante uma festa na fraternidade Phi Kppa Psi, na Universidade da Virgínia (UVA), em 2012.

A peça, publicada originalmente em novembro, teve um grande impacto a nível nacional, levando à suspensão de todas as atividades no campus da UVA e à abertura de uma investigação policial. Contudo, várias inconsistências na história acabaram por levantar muitas dúvidas sobre o artigo. Em dezembro, a Rolling Stone pediu uma análise à Faculdade de Jornalismo da Universidade da Columbia e, em março, a investigação foi suspensa por falta de provas.

Para a Universidade da Columbia, o artigo foi um “fracasso que poderia ter sido evitado“. O relatório final, publicado este domingo, refere que Erdely cometeu vários erros crassos, que poderiam ter sido evitados se a jornalista tivesse seguido “certos caminhos” jornalísticos, como refere o Guardian.

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Para além disso, a análise diz ainda que uma parte da culpa pertence aos editores e restante redação da Rolling Stone que apesar das “décadas de experiência coletiva falharam em debater os problemas relacionados com as suas reportagens”.

“O problema foi a metodologia, agravada por um ambiente onde vários jornalistas com décadas de experiência coletiva falharam em debater os problemas relacionados com as suas reportagens e em responder às questões colocada por um colega que verificou os factos”, pode ler-se no relatório.

Na sequência da publicação do relatório, a revista removeu a história do seu site e pediu publicamente desculpas. Também a autora fez questão de pedir “as mais sinceras desculpas: aos leitores da Rolling Stone, aos meus editores e colegas, à comunidade da UVA e a todas as vítimas de assédio sexual”.