O líder da bancada parlamentar do Partido Popular Europeu, Manfred Weber — da CSU, partido-irmão da CDU de Angela Merkel na Baviera –, justificou esta quarta-feira o pedido de demissão formal de Jeroen Dijsselbloem do Eurogrupo, dizendo que é preciso “refletir sobre o que o povo grego, os italianos, os espanhóis e os portugueses sofreram nos últimos anos“.

Durante o Congresso do PPE, que decorre em Malta durante hoje e amanhã, Weber classificou como um “comportamento inaceitável que Dijsselbloem ataque [esses países] como quem diz que eles não estão preparados para fazer qualquer tipo de reformas.” E rematou: “É por isso que pedimos que se demita da presidência do Eurogrupo”. O PPE aperta o cerco ao holandês.

Na última terça-feira, vários deputados do grupo PPE escreveram uma carta ao presidente do Eurogrupo a exigir que se demitisse, assinada pelos eurodeputados Paulo Rangel e Esteban Gonzalez Pons, ambos vice-presidentes do PPE. Agora o líder da bancada vem reforçar o pedido, defendendo que é fundamental a “Europa ficar unida”.

Uma posição que motivou reações e pedidos de demissão de diferentes quadrantes da vida política.

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Manfred Weber diz ainda que é “importante sublinhar que ele [Jeroen Dijsselbloem] é um socialista e, até para os socialistas, as suas declarações são inaceitáveis”. Por isso não tem outra alternativa: “Está na hora de se demitir”. As declarações de Weber têm relevo não só por ser líder da bancada do PPE, mas por ser alemão e próximo de Angela Merkel. Sem o apoio da chanceler alemã e do ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, a vida ficará mais complicada para Dijsselbloem no Eurogrupo.

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