Foram precisos apenas seis dias para que um texugo conseguisse enterrar por completo um bezerro com um peso três a quatro vezes superior ao seu. O vídeo foi captado por pesquisadores do Laboratório de Biodiversidade e Ecologia de Conversação da Universidade de Utah, nos Estados Unidos. É a primeira vez que esta atividade é filmada e nem sequer era esse o objetivo da investigação.

Investigar a atividade dos animais necrófagos – carnívoros que se alimentam de matéria orgânica já morta – durante o inverno foi a razão que levou os pesquisadores a deslocarem-se ao deserto de Utah em janeiro do ano passado. Lá instalaram sete câmaras à frente das quais colocaram sete bezerros mortos, para atrair os necrófagos.

Quando, uma semana mais tarde, o biólogo de conservação Evan Buechley voltou aos locais onde estavam instaladas as câmaras reparou que um dos bezerros tinha desaparecido, não restando sequer a carcaça. Convencido que um coiote tinha levado o corpo do animal, o pesquisador ficou desapontado mas depressa deixou de estar quando copiou os ficheiros da câmara e viu imagens que ninguém tinha alguma vez visto:

O vídeo mostra um texugo macho a escavar túneis em redor e por baixo do bezerro morto, que acaba por entrar em colapso e cair no buraco escavado. De seguida, o texugo cobre o bezerro com terra. Nas informações contidas no estudo publicado sobre o assunto, um segundo texugo tentou fazer o mesmo mas não conseguiu.

“Ambos os texugos construíram uma toca ao lado do seu esconderijo, onde dormiram, alimentaram, e ficaram 11 dias continuamente no subsolo. Abandonaram os locais 41 e 52 dias após a descoberta inicial”, pode ler-se no estudo.

Este tipo de atividade é habitual dos texugos que enterram pequenos mamíferos para tornar a decomposição mais lenta e assim poderem comer a carcaça por mais tempo e sem chamar a atenção de outros animais. Porém, nunca antes se tinha tomado conhecimento de um texugo a enterrar um animal com um peso três a quatro vezes superior ao seu.

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