Apesar de insistir que prefere medidas a longo prazo às metas curtas, como a dos 100 dias, Emmanuel Macron não escondeu, durante a campanha eleitoral, as primeiras medidas que queria implementar em França caso fosse eleito presidente. Cumprem-se agora os 100 dias e o balanço parece ser positivo no plano internacional, apesar da crescente queda de popularidade entre os franceses.

100 dias. Quais seriam as primeiras medidas de Macron e Le Pen?

Uma das promessas mais marcantes — a lei de moralização política para acabar com o nepotismo e o abuso do cargo — foi aprovada esta semana pelo Parlamento francês, com 412 votos a favor, 74 votos contra e 62 abstenções. O que muda com esta lei? A partir de agora, ocupantes de cargos públicos, como deputados, ministros e autarcas locais estão impedidos de empregar familiares como colaboradores, estando sujeitos a uma pena de três anos de prisão e 45 mil euros de multa.

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Apesar de pretender aumentar a transparência nos cargos públicos, o seu próprio Governo não resistiu a uma sucessão de escândalos precisamente relacionados com a criação de empregos fictícios e desvios de fundos europeus. Em menos de dois meses, quatro ministros demitiram-se, incluindo a ministra da Defesa, da Justiça, dos Assuntos Europeus e do Planeamento Urbano.

França. Parlamento adota lei que proíbe políticos de contratarem familiares

As últimas semanas da presidência francesa ficaram ainda marcadas pela rejeição da criação do cargo oficial de primeira-dama para Brigitte Macron. Isto porque em França não há nenhum cargo oficial para o parceiro do Presidente (apesar de ter direito a um gabinete e a seguranças) e Emmanuel Macron pretendia criar a figura de primeira-dama para a sua mulher para “acabar com a hipocrisia”. Mas uma petição assinada por 280 mil pessoas chegou ao Parlamento e foi suficiente para fazer Macron recuar na ideia.

Brigitte Macron já não será oficialmente a primeira dama de França

Pelo meio, a popularidade do presidente francês parece estar em queda. No final de julho, as sondagens apontavam para uma queda de dez pontos percentuais na popularidade de Macron entre os franceses: se no início do mandato 62% dos franceses se mostravam satisfeitos com as suas políticas, uma sondagem recente publicada pelo Le Figaro mostra que apenas 36% dos franceses estão hoje satisfeitos com a governação de Macron.

Popularidade de Macron está em queda

Apesar de tudo, o grande sucesso de Emmanuel Macron parece estar no plano internacional, onde a sua vitória foi vista como uma quebra na crescente onda de populismos e nacionalismos que parecia alastrar-se pela Europa. As relações com a Alemanha, a presença no G7 e no G20 e os encontros com Trump e Putin, recorda o El País, são alguns dos marcos que têm feito crescer a popularidade de Macron entre os principais líderes internacionais.