A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, considerou nesta quinta-feira ser “imperativo” manter a disciplina orçamental no futuro, afirmando que os compromissos internacionais e a necessidade de reduzir a dívida “vão muito além de 2014”.

Na sua intervenção inicial na discussão do segundo orçamento retificativo de 2014, que decorre esta tarde na Assembleia da República, a ministra afirmou que esta proposta “assegura o cumprimento do limite do défice para este ano [4%] sem recurso a medidas de consolidação orçamental adicionais”.

“Ainda assim, é importante termos presente que os compromissos orçamentais e a necessidade de reduzir o nível de dívida pública vão muito além de 2014”, afirmou Maria Luís Albuquerque, considerando ser “imperativo manter a disciplina orçamental no futuro”.

A pouco mais de um mês do prazo limite para a apresentação do Orçamento do Estado para o próximo ano, a governante considerou ser “fundamental” manter a disciplina “com a mesma determinação dos últimos três anos”.

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“A sustentabilidade das finanças públicas não pode ser uma preocupação apenas em períodos de emergência, tem de ser um objetivo permanente sob pena de perda de credibilidade e confiança acumuladas”, sublinhou.

Sobre este orçamento retificativo, a ministra admitiu que estão contempladas um conjunto de operações que “poderão ter impacto contabilístico no saldo orçamental”, mas que “não foram contabilizados na conta das administrações públicas”.

A ministra justificou que estas operações, como a recapitalização do Novo Banco, “dependem ainda da avaliação das autoridades estatísticas” e da adoção do novo Sistema Europeu de Contas.

No entanto, “o impacto das operações no ‘stock’ da dívida pública já foi tido em conta na nova estimativa apresentada para o final de 2014”, de 130,9% do Produto Interno Bruto (PIB). “Este efeito é na verdade o principal fator na origem da ligeira revisão em alta apresentada”, justificou.