Cerca de 200 combatentes do Exército Livre da Síria chegaram na madrugada desta quarta-feira a Kobane, para ajudar a defender a cidade fronteiriça síria dos avanços dos militantes do ISIS. Segundo Abdul Jabar Okaidi, um coronel desta força que falou com a CNN, estes militares levaram consigo artilharia pesada e ambulâncias e poderão não ser os últimos a ir para Kobane.

“Para já, 200 são suficientes. Mas podemos trazer mais, se necessário”, disse o responsável militar, não confirmando o rumor de que 1.300 combatentes estariam já a caminho da cidade síria. Esta força entrou na Síria através da Turquia, país que deu ainda autorização a combatentes peshmerga – curdos do Iraque – para também entrarem em Kobane através do seu território.

A decisão do governo turco demorou a ser confirmada e só foi tomada depois de o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ter feito pressão ao telefone junto do presidente turco, Recep Erdogan, para que deixasse os combatentes curdos chegar a Kobane. A Turquia trava há anos uma disputa com o PKK, um partido ilegal de inspiração curda que o governo de Ancara considera ser um grupo terrorista.

Terão sido mais de 80 os combatentes peshmerga que passaram a fronteira turca durante a madrugada de quarta-feira e mais 70 deverão seguir brevemente, depois de uma jornada de dois dias iniciada em Erbil, capital da região autónoma do Curdistão iraquiano. À passagem pela Turquia, os combatentes foram recebidos em clima de festa pela população curda do país.

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O envio de tropas curdas para Kobane “é um gesto bonito”, disse um curdo da Turquia à Euronews. “Ninguém fez o que Massoud Barzani [presidente do Curdistão iraquiano] está a fazer. Ele estendeu a mão aos nossos irmãos, presos em Kobane, e nós estamos todos com ele”, acrescentou.

Kobane, uma cidade síria junto à fronteira com a Turquia, está debaixo de fogo desde 16 de setembro, com violentos combates entre as forças curdas e as forças do ISIS, o grupo fundamentalista islâmico que controla grandes extensões na Síria e no Iraque e que foi responsável pela decapitação de vários jornalistas e voluntários, bem como pela morte de milhares de curdos e cristãos.

Na segunda-feira passada, o grupo divulgou um vídeo em que um dos seus reféns, o jornalista britânico John Cantlie, afirmava que “a batalha por Kobane está a chegar ao fim”.