O surgimento de partidos anti-austeridade na Grécia e em Espanha são “boas notícias para a Europa” considera o economista francês Thomas Piketty, acrescentando que os cidadãos destes países estão a pagar o preço pelas tentativas “incríveis” de forçar os países da periferia europeia a pagarem as suas dívidas demasiado depressa.

“A extrema-direita francesa é muito mais perigosa que o Syriza ou o Podemos, que são países pró Europa que querem construir uma Europa diferente”, afirmou o autor de O Capital no Século XXI, numa entrevista televisiva com Pablo Iglesias, fundador do novo partido Podemos. A entrevista, citada pelo jornal inglês The Guardian, será transmitida no dia 18 deste mês.

Piketty admite que as opções do Syriza não são tão claras como podiam ser, mas que deve ser dado apoio a estes partidos “porque querem construir uma Europa democrática”.

O economista francês considera que as políticas de austeridade aplicadas aos países da zona euro foram uma “fracasso” e, lembrando que no período que se segui à segunda guerra a dívida da Alemanha era de 200% do seu PIB numa altura em que a dívida pública não era uma preocupação, considerou que o caminho impostos pelos líderes europeus, em especial a Alemanha, “é um ato de amnésia histórica para dizer aos países do sul da Europa que têm de pagar toda a sua dívida, até ao último cêntimo, com inflação a zero”.

Thomas Piketty terá acordado manter-se como consultor económico, ainda que de forma informal, do partido Podemos, disse o seu líder, Pablo Iglesias.

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