Paulo Portas, não levando em consideração as previsões do FMI, afirmou esta sexta-feira que este será o último ano em que o défice do país ficará acima dos 3%, uma meta que vai permitir usufruir, segundo o vice-primeiro-ministro, da flexibilidade oferecida pela Comissão Europeia. O centrista avisou ainda que apesar de “ouvir muita gente” a dizer atualmente que é do Syriza, ele prefere ser português, referindo que “não é favorável aproximar Portugal da situação da Grécia”.

Num almoço organizado pela Câmara de Comércio Luso-espanhola, o vice-primeiro-ministro foi o convidado de honra e falou da situação económica de Portugal e também do seu vizinho. “Este é o último ano em que Portugal ainda tem défice excessivo, ou seja, 3%. Assim, beneficiamos das normas de flexibilidade e isso é objetivamente bom para a economia”, disse Portas. Sobre o programa de quantitative easing (QE) ou expansão monetária, o vice-primeiro-ministro diz que vê “como positivas as medidas do governador Draghi”.

“Alguns amigos meus socialistas diziam que com Hollande vinha aí uma nova política, eu dizia: ‘Olhem que não, olhem para o senhor Draghi que é independente dos Estados e tem tomado decisões certas'”, afirmou o centrista.

Sobre o Syriza – que Portas perguntou à audiência se não deveria ser chamado “Syrizo” devido à falta de mulheres no Governo -, Portas disse que apesar de haver gente em Portugal a dizer que é desse partido grego, prefere dizer que é português. “Não é favorável aproximar a situação da Grécia. A Grécia vai no caminho do terceiro resgate, Portugal teve um. Portugal já não tem a troika em Lisboa, a Grécia tem a troika em Atenas. Não vale a pena fazer confusões”, conclui o vice-primeiro-ministro.

Paulo Portas entregou ainda o prémio de melhor empresário ibérico do ano a Manuel de Mello pela Nutrinveste e o prémio de melhor gestor ibérico de 2014 a Isidre Fainé, chairman da CaixaBank, duas distinções feitas pela Câmara de Comércio Luso-Espanhola.

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