O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse no sábado estar “profundamente dececionado” com a decisão da Nigéria de adiar as eleições e apelou à calma.

As eleições presidenciais e legislativas na Nigéria, que estavam marcadas para o dia 14, foram adiadas para 28 de março por razões de segurança, anunciou no sábado a comissão eleitoral.

Numa conferência de imprensa, o presidente da comissão eleitoral, Attahiru Jega, apelidou de “insensata” a intenção de se manterem as eleições para 14 de fevereiro, uma vez que as forças de Defesa da Nigéria não estão disponíveis a tempo do escrutínio.

Em causa estão os ataques terroristas do grupo radical islamita Boko Haram, que têm mobilizado as tropas nigerianas, pelo que o Conselho Nacional para a Segurança da Nigéria adiou a votação por seis semanas.

“Os Estados Unidos estão profundamente dececionados com a decisão de adiar a eleição presidencial da Nigéria, que tinha sido marcada para 14 de fevereiro”, disse Kerry em comunicado.

“A interferência política com a Comissão Eleitoral Nacional Independente é inaceitável, e é fundamental que o governo não use preocupações de segurança como pretexto para impedir o processo democrático”, frisou.

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Kerry disse que a comunidade internacional “vai observar de perto (a situação) à medida que o governo nigeriano se prepara para as novas datas das eleições”.

“Os Estados Unidos sublinham a importância de garantir que não há mais atrasos”, salientou.

Além daquelas duas votações, foi também decidido adiar a eleições dos governadores para 11 de abril.

Desde o início da sua insurreição, em 2009, o Boko Haram causou cerca de 13.000 mortos e 1,5 milhões de deslocados.