Um tribunal de recurso do Egito anulou nesta quarta-feira a pena de morte decretada a 183 partidários da Irmandade Muçulmana, entre eles o líder da confraria, Mohamed Badie, disse à agência noticiosa espanhola EFE o advogado de defesa Mohamed Tosun. O advogado adiantou que o tribunal aceitou o recurso apresentado por 36 dos condenados, que estiveram presentes no julgamento, cuja decisão foi pronunciada em junho de 2014. Os restantes condenados vão beneficiar do recurso apresentado, disse ainda Tosun.

Além dos condenados à morte, quatro arguidos sentenciados com a prisão perpétua também são favorecidos com a decisão judicial. Os réus foram considerados culpados de homicídio, tentativa de assassínio, roubo, uso da força, ataque contra instalações públicas, incêndio e posse de arma de fogo, após distúrbios ocorridos na província de Minia (sul) em agosto de 2013. Devido à anulação das condenações, todos têm direito a pedir a repetição do julgamento, indicou o advogado.

O presidente originário da Irmandade Muçulmana, Mohamed Morsi, o primeiro chefe de Estado eleito democraticamente no Egito, foi destituído e preso a 03 de julho de 2013 pelo exército, dirigido pelo general Abdel Fattah al-Sissi, o atual chefe de Estado egípcio.

Nos meses seguintes, polícias e soldados mataram mais de 1.400 manifestantes pró-Morsi e mais de 15.000 pessoas foram detidas desde julho de 2013, essencialmente membros da Irmandade Muçulmana. Sissi foi eleito presidente em maio de 2014, após ter eliminado toda a oposição da cena política, primeiro a islamita e depois a laica e liberal.

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