Faz 70 anos que o exército americano libertou o complexo de campos de concentração nazi de Mauthausen, na Áustria. Foi a 5 de maio de 1945. O que encontraram, foi aterrador. As diferenças entre os vivos e os mortos eram ténues: corpos sem vida amontoados misturavam-se com as figuras esqueléticas dos sobreviventes.

Entre os sobreviventes estava Francisco Boix: fotógrafo espanhol, militante do Partido Comunista em Espanha e prisioneiro em Mauthausen, de janeiro de 1941 a maio de 1945. Boix roubou às forças SS uma série de fotografias do campo, com ajuda de outros prisioneiros, segundo conta o El País. A história pode assim contar com as imagens arrepiantes das atrocidades de Mauthausen que agora foram divulgadas.

No campo de concentração austríaco terão morrido cerca de metade dos 200.000 prisioneiros encarcerados a 8 de agosto de 1938, cinco meses depois de Hitler ter anexado a Áustria ao Terceiro Reich.

Francisco Boix, o fotógrafo espanhol, entrou em Mauthausen em 1941. Nessa altura, milhares de republicanos chegaram ao campo para serem encarcerados pelos nazis. Aliás, três anos depois do campo principal do complexo de Mauthausen ter sido inaugurado, em 39, cerca de 60% dos prisioneiros eram republicanos espanhóis.

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Após terem sido derrotados pelo General Francisco Franco na Guerra Civil Espanhola, vários perseguidos políticos fugiram para França. Em 1940, depois de a Alemanha ter conquistado a França, cerca de 30.000 foram enviados para campos de concentração devido à sua filiação política anti-fascista ou comunista. Eram chamados os “espanhóis vermelhos”.

A história do fotógrafo Francisco Boix foi contada pelo historiador Benito Bermejo no livro “O fotógrafo do horror”. Boix morreu em 1951 em Paris, na sequência do seu cativeiro.

Veja as imagens arrepiantes que ele conseguiu recuperar e que serviram como prova dos crimes nazis nos julgamentos de Nuremberga.