O guia supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, deu o seu apoio ao acordo nuclear com as grandes potências apesar das “ambiguidades” e das “debilidades estruturais”, indicou numa carta dirigida ao Presidente Hassan Rohani.

“O resultado das negociações” que resultaram no acordo sobre o nuclear de 14 de julho “contém numerosas ambiguidades e debilidades estruturais”, considera o guia supremo, que no entanto “aprova” a decisão do Conselho supremo da segurança nacional (CSSN) de aplicar o acordo, referiram os media iranianos.

Segundo Khamenei, “estas ambiguidades” e a possibilidade de “violação” do acordo pelas grandes potências, “em particular os Estados Unidos”, tornam necessária a criação de “uma comissão forte e vigilante para examinar o trabalho e a aplicação dos compromissos pela outra parte”, refere na missiva.

“A composição desta equipa e os seus deveres serão definidos pelo CSSN”, acrescentou.

Khamenei considera que “nos próximos oito anos” durante os quais o Irão deve limitar o seu programa nuclear, “qualquer nova sanção, e sob qualquer pretexto”, designadamente terrorismo e direitos humanos, que seja adotada “por qualquer um dos países envolvidos nas negociações será uma violação” do acordo e “o governo será forçado a denunciá-lo”.

Concluído em 14 de julho em Viena após dois anos de difíceis negociações, este acordo histórico entre o Irão, Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha permitirá o levantamento das sanções internacionais impostas a Teerão, em troca do seu compromisso em renunciar à arma atómica e limitar o seu programa nuclear civil por um período de oito a 15 anos, segundo os dossiês.

O acordo foi aprovado a 13 de outubro pelo parlamento iraniano após o falhanço das tentativas dos republicanos em bloqueá-lo no Congresso dos Estados Unidos.

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