François Hollande e Manuel Valls vieram dizer, depois dos ataques em Paris, que França estava em guerra e, posteriormente, também o Parlamento britânico quando votou a favor dos ataques aéreos na Síria sublinhou a situação de guerra, mas Ana Gomes, eurodeputada do PS, não concorda com o uso do termo. “É dar um estatuto político aos terroristas”, afirma a socialista.

Já Nuno Melo, num debate com jornalistas no Parlamento Europeu, diz que se está a viver um período de guerra, diferente da “guerra clássica”, mas “uma guerra covarde”. “Para tempos excecionais, medidas excecionais. Vivo em estado de guerra”, defendeu o eurodeputado centrista, admitindo que em prol de um aumento de segurança, está disposto a consentir a recolha de dados para o Registo de Nomes de Passageiros Aéreos (PNR) que deverá ser implementado a nível europeu em 2016, depois de vários avanços nas últimas semanas devido aos atentados de 13 de novembro.

Ana Gomes diz-se solidária com François Hollande, mas que a palavra guerra não deve ser usada, assim como não devem cometidos excessos na segurança, que podem entrar na esfera dos direitos individuais. “Se entrarmos em deriva securitária, estamos a fazer o jogo dos terroristas”, garantiu a eurodeputada, defendendo a necessidade do PNR, mas avisando que não se trata de “uma bala mágica”.

Também Carlos Coelho, eurodeputado do PSD, concorda que não existem soluções mágicas para a segurança na Europa, mas afirma que neste momento os Estados-membros estão a fazer muitas vezes “um registo hipócrita de intenções”, já que apoiam várias iniciativas que visam travar os movimentos migratórios e proteger a Europa contra o terrorismo, mas não passa de “um encorajamento de medidas” e quando chega a fatura, há uma “recusa das suas dotações”.

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