As ações de fiscalização às restrições de circulação de veículos de animação turística na cidade de Lisboa, que entraram em vigor há um mês, resultaram em 40 autos levantados devido a infrações, informou a Câmara Municipal.

“Todos os dias temos tido brigadas da Polícia Municipal [com a Polícia de Segurança Pública] que têm fiscalizado o cumprimento da circulação nos locais que têm restrições e no que diz respeito também ao cumprimento das largadas e tomadas de passageiros e dos locais de paragem. Pela nossa indicação, já foram passados cerca de 40 autos por não-cumprimento das regras que ficaram estabelecidas”, disse o vice-presidente do município lisboeta, Duarte Cordeiro (PS), em declarações à agência Lusa.

Os autos foram levantados “ou porque [os guias turísticos] circularam em ruas que estavam vedadas, ou porque pararam o ‘tuk tuk’ em local não está identificado como local de paragem”, exemplificou Duarte Cordeiro, garantindo que “a Câmara está atenta e está a fiscalizar” diariamente, o que também fará em 2016.

A 20 de novembro, entraram em vigor novas regras para veículos ligeiros, motociclos, quadriciclos, triciclos e ciclomotores de animação turística, entre os quais os minicarros ‘tuk tuk’.

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Estas medidas resultam de um despacho publicado em boletim municipal no final de outubro, assinado pelo presidente do município, Fernando Medina, e prevendo a criação de 116 lugares de paragem bem como a proibição de passar por algumas ruas de Alfama, Castelo e Bairro Alto, onde foi colocada sinalética.

Foi também adotado um novo horário de circulação, entre as 09:00 e as 21:00.

Duarte Cordeiro salientou que as medidas foram articuladas com agentes do setor e Juntas de Freguesia, resultando num “ponto de equilíbrio” entre os interesses das empresas e dos moradores.

Para o presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos (APECATE), António Marques Vidal, este foi um “primeiro passo” na regulamentação da atividade, o que considerou positivo.

Porém, existem, a seu ver, alguns constrangimentos, como “o facto de as viaturas não poderem parar na Praça do Comércio” e de “alguns bairros terem sido quase completamente vedados”.

Segundo António Marques Vidal, as “implicações não são até agora tão complicadas quanto isso”, já que esta é uma “época baixa e há menos pressão [turística]”.

Estas medidas serão enquadradas num regulamento de circuitos turísticos que a autarquia está a ultimar, prevendo o licenciamento municipal dos veículos de turismo e a limitação do número e do tipo de carros.

O regulamento vai também obrigar a que, em 2017, os carros turísticos sejam todos elétricos.

“Acreditamos que no ano de 2016 vamos finalizar este processo com o regulamento”, referiu o vice-presidente da Câmara, estimando que o documento seja levado a reunião camarária no início do ano.

A Lusa contactou a Associação Nacional de Empresários de Tuk Tuk (Astuk), que se escusou a prestar declarações.