Há 218 contribuintes individuais com dívidas superiores a um milhão de euros ao fisco, menos 18 pessoas do que no final de 2014. Esta quebra, segundo Domingues de Azevedo, bastonário da Ordem dos Contabilistas Certificados, deverá ficar a dever-se à abertura de falência por parte de alguns desses devedores ou à prescrição das dívidas.

“As dívidas de valor elevado são difíceis de cobrar e não vejo alterações fundamentais na atividade económica que justifiquem a redução”, afirma o bastonário ao Diário de Notícias que avança, este domingo, com o número de devedores à Autoridade Tributária.

A lista de devedores ao fisco é composta por 28 mil pessoas com dívidas superiores a 7.500 euros. E, ao todo, entre empresas e contribuintes singulares, as dívidas somam mais de 6,5 mil milhões de euros, qualquer coisa como 3,5% do PIB. Colocando em perspetiva, as transferências do Orçamento do Estado para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), no ano passado, totalizaram os 7,9 mil milhões de euros.

Domingues de Azevedo avança que “já vale a pena pedir um crédito ao banco para pagar uma dívida ao fisco”. “É que os juros rondam os 2% a 3% e a Autoridade Tributária cobra cerca de 6%.”

A lista pública de devedores, que é atualizada diariamente, foi criada em 2006 pelo então ministro das Finanças Teixeira dos Santos, para tentar controlar o número de novas ações de cobrança de dívida que entupiam os tribunais. Antes de verem o seu nome na lista, todos os devedores são primeiro citados no âmbito do processo de execução fiscal.

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