As buscas realizadas na tarde desta quarta-feira pelo Ministério Público (MP) e pela Polícia Judiciária à sede da auditora KPMG, em Lisboa, resultaram na apreensão de documentação vasta.

Ao que o Observador apurou, os investigadores procuravam documentação que está relacionada com a alegada venda fraudulenta de papel comercial de diversas empresas do Grupo Espírito Santo (GES) aos balcões do Banco Espírito Santo (BES). O MP suspeita de diversos crimes nessas operações de financiamento do GES, sendo o de burla qualificada um deles, numa altura em que Ricardo Salgado e outros administradores daquele grupo financeiro já sabiam das dificuldades financeiras que levaram à sua derrocada. O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), que investiga os casos do chamado “Universo Espírito Santo”, tem um inquérito aberto só para esta matéria.

Outro inquérito aberto está relacionado com o Banco Espírito Santo Angola (BESA) e com a gestão de Álvaro Sobrinho. A KPMG foi a auditora do BES em Portugal desde 2002 e, através da sua filial em Angola, desempenhou o mesmo papel no BESA. Foi esta dupla atividade que levou o MP a apreender igualmente documentação relacionada com Angola.

O DCIAP tem ainda um terceiro inquérito sobre a alegada manipulação da contabilidade do BES – que é uma espécie de processo principal do “Universo Espírito Santo”.

Contactada pelo Observador, fonte oficial da Procuradoria-Geral da República confirmou a realização das buscas na KPMG, acrescentando que tais “diligências realizam-se no âmbito das investigações relacionadas com o denominado ‘Universo Espírito Santo’, que correm termos no DCIAP”.

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