A Reserva Federal dos EUA poderá não voltar a subir as taxas de juro antes de 2018. É essa a expectativa dos participantes do mercado monetário, que, como nota a agência Bloomberg, têm sido um barómetro mais fiel dos planos da Fed do que a própria Fed.

Segundo a Bloomberg, a maior parte dos operadores bolsistas atribuem uma maior probabilidade de que haja cortes nas taxas de juro do que novas subidas. Este é um contraste óbvio com as quatro subidas da taxa de juro que a Reserva Federal previa há poucos meses. Existe uma probabilidade de apenas 25% de que haja uma subida dos juros em setembro — algo que era visto como praticamente garantido há poucos meses.

A confirmar-se, esta decisão irá ilustrar a apreensão com que o banco central mais poderoso do mundo olha para a situação na economia global e, até, na economia norte-americana, que não está livre de voltar a cair em recessão. Juros baixos por mais tempo significará que não terá, ainda, terminado a era do dinheiro barato, como parecia estar a acontecer em dezembro, quando houve a primeira subida dos juros desde 2006.

Se a Reserva Federal dos EUA mantiver os juros baixos por mais tempo do que se previa, essa decisão terá sempre consequências nas mexidas anunciadas pelos outros bancos centrais. Na zona euro, o Banco Central Europeu (BCE), por exemplo, poderá reforçar os estímulos monetários para tentar mitigar os efeitos da provável saída do Reino Unido da União Europeia — será algo capaz de penalizar a economia europeia e tornar ainda mais difícil a obtenção do objetivo de inflação na zona euro (2%).

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