O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu esta terça-feira que a Europa e os europeus devem unir-se e definir posições comuns nos “aspetos mais sensíveis da atualidade” para se fortalecer como potência política.

“A Europa o que tem de fazer é primeiro unir-se, segundo fortalecer-se, definir posições comuns nos aspetos mais sensíveis da atualidade, que vão desde a situação económica – é preciso crescer mais e criar mais emprego – até à questão dos refugiados e das migrações, passando pela segurança, para conseguir chegar a posições comuns que ultrapassem várias sensibilidades”, defendeu.

Questionado sobre qual deve ser o posicionamento da Europa face às decisões do Presidente norte-americano, Donald Trump, relativas aos imigrantes e refugiados, Marcelo Rebelo de Sousa sustentou que se a Europa for capaz de ter “uma posição forte”, será “uma potência política essencial para o mundo” como “é preciso que seja”.

“A Europa tem uma experiência, porque chega onde outros não chegam, faz pontes onde outros não fazem. Se os europeus forem capazes de fazer isso, então suceda o que suceder noutros continentes eles serão sempre muito fortes”, defendeu. O Presidente da República falava aos jornalistas à margem da iniciativa “Escritores no Palácio de Belém”, que reuniu alunos do colégio Nossa Senhora da Conceição, em Guimarães, e Miguel Sousa Tavares, na residência oficial do chefe do Estado.

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Questionado sobre o contributo da cimeira que reuniu sábado em Lisboa chefes de Estado e de Governo dos países do sul da União Europeia, Marcelo Rebelo de Sousa disse ver esses encontros “não como um fator de divisão mas como um fator de unidade”. O chefe do Estado considerou que “tudo o que se faça” para promover o encontro de posições “é bom” mesmo que não seja possível reunir todos e deu o exemplo das “cimeiras bilaterais” e das visitas oficiais.

“Não sendo possível todos, o irmo-nos reunindo dois a dois, três a três, quatro a quatro, cinco a cinco, com o objetivo da unidade, isso é bom, vamos falando e vamos criando pontes”, disse. A realização da cimeira de chefes de Estado e de Governo dos países do sul da União Europeia, sábado, em Lisboa, foi criticada pelo presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, que considerou que a Europa não sai beneficiada desse tipo de encontros.

“Numa altura como aquela que estamos a viver, com tantas transformações a ocorrer, quer com os Estados Unidos, quer com a saída programada do Reino Unido da União Europeia, o que precisamos é de coesão dentro da Europa – não de reunir grupos e grupinhos”, defendeu Passos Coelho, no sábado.