O Presidente da República admitiu hoje ter recebido, no Palácio de Belém, uma carta sobre a situação na associação Raríssimas, dias antes da reportagem da TVI, mas “não tinha nada de específico”.

Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre a notícia de que a Presidência da República recebeu uma carta com uma denúncia, antes da reportagem da TVI, no sábado, sobre alegadas irregularidades, pela presidente, com a utilização de dinheiro da associação de ajuda a pessoas com doenças raras, a Raríssimas, para fins pessoais.

“É muito simples: [a carta está] datada de 16 [de novembro], chegou no dia 23, foi carimbada no dia 25, chegou, por causa dos feriados, dia 04 de dezembro. A reportagem é três ou quatro dias depois, chegou no meio de outras denúncias e não tinha nada de específico”, afirmou hoje o Presidente, antes de antes de ir assistir à emissão do Natal dos Hospitais, na RTP, em Lisboa.

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Há dois dias, Marcelo tinha dito que ao Palácio de Belém não chegou “nada de específico, de concreto” sobre eventuais irregularidades ou ilegalidades na associação Raríssimas, das quais só teve conhecimento pela reportagem de sábado na TVI.

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Marcelo Rebelo de Sousa, que falava aos jornalistas no final de uma conferência sobre agricultura, num hotel de Lisboa, voltou a defender que se impõe “uma investigação exaustiva” e referiu que “essa investigação foi assumida pelo senhor ministro” da Segurança Social, Vieira da Silva.

Questionado se chegou ao Palácio de Belém algum tipo de denúncia ou queixa sobre a Raríssimas, o chefe de Estado respondeu: “A Belém não chegou nada de específico, de concreto relativamente ao que se passava em termos de ilegalidade. E, portanto, digamos assim, os dados concretos vieram a ser conhecidos por todos nós quando foram objeto de um programa de televisão”.

“Não tinha conhecimento de irregularidades ou ilegalidades específicas ou concretas que pudessem ser apontadas. Passei a conhecê-las quando vi o programa de televisão, às tantas da noite”, reforçou.