Um tribunal chinês condenou esta terça-feira a prisão perpétua Sun Zhengcai, antigo alto quadro do Partido Comunista que era considerado um dos favoritos à liderança nacional, por aceitar subornos no valor de 22 milhões de euros.

Segundo o veredito do Tribunal Popular Intermédio de Tianjin, Sun será privado dos seus direitos políticos para toda a vida e as suas propriedades e ativos serão confiscados. A televisão estatal CCTV difundiu imagens do antigo político em tribunal a afirmar que não vai recorrer da sentença.

Sun ocupou o cargo de secretário do Partido Comunista Chinês (PCC) no município de Chongqing até julho passado, quando foi anunciado que estava a ser investigado pela Comissão de Inspeção e Disciplina do partido. Com 54 anos, era um dos membros mais novos do Politburo do PCC, que reúne os 25 mais poderosos da China, pelo que constava entre os favoritos para suceder ao atual secretário-geral do PCC e Presidente da China, Xi Jinping.

Sun “admitiu a sua culpa, mostrou-se arrependido e assinalou que aceita a sentença”, informou o tribunal. Em troca de subornos, Sun terá beneficiado empresas e individuais com contratos para projetos públicos e negócios, precisa o veredito. A liderança e a imprensa da China, no entanto, tornaram claro que as falhas de Sun foram também de natureza política.

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Durante o Congresso do PCC, em outubro passado, um alto quadro do regime admitiu que Sun e outras figuras do partido atingidas pela campanha anticorrupção de Xi Jinping, “conspiraram abertamente para usurpar a liderança do partido”. Sun foi substituído como secretário-geral em Chongqing por Chen Miner, ex-chefe de propaganda de Xi.

A campanha anticorrução lançada há cinco anos pelo Presidente chinês puniu já mais de um milhão e meio de membros do PCC e investigou 440 altos quadros do regime. Entre os altos funcionários investigados, 43 faziam parte do Comité Central do PCC — os 200 membros mais poderosos da China.

Sun é visto como próximo da Liga da Juventude Comunista, fação associada ao antecessor de Xi, Hu Jintao, e que o atual Presidente chinês afastou durante o seu processo de consolidação do poder. Em março passado, Xi conseguiu abolir da Constituição do país o limite de mandatos para o exercício do seu cargo.