Há mulheres da GNR que estão a ser obrigadas a levar os seus filhos pequenos para os postos por não terem onde os deixar quando entram nos primeiros turnos da manhã, às 7h. Segundo o Jornal de Notícias, que avança a notícia na edição desta quinta-feira, há vários casos por todo o país de ordens inflexíveis de comandantes mesmo em situações em que os infantários ou escolas ainda não estão abertos àquela hora ou aos fins de semana.

O Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga aceitou inclusivamente uma providência cautelar apresentada por uma militar da GNR de Guimarães, que se queixava de que o seu comandante a obrigava a trabalhar no turno das 7h às 16h. O tribunal suspendeu a ordem do superior hierárquico, justificando que caso cumprisse aquele horário a militar estaria a “violar o cumprimento das suas responsabilidades parentais”.

A militar, que tem duas filhas de cinco e de dois anos, pediu para trabalhar das 8h às 17h em vez de das 7h às 16h, para poder passar no infantário às 7h30 e deixar as filhas. Porém, o comandante recusou. Segundo explica o JN, o marido também é da GNR, pelo que as duas menores ficam sem ter quem as possa levar ao infantário.

Ouvido pelo mesmo jornal, o coordenador da região norte da Associação dos Profissionais da Guarda diz que se trata de “assédio laboral” e denuncia outros casos na região de Braga. Num dos casos, há mesmo uma militar a levar o filho para o posto da GNR todos os dias às 7h, só o levando para a escola às 9h, quando outros profissionais chegam a posto.

Na origem está um despacho do Comando Geral da GNR aprovado em novembro do ano passado que retira aos militares com filhos menores de 12 anos a atribuição de horário flexível por defeito, fazendo que todos os militares nesta situação necessitem de pedir autorização para obterem este horário.

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