O Ministério Público venezuelano anunciou, segunda-feira, que estão detidos os autores materiais do atentado de sábado contra o Presidente Nicolás Maduro e que foram estabelecidas as “conexões” internacionais com Miami (EUA) e Bogotá (Colômbia).

O anúncio foi feito pelo procurador-geral designado pela Assembleia Constituinte, Tarek William Saab, durante uma conferência de imprensa em Caracas. “Estão identificados todos os autores materiais do facto [atentado] e seus colaboradores imediatos. Também se estabeleceu o sítio onde se alojaram em dias prévios à tentativa de magnicídio”, disse. De momento, oficialmente, estão detidas seis pessoas.

Segunda-feira, funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência evacuaram o Hotel Pestana Caracas, propriedade de empresários portugueses, tendo restringido o acesso ao local. A operação está relacionada com as investigações sobre o atentado de sábado contra o Presidente Nicolás Maduro e, segundo fontes não oficiais, terão sido detidas pelo menos duas pessoas no hotel.

Sábado, duas explosões que as autoridades dizem ter sido provocadas por dois drones (aviões não tripulados), obrigaram o Presidente da Venezuela a abandonar rapidamente uma cerimónia de celebração do 81.º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar). O ato, que decorria na Avenida Bolívar de Caracas (centro), estava a ser transmitido em simultâneo pelas rádios e televisões venezuelanas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No momento em que Nicolás Maduro anunciava que tinha chegado a hora da recuperação económica ouviu-se uma das explosões, que fez inclusive vibrar a câmara que focava o chefe de Estado. Nesse instante, a mulher do Presidente venezuelano, Cília Flores, e o próprio chefe de Estado olharam para cima.

Antes da televisão venezuelana suspender a transmissão foi possível ainda ver o momento em que militares rompiam a formação. Sete militares ficaram feridos.

O Presidente Nicolás Maduro acusou diretamente o seu homólogo colombiano, Juan Manuel Santos, pelo atentado, envolvimento que a Colômbia desmente. Segundo Maduro está ainda envolvida a extrema-direita venezuelana, em coordenação com opositores radicados em Miami, EUA.