Os ingleses estão, por um lado, decididos a apostar nos veículos eléctricos (EV), mas por outro apostados em afastá-los da rede eléctrica nacional. E as razões são várias, a começar pelo facto de o Reino Unido ser um dos países da Europa ocidental que mais recorre ao carvão para gerar electricidade. Isto significa que talvez os carros a gasolina e diesel poluam menos do que as centrais que geram energia para alimentar os carros eléctricos a bateria.

Mas os britânicos têm uma megacentral nuclear a ser construída, que se lhe vai arranjar problemas novos, vai permitir finalmente desligar as centrais a carvão, o que limitará o actual problema. Ainda assim, os responsáveis querem que cada condutor recarregue o seu EV em casa, a baixa potência, exigindo um esforço menor à rede, com medo que, se todos ligarem a estações a 150 ou 350 kW, a rede não aguente e coloque o país às escuras. E as empresas também. Para isso, o Governo está apostado a subsidiar cada condutor de carro eléctrico que deseje adquirir uma walbox com 560€, que equivale ao preço médio de um destes carregadores para ter em casa e que pode ir até 7 kW.

Segundo os especialistas do sector, numa segunda fase será subsidiada a instalação de painéis solares e baterias estacionárias, de ter em casa, que durante o dia carregam a partir dos painéis e à noite da rede, para depois alimentar a casa e até os carros a bateria, diminuindo a solicitação à rede.

Mas nem toda a gente pode recarregar o seu eléctrico em casa, pelo que os responsáveis pelo plano energético inglês deram mais um passo em frente, no sentido de disponibilizar mais pontos de carga, a baixo custo para o erário público. Vai daí surgiram os pontos de carga montados nos postes de iluminação, que é o que não falta numa grande cidade. Basta instalar um alimentador (mais fácil de dizer do que fazer, mas ainda assim com custos muito inferiores aos carregadores normais, mesmo os de baixa tensão) num posto que já tem energia e prever um sistema de pagamento, com a certeza que assim é muito mais fácil (e barato) disseminar postos de carga.

Tudo junto, o Governo britânico tem um plano para promover os automóveis a bateria, para o qual alocou 40 milhões de libras, cerca de 45 milhões de euros. Com esta verba os responsáveis ingleses querem atingir 50% das vendas com veículos de baixas emissões – eléctricos e híbridos plug-in, uma vez que numa segunda fase os híbridos e os mild hybrid ficam de fora, por terem um potencial de poupança muito reduzido.

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