“Pelo menos” 3.776 casos de abuso sexual de menores foram registados pela Igreja Católica na Alemanha entre 1946 e 2014, de acordo com um novo relatório encomendado pela Conferência de Bispos Alemães conhecido esta quarta-feira.

Segundo os jornais Die Zeit e Spiegel Online — que tiveram acesso a uma cópia do documento que que é o resultado de quatro anos de trabalho e só vai ser tornado publico a 25 de setembro –, a maioria das vítimas eram rapazes, sendo 969 acólitos. Cerca de metade tinham 13 anos ou menos e um em cada seis casos envolveram violação. No total estão envolvidos 1.670  clérigos.

O relatório conclui também que muitos dos processos foram manipulados ou destruídos e muitos nunca foram levados a tribunal. São ainda citados alguns casos que foram resolvidos com a transferência dos clérigos — na sua maioria padres — para outras dioceses, sem que as congregações fossem avisadas do motivo para a mudança.

“Conhecemos a extensão dos abusos sexuais que foram demonstrados pelo estudos. Estamos consternados e envergonhados”, disse o bispo Stephan Ackermann num comunicado horas após os jornais terem divulgado o teor do relatório. O bispo acrescentou que o objetivo do estudo era “ganhar mais clareza e transparência relativamente a este lado negro da nossa igreja, para bem dos afetados, mas também para vermos nós próprios as injustiças e garantir que não voltam a acontecer”.

A Conferência dos Bispos Alemães anunciou também esta quarta-feira que no dia antes da publicação do relatório (24 de setembro) vai abrir uma linha direta de apoio ao público. O anúncio surge ainda no mesmo dia em que o Papa Francisco convocou uma reunião inédita com líderes da Igreja de todo o mundo dedicada ao tema da proteção de menores.

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