O preço da água pode vir a subir em tempos de seca. Os municípios e as entidades gestoras vão passar a ter a liberdade para alterar a tarifa em períodos de maior escassez e em épocas em que o consumo é mais elevado. Esta medida faz parte do regulamento tarifário dos serviços da água, que vai estar em consulta pública até 15 de março.

O documento da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) estabelece ainda que os alojamentos locais e condomínios passarão a pagar mais. Já os agregados familiares a partir de cinco pessoas vão ter descontos. A notícia é avançada esta segunda-feira pelo “Jornal de Notícias”.

A ERSAR também prevê tarifas bi-horárias. Isto significa que, consoante o horário de consumo, os preços serão distintos. Assim, a água será mais barata quanto menor for a procura. Uma medida cuja implementação será dificultada pela falta de contadores inteligentes, que permitem, além de anotar o volume do consumo, contabilizar a altura do dia em que se consome. Uma prática que já acontece na eletricidade.

Estas alterações começaram a ser pensadas depois das secas severas que atingiram Portugal em 2017, ano em que durante vários dias consecutivos, os bombeiros abasteceram populações com água transportada por camiões cisterna. Na altura, o Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, assegurou que o preço da água não subiria. Uma afirmação que se vê contrariada pelas alterações previstas no documento.

O diário diz ainda que a diferenciação tarifária pode afetar a fatura mas também os preços da água e do saneamento. Estas alterações vão entrar em vigor em janeiro de 2021.

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