O autor do polémico livro “Fogo e Fúria” sobre a presidência de Donald Trump, Michael Wolff, vai publicar uma sequela da obra a 4 de junho, dia nacional dos EUA. O novo livro chama-se “Siege: Trump under Fire” e o anúncio foi feito esta quarta-feira por Henri Holt, o editor de Wolff.

“Esta sequela será um livro igualmente explosivo sobre uma presidência que está sempre debaixo de fogo”, descreveu Henri Holt. “O livro mostra uma administração que está sempre a ser alvo de investigações e um presidente volátil, errático e exposto”, continuou ainda o editor.

O livro vai focar-se nas investigações do consultor especial Robert Muller sobre o alegado envolvimento da Rússia na campanha presidencial de Trump, avança o The Guardian. “Siege”, explicou na manhã desta quarta-feira Henri Holt, inicia o livro com o fim do segundo ano de presidência de Donald Trump e termina, precisamente, com a entrega do relatório Muller.

A capa do novo livro de Michael Wolff, disponível a partir de 4 de junho

Michael Wolff terá começado a reunir informação para o novo livro assim que acabou de escrever o polémico “Fogo e Fúria”. O livro, lançado em janeiro de 2018 e que vendeu milhões de cópias em todo o mundo, caracterizou Trump como um presidente incapaz, ignorante e líder de uma Casa Branca que não respeita o seu governante.

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Para escrever o novo trabalho, Michael Wolff terá falado com 150 fontes, mas o editor não revelou se estas estão ligadas à Casa Branca. No entanto, o Axios avança que Wolff falou com as mesmas pessoas que o ajudaram a escrever o primeiro livro. Em “Fogo e Fúria”, Wolff revelou declarações de membros e ex-membros da administração e conhecidos de Donald Trump, que denunciaram comportamentos impróprios do republicano e descreveram o seu primeiro ano de presidência como “caótico”.

Na altura em que “Fogo e Fúria” foi lançado, Trump ameaçou processar o autor e pôr fim à impressão do livro. Chamou à obra um “livro falso”, uma “desgraça” e apelidou Wolff de “fraude”. Contudo, as declarações do presidente norte-americano apenas fizeram disparar ainda mais as vendas. Para escrever a sequela, Wolff não quis entrevistar Donald Trump, para evitar ações legais que pudessem atrasar a publicação da obra.

Em 2018, Wolff disse que Trump lhe deu acesso à Casa Branca para escrever o livro, mas o presidente viria a negar o convite no Twitter depois de descrever o livro como “lixo de tabloide ficcional” e “cheio de informação falsa e com relatos inconclusivos”.

Michael Wolff respondeu no próprio dia. “Uma coisa é certa: Donald Trump vai atacar. A minha credibilidade está a ser posta em causa por um homem que tem menos credibilidade que, talvez, qualquer pessoa que já alguma vez caminhou na Terra.”

Wolff escolheu o título do primeiro livro depois de uma declaração de Trump sobre o conflito com a Coreia do Norte, onde o presidente falou em “fogo e fúria”. A obra vendeu mais de quatro milhões de cópias em todo o mundo e foi um top seller em 2018. A nova sequela já pode ser pré-encomendada e teve a revisão de John Sterling, que também participou no primeiro livro de Wolff.

Quem é Michael Wolff, autor do livro sobre a Casa Branca de que todos falam?