Um homem de nacionalidade belga associado à organização “Hells Angels Motorcycle Club” foi detido no Algarve, informaram a Polícia Judiciária (PJ) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) em comunicado de imprensa.

A PJ e a PGR  indicaram que em causa estão crimes de associação criminosa, tentativa de homicídio, roubo, ofensas à integridade física graves, ofensas à integridade física qualificadas e posse de armas proibidas.

A detenção foi feita no âmbito de inquérito dirigido pelo Ministério Público, com investigação realizada pela Polícia
Judiciária, tendo por objeto factos cometidos por elementos da organização “Hells Angels Motorcycle Club”, na sequência de buscas feitas na segunda-feira. O processo tem 89 arguidos constituídos, dos quais 43 estão sujeitos a medidas de privação da liberdade.

O detido foi presente no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa a primeiro interrogatório judicial nesta terça-feira, tendo o tribunal, em consonância com o Ministério Público, aplicado a medida de prisão preventiva.

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Segundo fonte judicial, têm decorrido nos últimos dias e continuam a ser realizados interrogatórios complementares aos arguidos, mas nenhum está a responder às perguntas do Ministério Público.

O inquérito, que se encontra em Segredo de Justiça, corre termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e o Ministério Público é coadjuvado pela Unidade Nacional Contra Terrorismo da Polícia Judiciária.

Em março do ano passado, cerca de 20 ‘motards’ do grupo “Hells Angels” invadiram um restaurante no Prior Velho, concelho de Loures, distrito de Lisboa, para atacar o grupo Red&Gold, criado pelo radical de extrema-direita Mário Machado. Os dois grupos rivais entraram em confrontos dentro do estabelecimento comercial, com facas, paus, barras de ferro e outros objetos.

Este episódio de violência levou a PJ a deter os primeiros 58 elementos do grupo de motociclistas Hells Angels em Portugal (a que se somou um outro na Alemanha).

Os suspeitos estão indiciados, na sua generalidade, da prática de associação criminosa, homicídio qualificado na forma tentada, roubo, ofensas à integridade física graves, ofensas à integridade física qualificada, detenção de armas proibidas e tráfico de droga.

Em janeiro, o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa declarou a especial complexidade do processo para poder ter mais seis meses (até 18 de julho) para deduzir a acusação, dilatando assim o prazo da prisão preventiva.

O grupo Hells Angels existe em Portugal desde 2002 e, desde então, tem sido monitorizado pela polícia.