Foi em 2006. Foi em 2007. Foi em 2008. Roger Federer e Rafa Nadal já tinham jogado antes 39 vezes um contra o outro, com a vantagem nesse particular a pender para o espanhol (25-14), mas os duelos entre ambos nas finais de Wimbledon ficaram como poucos na memória de todos, incluindo o último em que o esquerdino conseguiu finalmente ganhar pela primeira vez o torneio inglês no All England Club após quase cinco horas de jogo resolvidas com 9-7 no quinto e último set. Esta sexta-feira, o “Fedal” que ganhou o estatuto de maior duelo do ténis mundial teve características diferentes mais de uma década depois do último jogo entre ambos na relva mas nem por isso deixou de ser apaixonante. Emocionante. Vibrante. De tal forma que o próprio Djokovic, que aguardava adversário na final de domingo, assumiu que estaria a ver a partida mas como mais um fã.

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No final, ganhou Federer. Aos 37 anos, ganhou e ganhou bem: esteve melhor no serviço, na forma como construiu pontos para fechar de forma rápida, na maneira como forçou o espanhol a errar mais do que é normal. Mas podia ter ganho Nadal, como mostrou no segundo set em que “arrasou” o adversário com sete jogos dignos de melhor do mundo. O espanhol ainda continua a ganhar no confronto direto mas o suíço provou que, aos 37 anos, continua a ser dono e senhor na relva de Wimbledon.

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Os dois primeiros sets tiveram histórias quase opostas como os seus vencedores no final: depois de um parcial decidido a favor de Roger Federer no tie break por 7-3 com cinco pontos seguidos que viraram a desvantagem de 3-2, e que teve apenas um break não concretizado do suíço, o segundo set foi completamente dominado por Nadal, mais agressivo nas respostas aos primeiros serviços do adversário, que quebrou duas vezes o serviço do helvético para fechar com 6-1 e empatar as contas desta meia-final. Tudo em aberto para um encontro que parecia apontar para mais uma maratona decidida a cinco sets.

O terceiro parcial poderia ser determinante para o resto do encontro e acabou por transformar-se no mais incaracterístico até então, com Federer a fazer o break em 3-1, a salvar o 3-2 no seu serviço de Nadal naquele que foi o ponto mais longo do encontro até esse momento com cerca de duas horas de jogo e a fechar com 6-3 depois de ter estado perto de fazer novo break a Nadal. No quarto set, um break logo no segundo jogo de serviço do espanhol acabou por colocar Federer numa posição privilegiada para fechar o encontro em 6-4, naquela que foi a sua terceira vitória em quatro jogos em relva frente ao espanhol.

Roger Federer alcançou assim a 12.ª final de Wimbledon e vai agora defrontar na final de domingo o número um do mundo, Novak Djokovic (que venceu Roberto Bautista em quatro sets esta tarde), numa reedição das finais de 2014 e 2015 que foram ganhas pelo sérvio nas duas únicas derrotas do suíço em jogos decisivos a que se junta o desaire em 2008 frente a… Nadal.

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