Uma nova edição das Bucólicas, do poeta latino Vergílio, vai ser publicada no final de novembro, ainda em data por confirmar, pela editora Cotovia. A tradução é da responsabilidade do latinista Gabriel A. F. Silva, que traduziu as Geórgicas, outra obra do autor da Eneida.

Considerado o primeiro dos três grandes poemas de Vergílio (existe um grupo de poemas alegadamente anterior, mas são poucos os investigadores que acreditam terem sido compostos pelo autor), as Bucólicas são um conjunto de dez poemas pastorais que terá sido composto entre 42 e 37 a.C., inspirado no poeta grego Teócrito. A obra foi escrita antes das Geórgicas, que tem como tema a agricultura, mas que aborda vários aspetos sociais e políticos.

Em entrevista ao Observador por altura da publicação do segundo grande poema de Vergílio, também numa edição da Cotovia, o tradutor Gabriel A. F. Silva explicou que a “obra nasceu num contexto de revoluções sociais em Roma”. “A simplicidade do campo surge como uma reforma que se pretende para a época, levada a cabo por Octaviano [filho adotivo de Júlio César e seu herdeiro legítimo], que viria a ser Augusto. A agricultura é o glacé, é a parte de açúcar que está por cima; por baixo, há um mundo de coisas a explorar, seja aspetos sociais, religiosos, culturais ou o diálogo infinito que existe com outros poetas, não só gregos, mas também latinos. É um texto impressionante”, afirmou o latinista.

Antes da “Eneida”, Vergílio escreveu um poema sobre agricultura. Gabriel Silva traduziu-o

As Bucólicas são apenas uma das novidades da Cotovia para os últimos meses de 2019. A editora publicou recentemente o sexto volume da coleção de teatro de Bertolt Brecht, que fará em breve chegar às livrarias. Este inclui as peças “O senhor Puntila e o seu criado Matti”, “A ascenção de Arturo Ui” e “As visões de Simone Machard”, escritas quando o dramaturgo alemão esteve exilado na Finlândia durante a Segunda Guerra Mundial. A organização é de José Maria Vieira Mendes.

Em novembro, será lançado Sem fiordes. Caos e/ ou processo criativo, de Teresa Villaverde, um livro que a editora descreve como “absolutamente raro e surpreendente, difícil de classificar e belo. Duro, também”. Um mês depois, será a vez do volume das crónicas que Nuno Brederode dos Santos escreveu para o semanário Expresso, primeiro entre 1974 e 1977, e depois nos anos 80 e 90. A edição será feita em parceria com a Imprensa Nacional – Casa da Moeda.

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