A menos de uma semana das eleições gerais em Espanha, é cada vez mais estreita a diferença entre a esquerda e a direita parlamentares. Segundo uma sondagem da Sigma Dos para o jornal espanhol El Mundo,  o bloco formado pelo PSOE, Unidas Podemos e Más País, e o constituído pelo PP, Ciudadanos e Vox têm apenas três pontos percentuais e pelo menos dez mandatos de diferença: a Esquerda deverá ter entre 156 e 170 mandatos, a direita entre 144 e 160. Caberá aos 35% de indecisos (quase um terço dos eleitores) decidirem os resultados finais. Esta segunda-feira é dia de os cinco principais candidatos se confrontarem no único debate televisivo.

O país arrisca novo bloqueio, que apenas poderia ser resolvido, segundo os dados do El Mundo, com uma coligação entre as duas primeiras forças políticas: o PSOE de Pedro Sánchez e o PP de Pablo Casado, que em conjunto formam mais de 48% das intenções e voto e somam mais de 200 assentos parlamentares (são preciso 176 deputados para uma maioria). Só que tanto um como o outro já disseram que tal desfecho está fora de questão. Os espanhóis também se dividem: 27,5% vê com bons olhos uma eventual coligação entre os dois partidos, mas 23,9% considera que um pacto é negativo.

Os dados do El Mundo revelam que o PSOE perde força face aos resultados de abril, quando obteve 28,7% dos votos (segundo a sondagem, cai agora para 27,9% e entre 118 e 126 deputados). O PP avança (de 16,7% para 20,3% e entre 89 e 97 mandatos), o Ciudadanos cai (de 15,9% passa para 8,9% e de 16 a 19 deputados), o Unidas Podemos também (de 14,3% para 13,5% e entre 35 e 40 deputados). Já o Vox ganha expressão (em abril teve 10,3% e agora deverá ter 13,2%).

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Sondagem dá vitória (menos folgada) ao PSOE e novo bloqueio em Espanha

A sondagem do El Mundo mostra, assim, que o Unidas Podemos seria a terceira força política, mas ainda assim, caso se juntasse ao PSOE, não conseguiria maioria absoluta. Nem mesmo com os deputados do Más País (que deverá conseguir entre 3 e 4 assentos parlamentares).

Porém, uma sondagem divulgada pelo jornal ABC, dá conta de que o terceiro lugar é da extrema-direita — o Vox conseguiria 14,9%. Esta sondagem é mais otimista para o PP (com 21,6% das intenções de votos) e menos para o PSOE (com 27,4%) do que a do El Mundo.

Apesar das notas negativas, Pedro Sanchéz é o candidato com melhor classificação (3,86 valores em dez) e Santiago Abascal, do Vox, o que tem pior nota (3,15 valores).

Segundo uma sondagem da SocioMétrica para o jornal El Espanhol , revelada no domingo, o PSOE seria o partido mais votado, entre 110 e 119 deputados, o que significa que está muito longe da maioria absoluta. O PP de Pablo Casado conseguiria entre 93 e 100 deputados (uma subida face aos 66 que tem atualmente). O Vox passaria a terceira força política, com entre 42 a 48 deputados (quase o dobro dos que tem hoje). O Podemos vem de seguida (com um intervalo entre 36 a 40 mandatos). Ou seja, não seria suficiente para uma coligação com o partido de Pedro Sánchez.

Espanha. Extrema-direita a crescer e novo impasse governativo à vista

As eleições gerais em Espanha realizam-se no domingo, dia 10 de novembro. São as quartas eleições gerais no país em quatro anos.